Todos nós sabemos que cada um tem um jeito, uma forma de pensar e sentir que nos distingue de todos os outros 6 bilhões de seres humanos que vivem hoje na terra. Cada um é cada um. Cada macaco no seu galho. Certo?


A psicologia, em vários países e através de várias teorias, já comprovou (milhares de vezes) que a experiência interna de um sujeito é tão diferente da do seu vizinho que as experiências mais cotidianas e simples não podem ser comparadas.


Algo simples como tomar um café ou um banho, ler um livro, lembrar do passado, ouvir uma música ou uma palavra é algo único para mim. E será diferente para você, e será diferente para seu pai, sua mãe, seus amigos, para o português da padaria, para uma criança…


Tudo bem. Cada um cada um. Nada de novo. Mas o que nós fazemos – e é causa de sofrimentos infindáveis – é:


– Espero que a outra pessoa faça comoeu faria.

– Espero que a outra pessoa diga o que eu diria.

– Espero que a outra pessoa seja como eu sou!


Talvez esse seja o ponto central de todos os conflitos entre as pessoas. Esperamos isso e, é claro, a outra pessoa por ser outra pessoa não agirá, necessariamente, como eu agiria e nem fará como eu faria. Lógico! A outra pessoa não é como eu, não é eu!


Pense em um conflito que você já teve há muito tempo com alguém.

O que a outra pessoa fez ou deixou de fazer, disse ou deixou de dizer? A causa do conflito não vem do fato de você esperar que o outro fizesse o que você faria?

O primeiro passo para transformar um conflito em harmonia é perceber que cada um é cada um. Respeitar o seu ponto de vista como válido, não como errado. Saber ouvir. Ver como o outro vê, sentir na pele como o outro sente é enriquecedor para a nossa experiência de mundo. Além de nos ajudar a sofrer menos.

FELIPE DE SOUZA