Olá amigos!
Nas festas do Final do Ano é comum vermos o surgimento de estados depressivos. Neste texto, vamos falar a respeito deste tema. Em inglês, é utilizado o termo “New Year’s blues”, ou seja, tristeza do final do ano.
Se observarmos bem as reuniões de família ou as conversas, veremos que um tema frequente é a lamentação sobre o que não foi feito. Embora isto pode ser utilizado para as promessas e esperanças para o ano que vem, a reclamação, a culpa, o remorso pelo que ficou por fazer pode superar a esperança do futuro. Frases como: “Não consegui emagrecer”, “Não consegui ganhar tanto quanto gostaria”, “Já não tenho mais vontade de tentar” ou sentenças parecidas são pensadas e ditas. O que tais pensamentos podem provocar nos sentimentos e sensações físicas não é muito difícil de imaginar…
Autoavaliações negativas e críticas, sentimento de inadequação, falta de apoio ou amor por parte daqueles que estão próximos são geralmente a causa do que, no senso comum, chamamos de depressão do final do ano. Em termos técnicos, a psicologia e a psiquiatria possuem alguns critérios para o diagnóstico da depressão como o tempo de duração, frequência, recorrência ou gravidade do estado emocional. De todo modo, quando um estado emocional é incomodo para nós mesmos ou para os outros, temos que ser sinceros e, se for necessário, buscar ajuda profissional.
O que acontece no final do ano?
No final do ano, a mídia sempre faz aquelas retrospectivas sobre o que aconteceu, os principais fatos e acontecimentos. Vemos retrospectivas dos melhores filmes, roupas, vestidos e maquiagens e o facebook também faz um levantamento do que foi mais pop em seu perfil social. Com isso, ainda que não percebamos, somos inclinados a criar uma retrospectiva do nosso ano.
Porém, a memória, o modo como a maioria das pessoas lembra das coisas, é ativada com sentimentos fortes que, em geral, são sentimentos negativos. Por isso, quando pensamos o que aconteceu este ano, podemos nos lembrar das brigas, desentendimentos, acidentes, erros, embaraços, etc. Evidentemente, também podemos nos lembrar de tudo de bom que aconteceu. Se agradecemos por isso, mais do que reclamamos pelo que deu errado, conseguiremos já dar um passo para não entrar neste estado depressivo.
Mas o problema é que esta decisão, consciente, de ver o lado positivo, de comemorar as conquistas e vitórias, de agradecer mais do que reclamar, nem sempre é eficaz. Inconscientemente podemos continuar ruminando os problemas até um ponto insuportável.
Neste período do ano, também vemos as pessoas abusarem de álcool e drogas. Enquanto isto possa ser justificado como uma “bebemoração”, também temos que pensar que o “afogar as mágoas” não trará depois nada de bom, a não ser ressaca, esquecimento temporário do que se fez ou disse, e talvez mais arrependimento (com mais brigas) do que o que se tinha antes.
Em síntese, as pessoas ficam tristes ou depressivas (não confundir tristeza com depressão) pelas memórias que são trazidas por estes levantamentos do que foi o ano que passou. Do mesmo modo que alguém pode ficar mal em uma determinada data, que corresponde ao falecimento de um ente querido, as festas do final do ano, as chamadas datas comemorativas, possuem idêntico sentido.
O que fazer para superar estas memórias?
Há pouco, eu conheci uma técnica havaiana muito interessante que trabalha diretamente nas memórias ruins que temos, nas mágoas e ressentimentos. Esta técnica se chama Hoʻoponopono. Embora não seja uma prática da psicologia propriamente dita, penso que qualquer técnica ou prática que seja útil deveria ser considerada. Veja o vídeo abaixo.
Além da técnica é sempre importante ter uma Orientação Psicológica pessoal, individual e aprofundada. Saiba mais aqui – Todos nós precisamos de ajuda
As pessoas também deprimem no final de ano porque são inconscientemente pressionadas a assumirem uma postura consumista, perfeccionista , pacifista e tantas outras…..Este ano especificamente hoje véspera de natal resolvi deixar de lado toda essas imposições que tanto massacravam-me e deprimiam…..Feliz Natal!!!
Olá Marcos,
Sim, existem vários motivos e cada pessoa pode encontrar a “causa” dos sentimentos negativos.
As relações sociais e familiares podem ser a fonte de tensões e desentendimentos também, assim como “ter que ser feliz”, ter que dar e receber com contentamento, entre outros aspectos que podem soar como imposição obrigatória.
Atenciosamente,
Felipe de Souza
Este ano até que não fiquei mal…. mas no ano passado, assisti um vídeo sobre resgate de cães, e um cão havia morrido, estava num estado de desnutrição muito grande, não era alimentado, estava com 60 pedras no estomago e a pseudo tutora alegando que o alimentava. Não preciso dizer que não deu em nada. Isso me deixou muito mal durante as festas e foi um sentimento que durou praticamente este ano de 2013 todo. O que mais me dói é a impotência face muitas situações, como crianças que morrem de fome, animais abandonados, pessoas largadas nas ruas, em situação de abandono. Acabo me sentindo mal pelo que tenho, porque acho que todos deveriam ter um pouco e todos poderiam estar bem. Mas não posso mudar o mundo, ao menos, não sozinha. Não sei se deu para entender, obrigada pelo espaço.
Olá Lucila!
Entendo perfeitamente os seus sentimentos.
O modo que encontrei de superar esta dificuldade é tentar ajudar como puder. Certa vez eu vi em um filme um personagem salvando algas marinhas. Eram milhares. Um outro personagem disse que não tinha sentido em salvar, porque ele não conseguiria salvar todas. A resposta dele, que estava salvando, foi: – para a que eu salvar, terei feito a diferença.
Ou seja, pode parecer pouco ajudar alguém ou um animalzinho, mas ainda que seja pouco perto do tanto de seres que precisam, terá feito toda a diferença para quem tiver sido ajudado.
Atenciosamente,
Felipe de Souza
Não entendo, por que me culpo de algo que não sou culpado. É isso me deprime.