Olá amigos!
A primeira vez que vi e ouvi falar que deveríamos em situações de crise retirar o s e criar ($) creio que foi em um dos livros do Lair Ribeiro. Através da imagem abaixo, fica mais fácil de visualizar.
Também já ouvi dizer que, em chinês, há uma só palavra para crise e para oportunidade. Ou seja, 危机 significa tanto um momento de crise como um momento crítico de oportunidade de mudança.
Crise dinheiro $
Como gosto muito de estudar economia – talvez este seja o meu próximo curso – eu comecei a ver claramente que existe uma diferença muito grande entre a mentalidade (mindset) de quem quer prosperar, de quem quer ganhar mais e de quem não se preocupa com isso ou quer apenas estabilidade ou tem medo de crescer.
Saiba mais sobre os 2 principais tipos de Mindset
Existem muitas e muitas pessoas que guardam o seu dinheiro em poupança ou até embaixo do colchão, enquanto outras aprendem sobre como investir e ganham centenas de vezes mais (no longo prazo). Em momentos de crise como os de agora (na verdade, desde que sou criança dizem que o Brasil e o mundo está em crise), há uma grande diferença entre quem visualiza o cenário como um cenário de crise e um cenário de oportunidade.
Quem vê na crise uma oportunidade começa a perceber que existem possibilidade de comprar ações, terrenos, casas, negócios a um preço baixo. Afinal, com os juros em alta e o mercado turbulento, a tendência é que os preços caiam, porém, no longo prazo a tendência é que subam novamente.
Bem, como não sou um super especialista em finanças (ainda), o que eu gostaria de compartilhar com vocês hoje é menos este aspecto financeiro e mais o lado psicológico do horizonte de perspectiva.
Crenças em momentos de crise
Pensando não só no aspecto financeiro de uma crise, se visualizarmos o aspecto emocional de uma situação de crise na vida, veremos que uma crise pode realmente ser uma excelente oportunidade para mudar.
Talvez não vamos conseguir ver de imediato. Talvez só com o passar dos meses ou até anos, veremos que foi a ascensão de uma crise pessoal o fator fundamental para uma mudança positiva no longo prazo. Pode ser o término de um relacionamento, a perda de um emprego ou ter quebrado uma perna.
Claro que isto pode ser visto como a Síndrome de Pollyana (a garota da literatura mais otimista do mundo). Porém, é um fato facilmente comprovável.
Vejo com frequência pessoas que tem famílias ricas se acomodaram em uma situação e protelar a adolescência por décadas. Com a morte de um dos pais ou com uma grande perda financeira, a pessoa então começa a se mover. Uma crise pessoal e/ou financeira, então, acaba sendo o ponto de ruptura. A crise gerando de verdade uma oportunidade de crescimento.
No Livro Vermelho de Jung, um livro que deve ser considerado uma espécie de autoanálise em formato de romance com personagens fantásticos do inconsciente, o autor encontra em certo momento os mortos que vem de Jerusalém e não encontram descanso. Embora a princípio muito do conteúdo se assemelhe a uma loucura (Jung tem consciência disso), esse exemplo dos mortos é útil para mostrar que – no Livro – os mortos não tem descanso porque não realizaram o que tinham que realizar.
É um pouco estranho pensar nisso: “E se nós morrermos sem realizar o que temos que realizar? O que temos que realizar aqui? Será que estamos realizando?”
Bem, cada um deve dar a sua própria resposta, é claro. Mas o ponto central do argumento é que enquanto houver vida, ainda há vida para ser vivida. E uma crise é só um momento que será sucedido por outro. Por isso, apesar das críticas de linguistas de que a palavra chinesa é polissêmica, os chineses devem pensar em crise e oportunidade ao mesmo tempo.
Porque no fundo o movimento de destruição faz parte do movimento de criação. Destruens et construens. Destrua e construa. Acabar com certas coisas em nossas vidas pode ser terrível na hora, contudo, depois, o vazio dá lugar a uma nova construção.
