Olá amigos!
Esta é a 1° Lição do nosso Curso de Neurociências Online e Grátis. Neste Curso, falaremos sobre os principais conceitos da Neurociência, mas, o que é mais interessante na minha opinião, serão os textos dedicados ao modo como o cérebro e todo o Sistema Nervoso influenciam o comportamento e são, por sua vez, influenciados pelo meio. Logo chegaremos lá.
Vamos começar do começo, então?
O que é neurociência?
Literalmente, neurociência é a ciência que estuda o sistema nervoso que, por sua vez, é constituído pelo cérebro e sistema nervoso central e periférico. Existem diversas maneiras de estudar este sistema de nosso corpo que é um dos mais complexos, desde o nível microscópico até a relação corpo e ambiente, nos comportamentos observáveis como andar e falar, ou nos comportamentos encobertos, como pensar, imaginar, sonhar.
De forma que temos que dizer que existem neurociências, no plural, dependendo do modo como o estudo será realizado, ou seja, a neurociência pode e deve ser dividida em áreas afins, complementares ao estudo, que vão da bioquímica até a psicologia.
Em síntese, neurociências é o estudo científico do sistema nervoso de uma forma ampla e, assim, compreende cinco disciplinas:
1) Neurociência molecular: trata a função das moléculas;
2) Neurociência celular: estuda a constituição e função das células no sistema nervoso;
3) Neurociência sistêmica: descreve e analisa as regiões do sistema nervoso e está ligado à neuroanatomia. Em outras palavras, divide o sistema nervoso em partes e nomeia estas partes e busca compreender as suas funções;
4) Neurociência comportamental: ligada diretamente à psicologia, especialmente a psicologia comportamental. Relaciona o estudo do organismo com o meio, centrando o seu estudo sobre os comportamentos internos, como pensamentos, emoções e os comportamentos visíveis como a fala, gestos e outras ações, em geral.
5) Neurociência cognitiva: centra o seu estudo sobre os comportamentos ainda mais complexos como memória, aprendizagem, enfim, a capacidade cognitiva de uma determinada pessoa em um determinado momento.
Como podemos ver, especialmente, pelas disciplinas 4 e 5, os limites são tênues, ou seja, possuem linhas de contato e, em muitas pesquisas, são utilizados conhecimentos de mais de uma disciplina, de acordo com as hipóteses, teses e metodologias. Para entendermos melhor o que é neurociência, podemos imaginar uma câmera que, com seu zoom, vai cada vez mais se aproximando, partindo do corpo como um todo e sua interação com o seu redor, entrando na pele e visualizando as partes do sistema nervoso, chegando ao nível celular deste sistema, como os neurônios, e indo ainda mais perto, e como mais zoom, até as moléculas que compõe os diversos tipos de células nervosas.
Assim, na medida em que precisamos utilizar os conhecimentos de cada uma destas disciplinas, falamos sempre em multidisciplinaridade, quando vamos estudar neurociências. São muitas disciplinas, portanto, multi-disciplinar.
Grandes questões das neurociências
Sabemos que o desenvolvimento das neurociências é muito recente. Em outra Lição, falaremos a respeito da história. Mas a fim de já nos introduzirmos na área, podemos descrever duas grandes questões presentes desde o começo e que, até certo ponto, ainda estão presentes nos dias atuais.
A primeira questão que trouxe enormes debates entre os especialistas foi entre a parte e o todo. Em termos técnicos, dizemos globalistas e localizacionistas. Embora os dois termos parecem complicados, é simples de entender.
Imagine o cérebro com toda a sua complexidade. Vamos dizer que queremos estudar a fala. Aonde acontece a fala no cérebro? Está localizada em uma região específica ou a fala acontece com a utilização do cérebro como um todo?
Alguns pesquisadores argumentavam que a fala deveria acontecer em apenas um lugar (localizacionistas – defendiam o local da função), enquanto outros pesquisadores mantinham a ideia de que a fala acontecia em diversas regiões do cérebro e, sendo um comportamento altamente complexo, deveria fazer uso do cérebro como um todo, globalmente (globalistas).
Evidentemente, eu escolhi o exemplo da fala. Mas a discussão envolvia e envolve todas as outras funções.
A segunda questão consistia na dúvida a respeito de o cérebro e o sistema nervoso como um todo serem apenas uma função do espírito (espiritualistas) ou não. Tudo o que os antigos atribuíam ao espírito, como a linguagem, os sonhos, as emoções, eram apenas uma atribuição da matéria (materialistas). Esta segunda questão também é fácil de entender, se pensarmos na ideia, presente em todas as religiões, de que temos dois ou mais “corpos”.
