Análise do livro de Gretchen Rubin. “A felicidade é o sentido e o propósito da vida, o grande objetivo da existência humana” (Aristóteles)
Olá amigos!
Encontrei hoje um novo livro que me chamou atenção. Chama-se The hapiness Project, o Projeto Felicidade. O objetivo da autora, Greten Rubin, foi escrever durante um ano sobre como ser mais feliz. O sub-título do livro diz: Ou como passei um ano tentando cantar pela manhã, limpando os armários, lutando certo, lendo Aristóteles e geralmente tendo mais diversão.
O que me chamou mais atenção foi a ideia de que a felicidade pode ser um projeto, não um acontecimento externo. Em outras palavras, podemos organizar nosso dia a dia com a finalidade de aumentarmos o nosso nível de felicidade, independente do que acontecer.
Segundo a autora, podemos definir o nosso projeto para a felicidade – que será individualizado – em três etapas:
- O estágio preparatório: que consiste na identificação do que traz satisfação, diversão e engajamento (e o oposto, o que te deixa com culpa, raiva, tédio ou remorso).
- O estágio das resoluções: como nas Resoluções de Fim de Ano, é preciso ter clareza sobre o que vai aumentar a sua felicidade, de maneira concreta, ou seja, através de comportamentos que podem ser medidos e avaliados
- O estágio da realização: que é simplesmente fazer e manter ao longo do tempo as resoluções – envolve a criação de novos hábitos.
Para quem conhece o filme Julie & Julia, que recomendo, o livro é de certa forma o relato do que acontece com a autor em sua busca pela felicidade durante um ano. A ideia é incentivar, com uma história pessoal e particular, todos nós a fazermos o nosso próprio projeto.
Curiosidades sobre a felicidade
Assim com acontece com o amor, é fácil saber o que é felicidade, mas é difícil descrever ou dar uma definição cabal. A autora escreve sobre o problema da definição:
“Eu decidi seguir a tradição do juiz da Suprema Corte Potter Stewart, que define obscenidade dizendo: “eu sei o que é quando eu vejo”, e a definição de Louis Armstrong, que disse, “se você tem que perguntar o que é jazz, então você não sabe” e a de A. E. Housman, que escreveu que “não poderia definir melhor a poesia do que um cão pode definir um rato” mas que “reconhecia o objeto pelos sintomas que provoca” (Rubin).
A felicidade, então, é de difícil definição. Mas sabemos, intuitivamente, o que é. Uma segunda pergunta que pode advir de uma tentativa de ser mais feliz é: será que é possível ser mais feliz? Como fazê-lo?
“De acordo com as pesquisas mais recentes, na determinação do nível de felicidade de uma pessoa, a genética conta cerca de 50%; as circunstâncias da vida, tais como idade, gênero, etnicidade, estado civil, salário, saúde, trabalho e filiação religiosa, cerca de 10 a 20%; e o restante [30 a 40%] é o resultado de como a pessoa pensa e age” (Rubin).
Portanto, temos uma boa margem para aumentar a nossa felicidade. Não podemos mudar a nossa genética (50%), mas podemos mudar ou influenciar os outros 50%.
A autora salienta que o oposto de felicidade não é depressão. Temos que esclarecer que a depressão é uma doença. O contrário de felicidade é infelicidade. Se pensarmos em momentos em que nos sentimos infelizes, ou em pessoas que se dizem infelizes, veremos que muitas vezes as circunstâncias externas são apontadas:
“Odeio o meu emprego”
“Meu marido (ou minha esposa)… meu namorado (ou namorada) fez (ou faz) isso e aquilo outro…”
“Minha saúde física não está boa”… etc.
Embora possa ser complicado alterar completamente uma grande área da vida – como o emprego, salário, saúde ou situação dos relacionamentos – sabemos que ao alterar o nosso modo de pensar e agir conseguimos aumentar a nossa felicidade ou, ao menos, diminuir a sensação de infelicidade – o que em muitos casos é um grande começo.
Por exemplo, quando estamos com dor, experienciamos dois tipos de sofrimento:
- O sofrimento físico (que é inevitável que apareça de tempos em tempos);
- O sofrimento emocional (que é a tentativa de não sentir dor com o surgimento de raiva, ódio, insatisfação).
