Em meu Doutorado, estou estudando a autobiografia de C. G. Jung. É um livro interessantíssimo que vale a pena ler. Por exemplo, no capítulo em que descreve suas viagens ao redor do mundo, Jung encontra-se com um índio americano pueblo.

A partir deste contato que Jung sente ser um contato real (que quase nunca teve com um europeu), ele consegue ver o que representa a nossa sociedade industrial, colonialista, capitalista para alguém de fora:

O índio diz:

“Veja como é cruel o homem branco… Seus olhos tem uma expressão fixa. O que eles estão buscando? O homem branco sempre quer alguma coisa; eles estão sempre incomodados e inquietos. Nós não sabemos o que eles querem. Nós não o compreendemos. Nós pensamos que eles estão loucos”.

Jung então lhe pergunta porque ele achava que o homem branco estava louco.

– Eles dizem que pensam com a cabeça, responde o índio.

– Porque? Com o que você pensa? – pergunta Jung.

Nós pensamos aqui – diz o índio apontando o coração.

A partir desta experiência de Jung, podemos refletir:

– Porque estamos sempre inquietos? Sempre buscando algo?

– O que nós buscamos?
– Será que buscamos o essencial? O que realmente importa?

E por outro lado, é interessante saber que existem povos, ainda hoje, que conseguem realizar o indicado pelo Professor Henrique José de Souza: “Pensar com o coração e sentir com a mente”.

Referências: C. G. Jung. Memórias, Sonhos e Reflexões.