Por exemplo, muitos religiosos cristãos falam de corpo, alma e espírito (ou de corpo e alma). Embora a alma e o espírito sejam invisíveis, devemos atribuir uma substância ou tipo de matéria especial, diferente da matéria visível, mas ainda assim uma matéria, um corpo ou uma forma. Com isso, quando os religiosos descrevem o ser humano com 3 corpos (ou 2 na visão dualista e não tripartite), estão falando de substâncias diferentes do corpo.
No Oriente, diversas religiões ainda pensam em mais corpos, como é o caso da Teosofia, que embora Ocidental, possui influências do hinduísmo e budismo. A Teosofia, descreve, portanto 7 corpos: 1) Sthula sharira – O corpo físico, 2) Prâna – O corpo vital; 3) Linga sharira – O duplo etérico, 4) o corpo astral; Kâma rupa – O corpo de desejos ou corpo emocional, 5) Manas – Nossa Alma Humana, ou Mente Divina; 6) Budhi – Nossa Alma Divina; 7) Atman – O raio do Absoluto, nossa Essência Divina.
Independente do número de “corpos”, o que quero dizer é que na espiritualidade sempre se acredita que o corpo físico, observável e visível, é apenas um veículo, junto de outras realidades, mais sutis ou elevadas. Em resumo, este é o argumento dos espiritualistas: o corpo recebe as mensagens da alma e do espírito e assim, é controlado por eles.
Já o argumento materialista, que, por sinal, domina as pesquisas acadêmicas no mundo atual, argumenta que tudo o que existe é o corpo. O corpo que podemos ver a olho nu e o corpo que podemos ver no microscópio e que podemos analisar em testes de laboratório, nos níveis celular e molecular. Com isto, não é o espírito que envia uma mensagem para o corpo agir ou falar, mas é o próprio corpo, através dos neurônios, neurotransmissores, impulsos elétricos, hormônios, etc, que ativa todos os nossos comportamentos.
Deste modo, estas duas grandes questões ainda estão presentes:
Globalistas X Localizacionistas
Espiritualistas X Materialistas
Embora a discussão ainda permaneça, atualmente, os materialistas e os localizacionistas estão – digamos assim – ganhando a disputa, por apresentarem os argumentos mais convincentes dentro do modo de ciência tal qual conhecemos.
Na próxima Lição, falaremos mais a respeito da História das Neurociências.
Tenho muitos sonhos que não gostaria de ter, e tambem não consigo fazer interpretação.
Olá Maria,
Entender os sonhos é uma das tarefas mais complexas e que temos que aprender com o tempo.
Se você tem interesse nesta área, você pode estudar os seguintes livros:
– Interpretação dos Sonhos, de Freud;
– Seminário sobre sonhos de criança, do Jung.
Outra possibilidade é fazer terapia com um profissional da psicologia ou análise com um psicanalista.
De todo modo, também abordaremos o tema dos sonhos neste novo Curso de Neurociências Grátis.
Atenciosamente,
Felipe de Souza
Ótimo texto. vou acompanhar as aulas aqui. Gostei da visão de um psicologo dentro da neurociências, reli algumas coisas e vi acrescentar um ponto de vista. Gostei :)
gostei muito sempre acrescenta algo novo valeu !!
Olá Wanessa,
Obrigado! Fico muito feliz que tenha gostado do texto!
Sim, o grande objetivo com este Curso é justamente tratar a relação entre a neurociência e a psicologia =)
Atenciosamente,
Felipe de Souza
Olá Fernando!
Sim sim, em dois sentidos: estaremos sempre com novos textos e também estaremos sempre dando o nosso olhar ou opinião sobre os diversos temas da psicologia!
Atenciosamente,
Felipe de Souza
Pensava, que algumas áreas do cérebro funcionava de uma mesma forma, mas o estímulo biológico mudava de acordo com a carga individual da personalidade de cada pessoa, mas se é local e material no que se acredita a ciência, ainda estamos bastante limitados nas pesquisas de neurociência. Vai ser legal conhecer a história! Quero saber se a metafísica tem relação com a psicologia, através da parapsicologia.
Olá Maria,
Então, o argumento dos localizacionistas explica melhor uma série de fenômenos. Por exemplo, se duas pessoas sofrem um acidente e lesionam a mesma região do cérebro, terão a mesma dificuldade. O que explica a ideia de que o cérebro possui regiões responsáveis pelas diversas funções. Mas é bem complexo, por exemplo, temos uma região do cérebro responsável pela compreensão dos sons, outra para a associação de uma imagem com a “ideia” ou representação, e outra, ainda, para emitir o som.
