“Só aquilo que somos realmente tem o poder de curar-nos.” (Jung)

Texto escrito por Rosana Augusto – Psicóloga e Autora no site www.rosanaaugusto.com – Recomendo também a sua entrevista sobre o Perdão. Veja aqui – Entrevista Perdão – Rosana Augusto

Dentre o processo de transformação, a Psicoterapia é uma ferramenta de autoconhecimento e transformação, dada a importância do “querer” existente na procura da terapia, que enfatiza a energia psíquica já mobilizada para a cura.

A Psicoterapia possibilita caminhos eficazes de reajuste da atitude psicológica adquirida com a ajuda do terapeuta, segundo Jung este processo é composto de quatro etapas: a confissão, o esclarecimento, a educação e a transformação.

Na primeira etapa temos a confissão, quando o paciente pode finalmente revelar em relatos aquilo que até então permanecia oculto, verbalizado sua condição e descrevendo seu sofrimento. Assim, é possível se distanciar do isolamento e do sentimento de solidão, fatores estes que absorvem uma grande energia psíquica.

O segundo passo é o esclarecimento, com a confissão o paciente se permite o compartilhar de seu sofrimento, expressando sentimentos que eram conscientemente vivenciados.  Na revelação e entendimento do oculto surge a descoberta de suas potencialidades com novas formas de perceber suas emoções. Neste processo de abertura temos a fala do paciente em insight, ao entender os motivos que o levaram ao sofrimento reconhecendo suas fraquezas mediante a descoberta do que antes não se apresentava facilmente.

Na terceira etapa, o processo de educação permite ao indivíduo começar a agir, ao ter contato com os fatores que desencadearam seu sofrimento apresentando o esclarecimento e a elucidação. Neste momento, a preparação consciente para assumir uma nova atitude diante da vida, assumindo novos riscos através da educação que não se faz apenas com o contentamento provindo da confissão e do esclarecimento, mas efetivamente do esforço e determinação do paciente. Neste processo psicoterapêutico, dispensando a energia psíquica disponível para o ego, o inconsciente coopera em relação à consciência proporcionando a individuação e o crescimento.

Na quarta etapa, o processo de transformação insere a função positiva de uma crise e de um complexo decorrente do confronto com os complexos enfatizando que  a energia psíquica está disponível para facilitar o diálogo entre consciente e inconsciente, buscando soluções criativas alcançando o autoconhecimento.

O processo de transformação, que envolvem uma mudança de atitude do ego em relação ao inconsciente, buscando sempre a complementação que esta propõe, é a conseqüência das etapas vistas anteriormente: sem a confissão, não se tem esclarecimento, sem o esclarecimento não há educação, e sem a educação não há mudança efetiva e quando se assume uma postura diferente em relação a vida, somos expectadores de uma transformação.

A facilitação do diálogo consciente e inconsciente aponta a importância para o processo de transformação, trazendo do inconsciente todo o potencial humano, principalmente os potenciais criativos.

A transformação resultante do confronto com os complexos, da consciência de suas influências e do esforço para vencer sua autonomia. Através das mudanças de postura e atitudes, a fé e o “querer” geram e possibilitam o processo de cura como algo atingível e consciente.

Psicóloga Clínica Conselheira Tutelar