O apego às nossas ideias e o sofrimento:


Não estamos acostumados com a impermanência das coisas. Pensamos o mundo, as coisas e os seres que aqui se encontram como eternos e imutáveis. A lei da natureza é a transformação, é o movimento. Nada está parado. As situações mudam, os serem envelhecem, morrem. Sofremos pois nos apegamos às situações passadas, à momentos de felicidade que passaram. Nunca pensamos no agora. Essa “falta de concentração” nos traz muito sofrimento. 
Porque não devemos nos frustar nas mudanças

Apegamo-nos a algo que não existe mais ou que ainda não chegou a existir. O fato de não termos o controle sobre as situações nos deixa sem norte. Ficamos tristes ou raivosos quando as coisas não saem conforme o planejado. Não temos o controle sobre o que tem de ser e ocultamos de nós mesmos o fato de que colhemos o que plantamos. Devemos viver conforme as mudanças, tendo sempre em mente um plano A, um plano B e C e D. Assim, devemos levar em conta sempre que as coisas se transformam e que não devemos sofrer com isso. Temos de estar aptos à mudanças, temos de estar o menos apegados aos nossos planos, às nossas ideias e aos nossos desejos. Afinal, somos feitos de que? Somos feitos apenas de nossos planos e desejos? Devemos nos tornar amargos por não conseguir o que queremos? Já pensamos que, muitas vezes, as pessoas tomam um objetivo e lutam por ele até o fim, e quando o alcançam, não ficam felizes ou satisfeitas pois percebem que a felicidade não está nisso? Deixaram de ser felizes no agora para serem felizes no amanhã. Vale o sacrifício? Quem garante o amanhã?

Não pensamos no seguinte: quanto mais apto eu for em mudar meus planos ou de não ficar frustrado pelas circunstâncias que mudam, mais tranquila será a minha caminhada por esse mundo de mudanças. Viva a vida, sinta o agora em seu corpo, em sua mente. Deixe que as coisas tomem seu fluxo natural, que é a mutabilidade.

Michelle Vaz é graduanda em Filosofia