A droga chamada crack é uma segunda forma de consumo da base de cocaína que se obtém pela mistura com bicarbonato de sódio e/ou amoníaco.

Uma curiosidade sobre o nome Crack vem de que, quando queimada em um cachimbo – seja ele de qualquer material – produz um ruído de estalo, fazendo então um “crack” quando o usuário utiliza a droga.

Devido à sua rápida absorção, intensidade e curta duração dos efeitos, a dependência faz-se num muito mais curto espaço de tempo do que a cocaína e o consumo regular da droga pode provocar alucinações e comportamentos violentos, paranoicos e suicidas. (ARAGÃO, SACADURA, 2002)

Curso Dependência do Crack – Como lidar?

Uma droga de surgimento recente e com poder de dependência instantâneo. Segundo especialistas, no terceiro consumo os usuários já se tornam viciados. É classificada pelos traficantes como uma droga de fácil acesso, de matéria prima barata, e muito lucrativa sua comercialização por ter um rápido início de ação e curta duração de efeito. Assim, necessita ser consumida novamente para aliviar as fissuras ocasionadas por seu consumo, torna-se bastante onerosa para seus consumidores. (OLIVEIRA, 2013)

Formas de Consumo

O crack geralmente é fumado com cachimbos improvisados, feitos de latas de alumínio e tubos de PVC (policloreto de vinila), que permitem a aspiração de grande quantidade de fumaça. A pedra, geralmente com menos de uma grama, também pode ser quebrada em pequenos pedaços e misturada a cigarros de tabaco ou maconha – o chamado mesclado, pitico ou basuco.

Ao aquecer a pedra, ela se funde e vira gás, que depois de inalado é absorvido pelos alvéolos pulmonares e chega rapidamente à corrente sanguínea.

Efeitos no organismo

Segundo Ferreira-Borges e Filho (2004), o consumo regular de Crack a par de criar rapidamente no sujeito uma forte dependência física e uma neurotoxicidade (degeneração neuronal) muito importante, pode ainda conduzir a graves perturbações cerebrais, a alterações gravíssimas nas vias respiratórias, desencadear paragens respiratórias e/ou cardíacas cuja consequência extrema é a morte; desenvolver, por alteração do estado de saúde geral, debilidade dos estados físico e psicológico e, lesões cutâneas resultantes da forma de consumo.

Um estudo divulgado pelo CEBRID (2005), revela que o uso prolongado do crack, pode trazer, dentre outras as seguintes consequências:

a) Danos à área frontal do cérebro, responsável, principalmente, pelo controle dos impulsos;

b) Isolamento temporário;

c) Quadro de arredio, fazendo com que o usuário torne-se incapaz de manter suas relações com parentes e amigos;

d) Afastamento da escola (adolescentes) e do trabalho (adulto);

e) Aparecimento de reações paranoicas.

Perfis de usuários de Crack

Sapori et al. (2010) destacam os seguintes perfis:

a) O paciente psicótico: Trata-se de um paciente que apresenta um quadro psiquiátrico de psicose e que faz uso de crack. Esse é um caso, que em momentos de crise, necessita de internação em hospital psiquiátrico para tratar de sua psicose.

b) O marginal travestido de paciente: Trata-se do individuo que faz uso do rótulo ‘craqueiro’, simula um quadro de fissura e/ou abstinência para buscar/exigir uma internação ou tratamento nas instituições especializadas. Nos centros de tratamento esses pacientes não aderem ao tratamento, roubam roupas ou objetos de uso pessoal de outros pacientes e outras coisas que encontram “descuidadas” nas instituições.

c) O usuário compulsivo, neurótico: Trata-se de um usuário compulsivo que pode fazer uso descontrolado de crack e apresenta quadro de fissura. Pela sensação que tem, da impossibilidade de se controlar, reconhece as perdas repetidas de laços sociais, familiares e afetivos e sofre por isso, busca ajuda nas instituições de saúde.

Tratamento para o Crack

Segundo o site www.brasil.gov:

“Existem diversas abordagens para quem deseja se recuperar da dependência do crack. Não há um tratamento único, que seja apropriado para todos os casos. Técnicas e sistemas podem ser combinados sempre que necessário, de acordo com tipo de ambiente, intervenção e serviço mais adequado para cada problema ou necessidade do paciente. Buscar a modalidade que melhor se encaixa em cada caso contribui para o sucesso na recuperação e para o retorno a uma vida produtiva na família, no trabalho e na sociedade”.

Sistema de tratamento:

A internação: Indicada para pessoas que necessitam de uma intervenção mais intensiva para deixarem de fazer o uso da droga.

Tratamento ambulatorial: Indicado para dependentes que conseguem ficar abstinentes ou diminuir o consumo sem necessitar de internação.

Técnicas de tratamento

Tratamento psicoterápico: Ajuda o dependente a repensar sua relação com a droga e seu projeto de vida.

Tratamento medicamentoso: Indicado para redução de sintomas de abstinência, além dos quadros de intoxicação, aguda e depressão,

Autoajuda: Indicado para usuário da droga e familiares, motiva o dependente a refletir e dividir suas experiências.

Veja também – Crack – Documentário completo sobre o vício

Curso Dependência do Crack – Como lidar?

Referências:

Aragão, M. J. e Sacadura, R. Guia Geral das Drogas: explicar o seu mecanismo e as suas consequências. Lisboa: Terramar, 2002.

CEBRID. Centro Brasileiro Sobre Uso de Drogas Psicotrópicas. II levantamento domiciliar sobre o uso de drogas psicotrópicas no Brasil: estudo envolvendo as 108 maiores cidades do país. São Paulo: CEBRID, 2005.

Ferreira- Borges, C. e Filho, H.C. Usos, Abusos e Dependências: Alcoolismo e

Gonçalves, Artur . Álcool, tabaco e outras drogas: concepções de professores e alunos o ensino básico e secundário e análise de programas e manuais escolares. Tese de Doutoramento. Universidade do Minho, 2008.

OLIVEIRA, Cynthia Brito de; SOUZA, Maria Rodrigues de. Dependência química do’crack’como gerador da criminalidade no âmbito patrimonial. Revista Brasileira de Direito e Gestão Publica, v. 1, n. 1, 2013.

SAPORI, Luis Flavio et al. A problemática do crack na sociedade brasileira: o impacto na saúde pública e na segurança pública. Belo Horizonte: CEPESP – Centro de Pesquisas em Segurança Pública da PUC Minas, 2010.

Toxicodependências. Lisboa: CLIMEPSI Editores, 2004.

http://www.brasil.gov.br/crackepossivelvencer/a-droga/composicao-e-acao-no-organismo

Psicólogo Clínico e Organizacional (CRP 06/119079), Abordagem Junguiana. Atendimento Online e Presencial (Itapeva-SP).