Também é importante salientar que o cérebro possui uma grande capacidade de regenerar funções, quer dizer, se há uma lesão em uma área, é possível que as funções da área lesionada sejam incorporadas por áreas adjacentes.
A questão da metafísica e parapsicologia é bem complicada. Quase todas as psicologias são, a seu modo, metafísicas pois trabalham com modelos que estariam para além do físico, como mente, psique (psique é alma em grego), inconsciente. Ou seja, são modelos que não são possíveis de localizar no corpo. Freud, por exemplo, fala de metapsicologia. A psicologia menos metafísica é a psicologia comportamental, pois retira todos estes itens de sua explicação e fala – ao invés de mente, alma, pensamento – em comportamento. Por isso, é a área da psicologia que possui mais respeito dentro do espírito científico atual.
No início do século XX, muitas pesquisas que hoje seriam consideradas parapsicologia estavam dentro da psicologia, como os estudos de mediunidade, telepatia, telecinésia, etc. Com o tempo, cada psicologia foi se desenvolvendo ao seu modo e excluindo estas questões parapsicológicas.
Atenciosamente,
Felipe de Souza
Agradeço a explicação! Vou acompanhar o curso para inteirar-me sobre o assunto, é bastante interessante!
Gostei muito do texto.
Irei acompanhar as publicações. Muito bacana e um meio de nos mantermos atualizados.
Obrigada
Que ótimo Maria, vamos juntos então!
Atenciosamente,
Felipe de Souza
Olá Andrea!
Me alegro ao saber que você gostou do texto.
Em breve, estaremos dando continuidade ao Curso de Neurociências grátis.
Atenciosamente,
Felipe de Souza
Ola! Agradecida por você dividir seus conhecimentos conosco!
Olá Gisele,
Eu me formei na Universidade Federal de São João del Rei, em Minas Gerais. Ainda que possamos considerar o ensino em uma federal como não-gratuito (já que pagamos impostos muito altos), eu penso que foi me dada uma excelente oportunidade, naqueles anos (2002-2006). Por isso, faço o possível para compartilhar o que aprendi, também de forma gratuita por aqui.
Atenciosamente,
Felipe de Souza
legal o seu curso também vou acompanhar você faz um bonito trabalho!
Olá Mario,
Legal que você tenha gostado!
Em breve, já estaremos postando novos textos do curso!
Atenciosamente,
Felipe de Souza
bom dia amigo, sou estudante do curso de psicologia e desde que comecei o curso sempre me interessei pelo curso de neurociência e vejo o quanto é importante o estudo dessa ciência
Olá Francisco, é verdade!
Freud achava também que o estudo profundo do cérebro poderia ser de muito auxílio para o tratamento das doenças mentais. Vamos tratar também este tema em Lições futuras. Sabemos, por exemplo, que a esquizofrenia (uma das doenças mentais mais graves) possui relação com o aumento no nível de dopamina, o neurotransmissor responsável pela felicidade. Porém, a dopamina em altas doses, provoca alucinações visuais e auditivas, justamente, os principais sintomas da esquizofrenia.
É um prazer contar com sua presença por aqui, Francisco, ainda mais por você ser um futuro colega de profissão.
Atenciosamente,
Felipe de Souza
Oi Felipe
Obrigada pelo texto, achei interessantíssimo.
Valeu
Luciana
Olá Luciana,
É sempre um prazer compartilhar o que aprendemos e, no processo, também aprender não é mesmo?
Atenciosamente,
Felipe de Souza
Boa Tarde Felipe!!Depois que eu terminar a graduação em psicologia posso fazer especialização em neurociencias?obrigado.
Olá Luis Felipe,
Sim, existem diversos cursos de especialização em neurociências e neuropsicologia.
Veja aqui – O que é neuropsicologia?
Atenciosamente,
Felipe de Souza
Estou lendo o livro de Norman Doidge, O Cérebro que se Transforma, e neste livro fala-se muito sobre a plasticidade do cérebro, e que “todos nascemos com um cérebro mais adaptável, multifuncional e oportunista do que pensávamos”.
Olá Myria,
Sim, este fator da plasticidade é muito interessante.
Embora o argumento dos localizacionistas seja mais forte do que a dos globalistas, existe sim uma grande capacidade do cérebro de se “regenerar”, ou seja, áreas próximas podem se desenvolver e tomar o lugar das partes lesionadas.
