Este texto aborda a importância da técnica do Coaching aplicado nas organizações como processo de desenvolvimento de lideranças. O objetivo da pesquisa é pois, esclarecer a importância da aplicação do Coaching nas organizações de trabalho do mundo contemporâneo. Para tanto, será realizado um estudo teórico considerando que Coaching é o exercício mais elevado de liderança, bem como uma prática vigorosa para a formação de líderes nas organizações. Por isso este estudo se torna de suma importância para que as lideranças organizacionais sejam ativas nesta ferramenta de aprendizagem, com vistas à potencializar seu desempenho no mercado de trabalho.

Introdução

Neste artigo, procuramos tecer considerações sobre a importância do coaching nas organizações que estão sempre em busca de permanecerem e se destacarem no mundo corporativo. O objetivo de melhorias contínuas para superação de concorrências, exige profissionais qualificados, criativos, habilidosos, proativos e que estejam sempre atualizados em conhecimentos.

Partindo desse princípio, percebemos que, o mundo globalizado não admite mais atraso em conhecimentos, portanto, intensifica a cada dia a necessidade de novos processos de desenvolvimento para seus gestores, a fim de que líderes e liderados se tornem preparados para competitividade. Em contra partida,salientamos que, toda mudança encontra resistências, das mais simples até as mais complexas, é preciso pois, adaptação e para fase de adaptação é predominante o fator tempo.

Quando tratamos de Recursos Humanos então, envolvemos as pessoas que compõem a organização, porém, elas estão intrinsecamente ligadas às organizações, por isso se requer tratamento amplo de desenvolvimento, não se trabalha pessoas e organização de forma separada.

As inúmeras oportunidades de negócios que emergem da globalização impõem procedimentos novos, percebe-se que as instituições se informatizam intensamente, adotam programas de qualidade, apelam para terceirização de serviços, ampliam áreas de negociação, especulam o marketing ousadamente, fazem parcerias para unir forças de mercado e como não podia deixar de ser, precisam para isso investir no treinamento e desenvolvimento de seu capital intelectual.

Todos os desafios de permanência no mercado e competitividade excepcional que vivenciam as organizações afetam diretamente seus colaboradores, portanto trabalhar as competências individuais para alinhá-las às competências organizacionais é consolidar cada pessoa como única, que desempenhe bem suas funções e ao mesmo tempo seja vista como ser humano, portadora de sensibilidade, passiva de problemas, desejosas de bem estar em todas as áreas, ou seja, plena saúde na integração biológica, mental e social.

De acordo com estudos teóricos é de suma importância o processo de desenvolvimento do Coaching, como ferramenta de humanização por apresentar-se bastante útil para fortalecimento do ser, tornando o indivíduo satisfeito consigo próprio, bem como eficiente e eficaz para organização.

O Coaching por sua vez é um relacionamento no qual uma pessoa se compromete a apoiar outra a atingir um determinado resultado, seja ele o de adquirir competências e ou produzir uma mudança especifica. Não significa apenas um compromisso com os resultados, mas sim com a pessoa como um todo, seu desenvolvimento e sua realização (PORCHÉ; NIEDERER, 2002).

Diante das exigências impostas para gerir pessoas, houve a necessidade de mudança inclusive no termo, o que outrora se conhecia como Recursos Humanos, tem a nova cognominação de Gestão de Pessoas, tal feito por si só já demonstra as novas perspectivas de desenvolvimento de forma que venham a manter envolvimento e comprometimento de todos quantos fazem a organização.

Através do processo de Coaching, novas competências surgem, tanto para o Coach (aquele que treina e desenvolve) como para o coachee (aquele que é treinado passando pelo processo de desenvolvimento), não só apenas em termos de competências ou capacidades específicas, das quais um bom programa de treinamento poderia dar conta perfeitamente. Coaching é mais do que treinamento, o coach permanece com a pessoa até o momento em que ela atingir o resultado. È dar poder para que a pessoa produza, para que suas intenções se transformem em ações que por sua vez se traduzam em resultados (CHIAVENATO, 2002).

Por sua vez, o presente estudo tem como objetivo geral esclarecer a importância da aplicação do Coaching nas organizações para o desenvolvimento de suas lideranças. E como objetivos específicos, realizar estudo teórico do Coaching e verificar a sua importancia nas organizações. Portanto, convém esclarecer que coaching às vezes pode ser confundido com consultoria ou mero treinamento, há também casos em que é confundido com aconselhamento, mas que fique claro o quanto nestes processos existe a tendência de se estabelecer o que deve ou não deve ser feito, no coaching há diferença, nunca o coach decidirá pelo coach, apenas contribuirá para que o mesmo descubra suas próprias soluções. Coaching não é para resolver problemas, ou consertar coisas, não trata-se também de terapia, coaching é um recurso que produz mudanças positivas, onde o coache é conduzido a assumir responsabilidades no processo.

