Olá amigos!
Estou concluindo o Curso de Coaching Internacional nesta semana e uma das ideias mais instigantes que notei durante o Curso foi de que “cada pessoa está fazendo o melhor que pode”. Ou seja, embora uma pessoa possa ter uma atitude considerada por todos como equivocada ou emitir um comportamento que ela mesma pensará depois como inadequado, tudo o que fazemos, nós fazemos a partir do melhor que podemos fazer – naquele momento.
Esta ideia não é exclusiva do Coaching. Em certo sentido, é parecida com a ideia da Programação Neuro-linguistica de que todo comportamento tem uma finalidade positiva. Neste texto, vamos conversar sobre isso, sobre as objeções e críticas bem como sobre o entendimento mais profundo a ser retirado – a partir da filosofia aristotélica de ato e potência. E como este pensamento é útil para entendermos e aceitarmos o comportamento das outras pessoas e, igualmente importante, o nosso próprio comportamento.
Cada pessoa está fazendo o melhor que pode
Se observarmos o mundo ao nosso redor, veremos muitas coisas interessantes assim como veremos eventos e comportamentos, individuais e coletivos, os quais são criticáveis e, não raro, até terríveis. A grande objeção, a grande crítica que pode ser feita ao pensamento de que cada um está dando o seu melhor – a cada momento – é a de que as pessoas podem ser muito más, podem mentir e serem desonestas, enfim, podem cometer crimes até hediondos.
Como concordar com esta frase ao observarmos um ladrão roubando uma velhinha? Será que o ladrão está fazendo o melhor que ele pode? Será que a finalidade do seu comportamento é positiva?
Bem, de acordo com o Coaching e com a Programação Neurolinguística sim. Primeiro, antes de criticarmos a ideia, temos que levar em conta o que dizemos por finalidade, ou seja, temos que fazer uma diferença entre o comportamento (roubar) e o fim a que o comportamento visa. Segundo o Coaching e a PNL, todas as pessoas visam a felicidade. De modo que um ladrão está em busca da sua felicidade (o dinheiro obtido), embora o seu comportamento seja desfocado, quer dizer, prejudicial à sociedade e, no fim das contas, até para ele mesmo quando for preso.
Portanto, temos:
Finalidade: a busca da felicidade
Comportamento: focado (correto) ou desfocado (incorreto)
Cada um está fazendo o melhor que pode porque cada um tem uma história de vida. Se formos investigar, veremos que o ladrão não se torna um ladrão à toda. Diversos fatores contribuem para que ele defenda – para si e para os outros – a ideia de que o melhor a fazer é roubar. Pode ter sido o contexto em que foi criado, a violência sofrida ou até um problema mental como um transtorno de personalidade que não foi tratado.
A questão que surge, então é: se cada um está fazendo o seu melhor, porque algumas pessoas não estão fazendo ainda melhor? É como o caso do ladrão. Por que, ao invés de estar roubando, ele não está buscando a sua felicidade em uma atividade mais focada, mais benéfica para si e para a sociedade como um todo?
Bem, a resposta do Coaching é que temos que considerar – ao modo da filosofia aristotélica – entre o momento atual e o momento futuro. Em outras palavras, temos que pensar no que já está disponível conscientemente para realizar e o que ainda pode vir a ser desenvolvido, a diferença clássica entre o ato e a potência.
Quando dizemos: “eu posso fazer isso melhor”, estamos falando de uma possibilidade (potência), de uma potencialidade que se encontra presente dentro de nós, mas que ainda não está totalmente disponível. É como a semente que tem a potencialidade de virar uma grande árvore, mas ainda é apenas uma semente. Terá que passar por diversas modificações para realizar o seu potencial integral.
Conosco acontece de forma semelhante. Como se disséssemos: “Hoje, eu faço o melhor que eu posso, pois até hoje foi o que eu consegui desenvolver. Sei que ainda posso desenvolver mais, sei das minhas possibilidades, das minhas potencialidades”.
