Olá amigos!

Uma dúvida muito comum para quem está começando a estudar a Psicologia Analítica de C. G. Jung é “O que é arquétipo?” Neste texto, vou definir o conceito para que possamos começar a compreendê-lo, através de um vídeo e do próprio texto.

Na Psicologia Analítica de Jung, temos que distinguir entre o inconsciente pessoal e o inconsciente coletivo. E os arquétipos e imagens arquetípicas, por sua vez, estão relacionados com o inconsciente coletivo, em alemão, Kollektive Unbewusstsein. Mas o que significa cada um destes conceitos?

Abaixo, logo depois do vídeo que postei em nosso canal do youtube, eu vou falar mais sobre cada um deles, de uma forma diferenciado do que normalmente encontramos em artigos, ou seja, menos com textos teóricos de Jung e mais com entrevistas concedidas.

O que é arquétipo?

Inconsciente Coletivo e Inconsciente Pessoal

Como está no vídeo, para entendermos o conceito de arquétipo e de imagem arquetípica temos que ter em mente a distinção feita pelo criador da Psicologia Analítica entre inconsciente pessoal e inconsciente coletivo. E essa diferença é simples de entender:

O inconsciente pessoal contém tudo que fez parte de uma vida individual, ou seja, vamos encontrar no próprio inconsciente os desejos, fantasias, lembranças, potencialidades que são únicos de cada um e que não vão se repetir. Nesse sentido, temos sempre que nos lembrar da origem da Psicologia Analítica, quando Jung trabalhou e ajudou na construção da psicanálise.

Se estudarmos esse período inicial (entre 1900 e 1912-1914), veremos, por exemplo, a gradual influência dos conceitos freudianos na produção de Jung e uma das formulações fundamentais para interpretar o sonho é que a interpretação não é simbólica, mas sim parte todas as vezes das associações do indivíduo. É assim que passamos do conteúdo manifesto para o conteúdo latente, para os pensamentos inconscientes do sonho.

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Entretanto, Freud e Jung perceberam algumas formas típicas. Assim, neste livro, Freud fala de sonhos típicos e outros trabalhos menciona a ideia de protofantasias. Jung foi mais fundo e compreendeu que, além do inconsciente pessoal, para fazer uma análise, temos que considerar o inconsciente coletivo. E é aqui que chegamos ao arquétipo:

“…o inconsciente contém, não só componentes de ordem pessoal, mas também impessoal, coletiva, sob a forma de categorias herdadas ou arquétipos. Já propus a hipótese de que o inconsciente, em seus níveis mais profundos, possui conteúdos coletivos em estado relativamente ativo, por isso o designei inconsciente coletivo” (JUNG, p. 127)

Uma forma simples de entender o conceito de arquétipo é através da ideia de história. Cada um tem a sua história particular e se formos tentar responder à pergunta quem somos, teremos que contar uma história, a minha história, que não é de mais ninguém. 

Porém, em cada história individual, vamos notar determinados motivos, determinadas repetições que são típicas. Se dividirmos a palavra arquétipo, teremos, então arque-tipo (tipo refere-se a impressão, cunhagem, forma) e arque vem arkhe, do grego, que significa origem, ordem, princípio, direção, antigo.

Pela definição etimológica, podemos entender o arquétipo como uma forma antiga, arcaica, original e que está para além do indivíduo. No vídeo, eu cito os exemplos do Édipo e do mito grego Perséfone e Hades.

No livro Entrevistas e Encontros, Jung diz que o complexo de Édipo é um entre outros muitos arquétipos:

“Sim, é apenas uma entre muitas formas de comportamento. O Édipo dá-nos um excelente exemplo do comportamento de um arquétipo. É sempre uma situação total. Há uma mãe, há um pai, há um filho, há uma história completa sobre o modo como tal situação se desenvolve e até onde pode, finalmente, levar. Isso é um arquétipo. Um arquétipo é sempre uma espécie de drama sintetizado” (JUNG, p. 262).

De onde vem os arquétipos?

Basicamente, Jung tem três respostas a essa pergunta. Em seus livros, ele escreve que o arquétipo é um padrão de comportamento (pattern of behavior), um a priori da percepção e é uma herança filogenética. No livro de entrevistas, ele continua sobre o conceito de arquétipo, expondo a última resposta:

“Bem, você sabe o que é um padrão de comportamento. O modo como o joão-de-barro constrói seu ninho. É uma forma herdada nele, um código inato que ele aplicará. Ou certas classes de fenômenos simbióticos entre insetos e plantas. São padrões inatos de comportamento. E o homem, é claro, também possui um esquema herdado de funcionamento. Seu fígado, seu coração, todos os seus órgãos, funcionarão sempre de uma certa maneira, cada um deles obedecendo ao seu padrão” (JUNG, 264)

A questão, para ele, é que somos inconscientes de nós mesmos e, portanto, não conseguimos encontrar, localizar ou identificar os padrões do nosso próprio comportamento. Em sua autobiografia, logo no início, ele fala sobre a busca pelo mito.

Mito deve ser entendido aqui como “drama sintetizado”, como narrativa, como trama, como intriga. Podemos buscar responder à pergunta quem sou eu, buscar o autoconhecimento e encontrar a narrativa individual (o inconsciente pessoal), mas em meio a ela, vamos também nos deparar com certos padrões imagéticos, com repetições típicas, que aparecem e reaparecem nos antigos mitos, contos de fadas, lendas, nos romances e peças de teatro (inconsciente coletivo).

Como dissemos, o Édipo é um desses dramas sintetizados e que é vivenciado por milhões de pessoas. Mas, na perspectiva junguiana, não é o único mito que um indivíduo é passível de experienciar. Existem muitas outras possibilidades no inconsciente coletivo.

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Psicólogo Clínico e Online (CRP 06/145929), formado há 16 anos, Mestre (UFSJ) e Doutor (UFJF), Instrutor de Mindfulness pela Unifesp. Como Professor no site Psicologia MSN venho ministrando dezenas de Cursos de Psicologia, através de textos e Vídeos em HD. Faça como centenas de alunos e aprenda psicologia através de Cursos em Vídeo e Ebooks! Loja de Vídeos e Ebooks. Você pode também agendar uma Sessão Online, Terapia Cognitivo Comportamental, Problemas de Relacionamentos, Orientação Profissional e Coaching de Carreira , fazer o Programa de 8 Semanas de Mindfulness Online. E não se esqueça de se inscrever em nosso Canal no Youtube! - no TikTok -, e Instagram! Email - psicologiamsn@gmail.com - Agendar - Whatsapp (11) 9 8415-6913