O Coaching e sua aplicabilidade

Buscando esclarecer o tema Coaching e sua eficaz aplicação quanto ao desenvolvimento de lideranças, tratamos de estudar autores que tem se sobressaído neste contexto. Bibliografias acerca de lideranças, artigos, textos, sites inerentes também são alvos de análise e estudo para enriquecimento da especificidade temática.

O termo inglês “Coach” tem origem no mundo dos esportes e designa “o papel de treinador, preparador, o técnico” (ARAÚJO, 1999). Coach também é confundido com conselheiro, mentor e guru. Apesar de extremamente valiosos, nenhum destes papéis requer o compromisso de apoiar pessoas a realizar metas. No papel de Coach este compromisso é fundamental na medida em que o coach “atua no campo do desempenho- resultado e realização pessoal e influencia no desenvolvimento de padrões éticos, comportamentais e de excelência”.(ARAÚJO, 1999, p 25).

Guiados pelo pensando de Araújo (1994), o autor nos diz que:

“Coaching  é um processo de alto impacto para o aumento da produtividade, pois significa compromisso com os resultados e com a realização das pessoas e pressupõe disposição para cooperar. Quando a equipe está muito competitiva, a prática de coaching restabelece os vínculos entre as pessoas e a preocupação com o desenvolvimento dos outros; e quando ela está cooperativa demais, ou até complacente, provoca uma reflexão sobre a responsabilidade pelos resultados” (ARAÚJO,1994, p.29).

Tratando-se coaching como processo impactante em resultados para as empresas, com aumento de produtividade, supõe-se também coesão entre envolvidos (líderes e liderados). Quando nos referimos a trabalhos em equipe, subtende-se que liderança é fundamental para êxito geral. Todo e qualquer trabalho em equipe passa por fases diferenciadas, dentre elas a de resistência a mudanças, para isso equilíbrio é de suma importância, portanto, gerir equipes é mais do que está à frente de pessoas, é ter inteligência emocional que viabilize uma performance satisfatória.

Conflitos com a equipe, falta de comunicação, baixo nível motivacional, rigidez excessiva, tendência para tomada precipitada de decisão – esses são alguns dos dilemas de liderança que os executivos enfrentam e que têm como base um fator preponderante: a competência emocional. (PAULA, 2005, p. 28)

Segundo Chiavenato (2002) o Coaching já foi há muito tempo utilizado para ensinar as pessoas a pensar e refletir, através do filosófo grego Socrates, portanto, coaching na perspectiva do referido autor não é um processo novo.

Na antiguidade, o filósofo grego Sócrates (470 a. C – 399 a. C) costumava reunir todos os dias os seus discípulos na Ágora, o antigo mercado de Atenas, para discutir assuntos existenciais e filosóficos. Sócrates nunca escreveu uma linha sequer. Após sua morte, seus pensamentos foram reunidos por Platão (429 a.C – 347C) um dos seus discípulos em seus famosos diálogos. O método socrático consistia em propor temas, investigar idéias com perguntas, ouvir o que os discípulos tinham a dizer, ensinar e, principalmente, aprender. Abrir suas mentes e buscar o aprendizado dentro de si mesmos. O tempo de estar com os discípulos era sagrado para ele. O exercício de aprendizado era diário, constante, sem datas, horários e agendas para cumprir. Depois de 2500 anos, seu método de trabalho – a maestria -está se transformando em uma das mais importantes ferramentas dos executivos de RH. Na moderna versão corporativa, a técnica socrática ganhou um rótulo diferente: o coaching. Quem diria! Depois de 2500 anos, o filósofo e educador Sócrates é o grande inspirador do coaching”. (CHIAVENATO, 2002, p. 63)

A história do Coaching portanto, é antiga e tem mostrado eficácia, bem difundida na Europa, Canadá e EUA, foi apenas na década de setenta (70) que surgiu no Brasil, através de associações com o meio esportivo, parte daí para o mundo dos negócios. Hoje empresas como Petrobras, Nestle, HSBC, Banco do Brasil, O Boticário etc, já utilizam o método entre seus executivos.

