Olá amigos!

Em muitas ocasiões, o medo é maior do que a vontade. Sabemos que o medo é um sentimento que visa proteger o organismo de um perigo ou de uma ameaça. Por isso, é um sentimento presente nos animais, que os faz sobreviver em ambientes difíceis e, ao seu modo, também está presente no homem, como uma herança instintiva que tem o mesmo significado: proteção contra algo ou alguém que possa fazer mal.

Se imaginarmos um sujeito totalmente destemido, ao mesmo tempo ele poderá ser imprudente e colocar a sua vida em risco o tempo todo. Um exemplo interessante para pensarmos são os esportes radicais. Todos sabem que, mesmo com todo o suporte de segurança, há risco. Alguém pode aprender a conviver com o medo e ter prazer na adrenalina, mas, se perder totalmente o medo, os amigos do esporte irão alertar que os riscos aumentarão. Muitos tem consciência desta dinâmica e usam o medo para saber o dia e a hora mais adequados para praticar ou não o esporte.

Levando esta questão do medo para a nossa vida, veremos que o medo no nosso dia-a-dia na maior parte das vezes é infundado, ou seja, estão presentes na mente mas não na realidade. Com isso, podemos deixar de realizar muita coisa por medo do que poderia acontecer. Mas não aconteceu – ainda – e muito provavelmente não vai acontecer.

Uma pergunta boa para começar a autoanálise sobre este aspecto é: “E se você não tivesse medo? O que você faria diferente? O que você faria mais?

A seguir, falaremos dos 6 medos básicos da humanidade. Você tem algum deles?

Tipos de medo

A classificação a seguir é, de certo modo, arbitrária, pois poderia ser feita de outro modo e ter mais ou menos elementos. Mas, enfim, é uma referência para nos situarmos. Podemos falar de seis medos que são básicos e muito comuns. Certas pessoas tem todos os medos muito fortes, enquanto outras tem um ou dois. E também podemos falar na intensidade, alguns tipos de medo são severos para alguns e quase imperceptíveis para outros.

Medo da pobreza

Quem sempre teve recursos financeiros pode não entender muito bem este tipo de medo. Vemos este medo, porém, também em pessoas extremamente ricas que imaginam perder a sua fortuna e, com ela, seu status, fama ou poder.

Como por aqui a maior parte da população tem que trabalhar para viver, nós vemos mais este tipo de medo em situações como o medo de chegar o final do mês e não ter dinheiro ou não ter dinheiro para pagar as contas básicas.

Um aspecto que é muito importante deste tipo de medo corresponde à área da psicologia financeira que lida com investimentos. Quando uma pessoa pega as suas economias e decide investir em um negócio ou ações, por exemplo, este medo poderá intervir em escolhas mais conservadoras. Assim, o medo de ficar pobre, perdendo o montante investido, faz com que muitos brasileiros prefiram franquias de alimentos (pois pensam que, como as pessoas precisam se alimentar, é um investimento seguro), ou colocam suas economias na poupança, cujo risco é zero.

Medo da velhice

Conheço muita gente que diz que não quer envelhecer, que prefere morrer no máximo com 60 anos. Pela própria dinâmica da vida, temos duas escolhas: ou envelhecer ou morrer, não é mesmo?

Se formos analisar o porque do medo da velhice, veremos que o medo é justificado por um pensamento equivocado, pela ideia de que esta trará necessariamente dificuldades físicas, mentais, ou financeiras. Também relaciona-se com o medo da morte (sobre o qual falaremos a seguir), pois muitos pensam que estão se aproximando do momento derradeiro e o que pode estar do outro lado é a punição pelos erros cometidos no passado.

Medo da crítica

Já escrevi outros textos aqui no site sobre a crítica. Em um deles mencionei o caso de um leitor, que estudava psicanálise, e que me criticou em um texto, porém, sem razão. Quando comecei a conversar com ele por email, entendi o motivo de sua crítica. Ele desejava escrever e ter os seus textos lidos, contudo ele tinha medo de ser criticado. Na verdade, ele se criticava tanto que o impedia de dar prosseguimento ao seu desejo.

Este tipo de medo não está presente apenas nas avaliações escritas ou apresentações públicas (como seminários, trabalhos e provas orais, palestras). Está muito presente nas escolhas que são feitas tendo por base não a vontade individual, mas o medo de ser criticado pelos pais, pela família, pelos amigos, pela sociedade.

Quantas e quantas pessoas não escolheram uma profissão errada só para não serem criticados pelos pais?

Quantas e quantas pessoas não escondem os seus desejos amorosos com medo de serem criticadas?

Medo de perder o amor

O medo de perder o amor é bastante simples de entender. Em certo sentido, também poderia ser chamado de ciúme. O ciúme, como sabemos, é uma péssima estratégia de relacionamento, pois funciona fazendo com que se perca o relacionamento com medo de perder o relacionamento. No caso, estamos falando de perder o amor de um relacionamento amoroso: namorado, noivo, marido ou esposa ou outro tipo.

Mas este medo também possui relação com o medo de ser criticado. Ser criticado por uma pessoa querida é próximo do sentimento de não reconhecimento, de não ser admirado ou amado pelo outro.

Medo de doença

Os casos extremos de medo de doença são chamados de hipocondria, quer dizer, a imaginação como se fosse real da doença temida. A neurose obsessiva estudada profundamente pela psicanálise também descreve bem o medo da doença através dos rituais obsessivos de limpeza das mãos, na incapacidade de tocar objetos ou pessoas, ou no vício de tomar remédios, vitaminas, chás para combater o mal iminente.

O medo de doença, porém, também pode ser positivo, na tentativa de se cuidar ao máximo e de se preservar. Um exemplo é o de usar camisinha com medo de pegar uma doença sexualmente transmissível.

Medo da morte

O medo da morte origina-se de duas fontes: primeiro, o fato de a morte ser o desconhecido e, segundo, as diversas histórias religiosas que descrevem o tormento do pós-morte para os ímpios. Assim, como dificilmente alguém torna-se santo, e como muito facilmente são cometidos erros, pode-se começar a imaginar que a morte será horrível, com sofrimentos eternos.

Conclusão

Este texto foi escrito pela sugestão de diversos leitores. O medo é um sentimento básico que visa à nossa proteção. Mas como tudo, precisamos analisar se é pouco ou muito, se ajuda ou atrapalha, se está a fazer bem ou mal. Psicologicamente, o estudo do medo é semelhante ao estudo da memória. Sabemos o que é memória, como sabemos o que é medo, mas para entender a fundo temos que criar tipos e sub-grupos.

Avaliando a descrição acima, dos 6 medos básicos da humanidade… qual é o seu maior medo? O que ele impede de fazer?