Atenciosamente,
Felipe de Souza
eu sou licenciado em medicina(clínica geral), e depois de ter lido vosso texto, fiquei tão encantado, que até já me inscrevi para o mestrado de NEUROPSICOLOGIA CLÍNICA, contando desde já vossa ajuda, não sou com com os textos, neste espaço, mas também na aquisição de manuais para o efeito.
atenciosamente
SERAFIM JOSÉ FERREIRA.
Olá Serafim,
Fico muito contente que o texto tenha lhe incentivado a investir em uma formação na área.
Em breve, vamos criar novas lições do Curso Grátis de Neurociencias, ok? Aguarde.
Atenciosamente,
Felipe de Souza
Olá Felipe! Eu sou escritor e palestrante e sempre usei a neurociência relacionada à educação. Agora fui convidado a fazer uma palestra para um curso de enfermagem. Você teria alguma sugestão para o uso da neurociência na enfermagem…
desde já agradeço
abraço
Olá André,
Sempre que vamos programar uma palestra, devemos ter em mente o interesse do nosso público alvo.
Assim, penso que você poderia conversar com algumas pessoas formadas na área e desvendar quais seriam os seus interesses nas neurociências.
Atenciosamente,
Felipe de Souza
Felipe, seus textos são bons, Didáticos. Gostaria de conhecer a psicologia transpessoal. Se sobrar um espaço aí, vou aproveitar os seus ensinamentos com o maior empenho.Desde já obrigado.
Olá Carlos!
Muito obrigado!
Sua avaliação é um grande incentivo para continuarmos!
Sobre a psicologia transpessoal, eu tenho o objetivo de criar um curso sobre cada abordagem, ok?
Atenciosamente,
Felipe de Souza
Realmente, creio que a ciência tem muito que caminhar ainda para esclarecer certas coisas. O ser humano é muito complexo, mas temos tudo muito interligado entre o corpo, alma e espírito, ainda que eu não saiba muito distinguir o que é alma e o que é espírito. Acredito que um bom profissional da psicologia tenha que ter várias alternativas para ter um dignóstico preciso de seus pacientes, pois tem que observar todas estas questões ou a razão do problema, se é somente físico, ou psicológico ou então espiritual. Digo isso porque ninguém sabia me dizer (os psicólogos e psiquiatras que eu fui) porque eu estava ouvindo vozes externas, ou seja (que aconteciam na minha cabeça), simplesmente de deram medicação, atendimento de musicoterapia, conversas com psicólogos, mas ninguém teve a brilhante idéia de que estava sofrendo de “obssessão espiritual” e fui a um centro espírita muito conceituado e tive algumas respostas, assim que cheguei na sala onde faziam passes, cura espiritual, cirurgias, a moça já levantou a mão dizendo para eu ficar calma que tudo ia se resolver. Enfim, ela colocou a mão sobre minha cabeça e sentiu a presença de três espíritos, conversou com eles perguntando o porquê que estavam me obssediando e um respondeu assim: queria enlouqueça-la, quando eu ouvi isso não acreditei achei que era uma espécie de “teatro”, pois houve a incorporação num médium e logo ela pediu que se afastasse de mim, e logo o homem caiu no chão. Fiquei espantada e nem sabia o que pensar nesta hora, mas foi assim que eu parei de escutar vozes, que nenhuma medicação estava conseguindo fazer. Só queria deixar aqui minha experiência. Valeu.
Olá Yasmin!
Obrigado por compartilhar as suas experiências conosco.
Existe uma área de estudos não muito conhecida no Brasil que se chama ciência da religião. É uma área muito abrangente que procura estudar (com todo o respeito) as diversas manifestações religiosas. É bastante interessante.
Atenciosamente,
Felipe de Souza
Olá Felipe! Sou estudante pedagogia e estou no 3ºano. Pretendo fazer meu TCC, meu questionamento seria : As contribuições da neurociência na alfabetização nos anos iniciais? Poderia contribuir com indicações de livros, artigos e outros sites? Grata. Cleide
Olá Cleide,
Este livro é excelente:
http://www.buscape.com.br/neurociencias-desevendando-o-sistema-nervoso-3-ed-mark-f-bear-8536313331.html#precos
Recomendo também nosso Curso sobre como fazer um TCC:
https://psicologiamsn20220322.mystagingwebsite.com/2014/10/curso-como-sobreviver-ao-tcc.html
Atenciosamente,
Felipe de Souza
Olá Felipe de Souza. Parabéns pelo artigo. No entanto, há uma incoerência quando você fala da visão cristã. Veja:
Por exemplo, na religião cristã, falamos de corpo, alma e espírito. Embora a alma e o espírito sejam invisíveis, devemos atribuir uma substância ou tipo de matéria especial, diferente da matéria visível, mas ainda assim uma matéria, um corpo ou uma forma. Com isso, quando os religiosos descrevem o ser humano pensam em 3 corpos, ainda que de substâncias diferentes: corpo, alma ou espírito.