Conclusão
Sei que para quem está vivendo na própria pele uma crise profunda (seja em qual área for) pode ser difícil criar o distanciamento necessário para avaliá-la como uma mudança positiva. Por isso a psicoterapia ajuda tanto o paciente a encontrar um novo significado em suas experiências, pois uma psicoterapia verdadeira – seja de qual abordagem for – vai propiciar ao sujeito a força de enfrentar a vida, esta sucessão de cenas sem fim que oscilam entre o prazer e a dor.
Portanto, o objetivo da psicoterapia não é nunca levar a um estado de felicidade estático, mas sim propiciar um novo modo de olhar as coisas. Deixar de querer que as coisas sejam só agradáveis e positivas. Saber lidar com frustrações e dificuldades. Saber ressignificar, ou seja, mudar os significados…
Veja mais aqui – 20 formas de mudar um significado
E uma das formas é entender a impermanência. Uma oportunidade pode gerar uma crise. Um crise gera uma oportunidade.
E você? Como tem lidado com as crises em sua vida?
Excelente abordagem…
Posso dizer com verdadeira vivencia que uma crise seja ela qual for lhe mostra pontos que nem você mesma imaginaria que era capaz de realizar. A crise edifica e fortalece.
Gostaria de saber o nome da autora do livro; vermelho de jung? Obrigada!
Obrigado Hilária!
O nome do livro é Livro Vermelho. O autor é C. G. Jung
Caro Doutor Felipe
Minha origem é muito humilde. Desde cedo fui instigado pelo saber. Não me atraia o anel de doutor, diplomas de mestrado, doutorado etc. Deleito-me com o saber seja o que for. Pela pobreza, não foi fácil estudar. Continua muito difícil, pois continuo pobre. Investi tudo no estudo. Não me arrependo. Corrobora-se que fui buscar mais o bem imaterial (conhecimento) que o material. Apesar de lutar por uma vida material confortável, que não é nenhum pecado. Acredito, ainda vou tê-la.
Sempre me impressionei com a determinação de pessoas que, além de paupérrimas, tinham problemas seriíssimos de saúde física e até mental. Inobstante, tornaram-se ilustres. Legaram grandes obras à humanidade. É estimulante! Na oratória, temos um Demóstenes que, gago, determinou-se a tornar-se um bom orador. Para consegui-lo, punha seixos na boca e treinava dicção (não havia fonoaudiologia). Também, rapou uma parte do cabelo, de forma esquisita, para, envergonhado com tal “corte”, não aparecer em público. Com isto trancafiava-se num quarto com o fito de treinar sua oratória. Tornou-se o maior orador da Grécia. No Direito, temos Rui Barbosa, tímido, quiçá, misantropo. Entretanto, tornou-se o maior advogado brasileiro com reflexos em nível internacional. Daí a alcunha de “ A Águia de Haia”. A história é rica de tais personalidades.
Não, nunca aspirei realizar façanhas análogas às de pessoas ilustres. Sempre soube bem das minhas limitações intelectuais. O pouco que já obtive se deveu mais a minha perseverança que a minha limitada inteligência. A questão que trago é como é difícil tentarmos realizar o que nos move sem dinheiro. Não precisa repitamos um Demóstenes ou a reclusão de tantos outros gênios. Na era da informática (informação automática) por muito, muito pouco, somos taxados de loucos, no mínimo, esquisito. Dir-se-á, “se o povo falar, não ligue”. É muito difícil, não somos uma ilha, a socialização é uma imposição.
Quando o aspirante à realização de algo é paupérrimo, ele, não pode estudar e “viver a vida”. Por exemplo, ir ao cinema, ao teatro, às festas, curtir feriados, viajar, às vezes, até namorar é proibitivo (tem um custo). Repito, o sujeito aqui é paupérrimo. Dir-se-ia, que ele faça um atividade-meio para conseguir dinheiro e aplicar em sua atividade-fim. Por vezes, até isto é difícil. Então, fecha-se um círculo vicioso. Digo por experiência própria e admito minha incompetência e baixíssima inteligência.