Segundo a ABAP – Associação Brasileira de Agências de Publicidade (2011):

o Nordeste cresce a uma média de 7,3% ao ano desde 2003 e a renda da população local aumentou praticamente 30%, se comparado aos anos anteriores. Acompanhando esse ritmo, o consumo local também cresceu e em 2008, o Nordeste se tornou o 2º maior mercado consumidor do país), fazendo com que a economia se tornasse mais atrativa ao empreendedorismo e aos investimentos por parte da iniciativa privada. (ABAP, 2011)

Inegavelmente este crescimento alcançou todos os estados, inclusive a Paraíba. Acompanhando este crescimento, o aumento de investidores propicia uma procura constante por profissionais qualificados e oportunamente o coaching se faz valer no que diz respeito ao desenvolvimento pessoal, uma vez as capacitações sendo potencializadas, resultados são obtidos para crescimento de pessoas e organizações.

Goldsmith (2003) define a função do Coaching, “como trazer à tona o que há de melhor nas pessoas.” Cada líder evidentemente possui peculiar maneira de gerir sua equipe, porém, frente aos desafios atuais, faz-se necessário conciliar resultados satisfatórios tanto em produtividade, como na vida pessoal e para tanto, o Coaching existe. Sua aplicabilidade mostra-se eficiente no desenvolvimento de competências gerenciais, à medida que contribui com a realização pessoal das pessoas.

Resultados Esperados

Diante dos objetivos apresentados, esperamos esclarecer e inspirar as organizações ao conhecimento do processo de Coaching no desenvolvimento de suas lideranças, estabelecendo o sentido real e revelando as diferenças dentre as demais ferramentas de desenvolvimento já estabelecidas há mais tempo. Como é uma nova carreira, Coaching tem desafios à frente e com isso, através de estudos teóricos é que se terá condições de utilizá-lo com a devida eficiência, eliminando qualquer prática confusa.

Temos portanto, o desejo de à medida que esclarecermos conceitos, também eliminarmos os aspectos negativos, tais como definir melhor do que venha ser Coaching no mercado de trabalho, demonstrando de maneira inteligente que para funcionar com resultados satisfatórios, faz-se necessário a aplicabilidade de métodos e ferramentas corretas. Também pretendemos trazer maior segurança aos interessados pelo assunto com posições claras e interpretações lógicas dos benefícios, assim evitaremos a banalização do tema, prestigiando a atividade e colocando em disponibilidade a idéia do Coaching como profissão que deve partir para regulamentação.

Contemporaneamente as mudanças são constantes, há forças em colisão como previsibilidade e imprevisibilidade, destacando ainda que a velocidade exigida para crescimento também colide com a qualidade do mesmo, portanto, de maneira geral, desejamos contribuir neste sentido com a apresentação lógica e eficaz de um processo que funciona e tem se adequado às culturas organizacionais do mundo globalizado e aprimorando o desenvolvimento de líderes que desejem se adaptarem com eficiência e eficácia na era do conhecimento e das mudanças, facilitando e ampliando a maneira de trabalharem coerentemente, alcançando metas e simultaneamente aprendendo a olharem para si mesmas como pessoas exercendo missão, observando visão e mantendo valores. Esperamos contribuir para formação de líderes de sucesso, sem contudo, se desumanizarem, pois o Coaching favorece a realização executiva e profissional.

Referências

ARAÚJO, Ane. Coach: um parceiro para seu sucesso. São Paulo : Gente, 1994.

BERNHOEFT, Rosa Elvira Alba de. Mentoring- Abrindo Horizontes, Superando Limites, Construindo Caminhos. São Paulo: Gente, 2001.

CARREIAS E GESTÃO. Empresas Brasileiras Apostam no Coaching. Disponível em: < www.uol.com.br/canalexecutivo/notas/081120042.htm> Acesso em: 5 set. 2012.

GIL, Antonio Carlos. Como Elaborar Projeto de Pesquisa. 4 ed. São Paulo: Atlas, 2006.

GOLDSMITH, Marshall et al. Coaching: o exercício da liderança. Rio de Janeiro: Elsevier: DBM, 2003.

IDALBERTO, Chiavenato. Construção de Talentos. Rio de Janeiro: Campus 2002

O CRESCIMENTO DO NORDESTE EMPREENDEDOR. Veja Regionais. Disponível em: <http://www.nordesteaboladavez.com.br/o-crescimento-do-nordeste-empreendedor> Acesso em: 5 set. 2012.

PAULA, Maurício de. Sucesso é Inevitável, O Coaching e Carreira. São Paulo: Futura, 2005.

PORCHÉ, Germaine, NIEDERER, Jed. Coaching o apoio que faz as pessoas brilharem. Rio de Janeiro: Campus, 2002.