Pelo menos a visão cristã católica não condiz com sua afirmação. Para compreender isso, leia no Catecismo da Igreja Católica, números 362-367. Especificamente no número 367:
Encontra-se às vezes uma distinção entre alma e espírito. São Paulo, por exemplo, ora
para que «todo o nosso ser, o espírito,a alma e o corpo», seja guardado sem mancha até à vinda do Senhor (1Ts 5, 23). A Igreja ensina que esta distinção não introduz uma dualidade na alma (235), «Espírito» significa que o homem é ordenado, desde a sua criação, para o seu fim sobrenatural (236), e que a alma é capaz de ser gratuitamente sobreelevada até à comunhão com Deus (237).
Ou seja, temos um corpo (que é material) e uma alma (que é espiritual). Quando dizemos que temos uma alma espiritual, não estamos separando alma e espírito, estamos apenas afirmando nossa intimidade com Deus, sobretudo após o batismo, quando nos tornamos filhos de Deus.
Olá Wilkinson!
Estou longe de ser um especialista em teologia. Porém, é preciso ver que a teologia (como um “estudo de Deus”) é na verdade muito anterior ao cristianismo, já estando presente – o termo – entre os filósofos gregos antigos. Existem sim muitos teólogos que tem o argumento do corpo, alma e espírito como três partes (tripartite) e não dois (dualismo).
Existem argumentos da Bíblia que permitem essa leitura, como Tessalonicenses:
“E o mesmo Deus de paz vos santifique em tudo; e todo o vosso espírito, e alma, e corpo, sejam plenamente conservados irrepreensíveis para a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo”.
Ou em Hebreus:
“Porque a palavra de Deus é viva e eficaz, e mais penetrante do que espada alguma de dois gumes, e penetra até à divisão da alma e do espírito, e das juntas e medulas, e é apta para discernir os pensamentos e intenções do coração”.
Estudiosos do Novo Testamento, inclusive chegaram a contar o número de usos das palavras corpo (soma, 151 vezes), alma (psyche, 105 vezes) e espírito (pneuma, 80 vezes):
Mas, evidentemente, existem diferentes interpretações.
Se pegarmos em outras religiões, como a hindu que influenciou fortemente o budismo (esotérico) e a teosofia, temos a ideia de 7 corpos!
De toda forma, o que queremos dizer é que toda tradição religiosa implica na ideia de que a totalidade não se resume à materialidade do que se pode apreender com os cinco sentidos.
Atenciosamente,
Felipe de Souza
Olá Felipe. Acho que o problema está na sua generalização entende? Quando você diz no artigo “a religião cristã…” ou “os religiosos…” você, mesmo que sem querer, acaba mencionando a todos os cristãos. Inclusive os católicos. Por isso, estou tentando mostrar que essa visão não é a católica. Não sei se percebeu, mas você citou uma passagem de Tessalonicenses da qual eu já havia citado, conforme a interpretação católica, ou seja, aquilo que está no Catecismo. Então, o melhor seria você especificar as “religiões cristãs” e “os religiosos”.
Você está certo Wilkinson!
Modificarei o texto.
professor Felipe, gosto muito destes textos que pública,interessante pra mim pois sou professora de educação especial, sou especialista no AEE, e gostaria muito de fazer este curso neurociência. para assim conhecer melhor minhas crianças, e de como lidar melhor com elas. MUITO OBRIGADA PELA OPORTUNIDADE!
Olá, eu descobri hoje esse site. assim.. aqui eu posso aprender sobre neurociencias de uma forma em que eu me torne inteligente a respeito do assunto? como se eu estivesse cursando neurociencia?
Olá Fabricio!
Este é um curso introdutório.
Evidentemente, fazer uma graduação ou pós-graduação dará acesso a informações mais aprofundadas.
Atenciosamente,
Felipe de Souza
Alma e espírito são a mesma coisa. A palavra Alma = anima (Italiano), portanto alma é o espírito quando este anima um corpo.
Amaury, no latim, assim como no português, temos as palavras alma (anima) e espirito (spiritus). Abraços