É muito interessante andar pelas ruas das grandes cidades e observar como as pessoas são diferentes. Em cidades enormes como São Paulo, Nova Iorque, Londres ou Tóquio isto é ainda mais evidente.

Mas, mesmo observando rapidamente, podemos ver que dá para encaixar as milhões e milhões de pessoas em determinados grupos. 

Para entender como são milhões e milhões de pessoas, o melhor caminho é dividir todas elas e entender o que é parecido, criando grupos ou tipos parecidos. Classificamos. Ou, em termos da psicologia, criamos uma tipologia.

Desde a Antiguidade, a humanidade gosta de criar tipologias. Temos diversas e são interessantíssimas.

No mundo grego, muito antes de nossa ciência moderna, os elementos da natureza não eram considerados no nível atômico. Se você der uma olhada ao seu redor, poderá ver 4 tipos de elementos:

– elementos sólidos ou duros (terra)

– elementos líquidos (água) 

– elementos voláteis (ar) 

– elementos combustíveis (fogo).

Não podemos sair desta classificação do que podemos ver e tocar. Estes são os 4 elementos.

Na astrologia, que procura ver correspondência entre os astros e as diferenças de personalidade, também o número 4, antes do 12, é importante. No pensamento da astrologia antiga, temos 3 signos de terra (touro, virgem, capricórnio), 3 signos de água (câncer, escorpião, peixes), 3 signos de ar (gêmeos, libra, aquário) e 3 signos de fogo (áries, leão e sagitário).

Independemente da astrologia ser verdadeira ou não – é muito interessante o fato de encontrarmos pensamentos semelhantes em diveras culturas, como a egípcia, a chinesa, a hindu, a grega…

O centro deste pensamento é a classificação da diversidade das pessoas em alguns tipos.

Pense nas pessoas que você conhece. Você não pode encontrar alguém que é: 


– constante, que é sempre o mesmo, talvez cabeça dura (terra)? 

– sentimental, sensível, carinhoso, talvez chorão (água)? 

– lógico, racional, inteligente, talvez arrogante (ar)? 

– intenso, rápido, inquieto ou talvez nervoso (fogo)?

Claro que você pode encontrar e classificar as pessoas desta forma.

Na Grécia surgiu uma outra tipologia, que influenciou a medicina por toda a Idade Média. Foi criada por Hipócrates, o pai da medicina. São os 4 temperamentos: 


– sanguíneo, 

– melancólico 

– colérico

– fleumático

A ideia é de que cada um dos temperamentos tem a predominância de um fluido corporal. Assim, a pessoa fleumática possui a predominância do fleuma (as secreções do pulmão, como o catarro); a pessoa colérica possui em demasia a bile amarela (do fígado); a pessoa melancólica a bile negra (em grego, melancolia quer dizer, literalmente, bile negra); enquanto a pessoa sanguínia teria o sangue como o elemento mais influente.

A classificação é mais médica e biológica, ou seja, mais física. Entretanto, há influência no modo como a personalidade é percebida. Por exemplo, a ideia de uma pessoa  colérica, sempre irritada ou de mal humor vem daí. Assim como a pessoa melancólica, depressiva ou triste. Para saber mais sobre melancolia, clique aqui: Psicologia da Depressão.

Com o surgimento da psicologia como ciência em 1889, surgem outras classifcações – que veremos logo mais. Aguardem.