A caixa de ferramentas do Projeto da Felicidade
Passando então para a outra pergunta (como ser feliz?), temos algumas recomendações da Rubin:
1) Identifique as suas resoluções
Conforme dissemos anteriormente, cada pessoa terá o seu próprio passo a passo de como aumentar o seu nível de felicidade. Algumas perguntas, como as seguir, ajudam a elucidar as resoluções:
- O que te faz sentir bem? O que te dá energia e contentamento?
- O que te faz sentir mal? O que te deixar bravo, culpado, com tédio ou com medo?
- O que te permite sentir que está fazendo a coisa certa? Quais valores você quer que sua vida reflita?
- Como você pode construir uma atmosfera de crescimento – aonde você poderá aprender, explorar, criar, ensinar, ajudar?
2) Transforme as resoluções em comportamentos concretos
Uma estratégia interessante, elaborada no livro, é a de “atacar” uma área da vida por vez. Por exemplo, a autora decidiu focar em cada mês, o seguinte:
Janeiro – Vitalidade e energia
Fevereiro – Relacionamento amoroso (marido)
Março – Trabalho (vocação)
Abril – Família
Maio – Lazer
Junho – Amizades
Julho – Dinheiro
Agosto – Eternidade (espiritualidade)
Setembro – Livros
Outubro – Mindfulness
Novembro – Atitude
Dezembro – Felicidade
A ideia aqui é que as habilidades adquiridas em um mês continuem a ser trabalhadas nos meses seguintes. Assim, em fevereiro, ela trabalhou para melhorar o seu relacionamento e sua energia, em março, o seu relacionamento, sua energia e o seu trabalho e assim sucessivamente.
Veja a planilha de como transformar as resoluções em ações concretas, clicando aqui (em inglês). E outros downloads, aqui
E por fim, gostaria de compartilhar o que a autora definiu como 12 mandamentos e os segredos da vida adulta.
12 Mandamentos
1. Ser Gretchen
2. Desapegar
3. Agir da maneira que eu quero me sentir
4. Fazer agora
5. Ser educada e justa
6. Apreciar o processo
7. Gastar o máximo
8. Identificar o problema
9. Ser leve
10. Fazer o que deve ser feito
11. Não calcular
12. Existe apenas o amor
Segredos da vida adulta
1. Seja você mesma
2. Seja generosa
3. Escolha a vida mais rica
4. Pense em seus amigos
5. Esqueça o ontem. Foque no amanhã
6. Viva o momento
7. Exercício é remédio
8. Nunca é tarde demais
9. O ótimo é inimigo do bom
10. Não se preocupe, se ocupe
Conclusão
Não é interessante a ideia de ter um Projeto de Felicidade? Afinal, tudo o que queremos atingir na vida, em termos de objetivos pessoais e profissionais não tem como finalidade a felicidade?
Que tal criar um Projeto de Felicidade só seu? Para melhorar as áreas da sua vida que precisam ser trabalhadas – ou estão meio esquecidas… para se conhecer mais e para entender o que é ser feliz (de acordo com a sua perspectiva)… enfim, ser mais feliz e não dizer um dia no futuro… “eu era feliz e não sabia”.
Adoro seus textos. Este livro parece ótimo. Será q já tem traduzido??
Olá Núbia!
Fico feliz que esteja gostando dos textos!
Sim, podemos comprar o Ebook pela Amazon (em inglês) ou então a versão impressa em português:
Livro Projeto Felicidade (em português)
Atenciosamente,
Felipe de Souza
Adorei! parece que você consegue adivinhar oque a gente precisa ler, muito obrigada!
Óptimo texto, muito positivismo
Amei! como Vildânia disse: Parece que você consegue adivinhar o que a gente precisa ler. Comecei está semana meio desmotivada com os estudos e até mesmo com atividades a serem realizadas. E esse texto era tudo que precisava para me motivar e terminar essa semana bem. E com toda certeza vou colocar esse projeto em pratica. Muitas vezes esquecemos o verdadeiro sentido da vida, que é ser FELIZ! Obrigada.