Mas, então, surgem outras questões: por que demoramos para realizar o nosso potencial? O que faz com que tenhamos que lutar para fazer mais e melhor? A resposta é que, apesar do fato de que estamos fazendo o melhor que podemos no presente, podemos ter ou enfrentar limitações.
Por exemplo, (exemplo pessoal): eu posso aprender a falar alemão fluentemente. Porém, embora já tenha estudado por conta própria por alguns anos, preciso de aulas presenciais para aperfeiçoar a escuta e a fala. Entretanto, em minha cidade não encontro nenhuma escola de línguas que disponibilize aulas de alemão.
Dai temos a potencialidade (falar alemão fluente) e uma limitação (ausência de classes nas escolas). Este é um tipo de limitação que deve ser considerado uma limitação externa. Também podemos encontrar exemplos de limitação para a nossa potencialidade máxima que se encontram dentro, internamente. Por exemplo, uma pessoa pode querer visitar o Egito, mas o que a limita é o medo de viajar de avião.
O próximo passo, portanto, para realizar o potencial é encontrarmos formas de superar as dificuldades e limitações. Ao invés de focarmos a atenção no problemas, devemos contorná-lo e buscar alternativas, outros caminhos e até ajuda externa para conseguirmos superar as limitações – externas ou internas – que estamos enfrentando.
Quer dizer, eu posso encontrar aulas de alemão online por skype e a pessoa que tem medo de viajar de avião, pode ir para o Egito de navio ou contratar um terapeuta para ajudá-la a superar o medo de voar.
Conclusão
O pensamento de que cada um está fazendo o seu melhor, como disse no início, é extremamente instigante. Depois de passar pelas críticas a ele, podemos tentar ver o mundo a partir deste olhar. Encontraremos então uma perspectiva que nos afasta das críticas aos outros, dos julgamentos infundados, e, também, da culpa.
Afinal, se tentarmos ver o comportamento alheio como o melhor possível, veremos mais o esforço individual do que o que está errado (embora tenhamos que continuar atentos para o que pode estar desfocado). Entenderemos que cada um tem uma visão de mundo e que, apesar das dificuldades e desvios, cada um está buscando a sua felicidade.
A culpa também passa a ser redimensionada quando aceitamos que em nosso passado nós fizemos o que podíamos a partir do que sabíamos. Ou seja, não poderíamos ter feito de outra forma, pois estávamos fazendo o melhor…
Críticas, sugestões, comentários, por favor, escreva abaixo!
Primeiramente queria lhe parabenizar , o senhor parece adorar psicologia e na minha opinião faz muito bem , temos que fazer o que gostamos. Bem sempre leio seus textos acho muito interessantes. queria lhe sugerir escrever um texto sobre a vida acadêmica, mais necessariamente quando os professores nos passam trabalhos e no final sempre cai nas costas de um dos estudantes fazer todo o trabalho, é falta de espirito de liderança, as pessoas se aproveitam de mim, o que o senhor fazia na época de escolhas com esses sem-vergonhas que deixa tudo para ultima hora e quando faz é mal feito , como trabalhar em equipe e aproveitar as potencialidades de cada um , bjos .
Simplesmente amei esta publicação…! É a primeira que estou lendo. Minha mente agradece o conhecimento… Amo Psicologia, porem ainda não tenho como estudar… Tô vendo que estarei sempre por aqui…
Oi Michele!
Fico muito feliz que tenha encontrado o nosso site!
Será sempre um prazer contar com sua participação por aqui!
Atenciosamente,
Felipe de Souza
Olá Emmanuelle,
Obrigado!
Fico muito feliz com a sua avaliação!
Então, há um tempo atrás eu escrevi este texto – Não me faça pensar
Tem certa relação com o que você descreveu!
Atenciosamente,
Felipe de Souza