Veja, você, exerce a Psicologia. Se, com o dinheiro ganho com este labor, não dá para bancar seus doutorados, cursos de língua, curso de Economia (a que aspira) etc., você desenvolve intensa produção cultural (livros, cursos etc.) e injeta o dinheiro ganho nesta atividade nos novos projetos. Ponto para você. Mas e quem além de não ter o dinheiro não tem a plasticidade intelectual necessária? Claro, todos somos inteligentes. Mais, a PNL diz que se uma pessoa pode realizar algo qualquer outra o pode. Mas, na prática, fica uma sensação de que alguns são despossuídos de um mínimo de inteligência para levar a termo seu projeto.
Gostaria, se possível, que você escrevesse a respeito das personagens principais de os filmes: “O Cisne Negro”, “ Whiplash” , “Jogo da Imitação”, “50 Tons de Cinza”. Que diz a Psicologia de tais personagens?
Atenciosamente,
Luís Monteiro.
Olá Luis, tudo bem?
Então, a questão da limitação financeira é realmente um problema. Por exemplo, fazer um mestrado ou um doutorado exige tanto (emocional, mental e tempo) que é preciso ter uma ajuda de bolsas de estudo. Evidente, isto não acontece só aqui no Brasil. É no mundo todo.
Não sei como será a sociedade daqui a 20, 50, 100 anos, mas o que tem despontado é a possibilidade de uma troca de informações e serviços sem precedentes. O caminho, me parece, é o da colaboração sistemática, em que todos ganham. Não sei se você conhece o Bliive. É um projeto bem interessante para substituir o dinheiro por trocas de serviços.
Quanto aos filmes, vou anotar e veremos se é viável para nós fazermos uma análise dos mesmos, ok?
Como você escreve muito bem, já pensou de ganhar dinheiro online escrevendo artigos para sites?
Atenciosamente,
Felipe de Souza
Crises e conflitos são excelentes oportunidades para gerar mudanças, e experimentar coisas novas.
Caro Doutor Felipe
Cada vez mais, respeito-o e o admiro como pessoa e profissional. Confesso-me constrangido em lhe fazer certas perguntas e/ou pedidos. Você, tão desprendido, solícito responde. Só por isto, o que não é pouco, meu muito obrigado.
Não, não sei o que é Bliive. Se puder me informar a respeito, agradeço. Às vezes, muito interessado na compra de um livro e/ou um curso on line, não tenho dinheiro para comprá-lo. Pergunto, via e-mail, ao autor se há uma forma alternativa de pagamento, inclusive a prestação de serviços, não tenho retorno. Compreendo que o autor teve despesas para obrar. Precisa do dinheiro para cobri-las.
Quanto aos filmes, é uma curiosidade que tenho para saber que diz a Psicologia sobre a psique das personagens principais. Fique à vontade. Se puder vir algum texto, ótimo.
Obrigado por dizer que escrevo muito bem. Já pensei em escrever. Fortaleci este pensamento depois de entrar em contato com seus excelentes textos. Tenho aprendido muito com eles. O uso que faço da internet é limitadíssimo. Apenas digito, imprimo, pesquiso juridicamente e vejo e envio e-mail. Uso internet móvel, um modem de apenas 2G, no momento, é o que pude comprar. Isto não me permite assistir aos vídeos, cursos on line. Logo, logo, esgota a franquia. Quando um texto vem acompanhado de vídeo, apenas leio o texto.
Atenciosamente,
Luís Monteiro.
Olá Luís,
Saiba mais sobre a Bliive aqui – http://bliive.com/
Basicamente, é uma rede colaborativa. Digamos que eu saiba alemão. Posso dar uma aula para você e ganho não dinheiro, mas uma hora no sistema. Depois, posso trocar essa uma hora por alguém que saiba Photoshop e possa fazer um banner para mim. Essa pessoa vai ganhar uma hora e vai poder trocar por uma hora de russo ou dança ou coaching, etc.
Ou seja, você não precisa de dinheiro, mas sim de saber fazer algo e trocar este algo com alguém lá dentro. É bastante interessante!
Sobre ser um redator online, esta possibilidade também é muito interessante. Você pode ser remunerado para escrever pequenos textos ou textos maiores (como os daqui do site). Alguns sites pagam entre 5 reais até 50 reais por um texto!
Atenciosamente,
Felipe de Souza