A glândula pineal, sempre cercada de mistérios e mitos, vem desde o começo do século XX, sendo desvendada, através de pesquisas laboratoriais pela ciência moderna. O que é comprovado, atualmente, é que a pineal é responsável pela produção da melatonina – uma substância que induz ao sono. 

Esta misteriosa glândula, foi para Herófilo, um anatomista da Universidade de Alexandria, um esfíncter que regulava o fluxo do pensamento; para Descartes era o que permitia à alma se comunicar com o corpo; enquanto que para os místicos orientais é um dos chakras que, se desenvolvido, permite o desenvolver espiritual. 


Já os astecas acreditavam que a pineal era como canto do grilo, que se para ela nos atentássemos poderíamos nos tornar conscientes da nossa alma em sonho; e os yoguis tinham-na como o terceiro olho, com o qual poderiam ver a matéria espiritual. 


No século XIX, não acreditando em qualquer finalidade da glândula pineal, os anatomistas admitiam que fosse vestígio de alguma estrutura que antes fora importante. Durante longos tempos, não havendo nenhum conhecimento de nenhuma função, não se lhe admitia nenhum papel. 


Anatomia da Pineal


A glândula pineal, também chamada de epífise, é um órgão cônico, achatado, em forma de pinha – Conarium pinealis, cone de pinha – localizado na extremidade posterior do terceiro ventrículo, acima do diencéfalo, ao qual se liga por um curto pedúnculo. 

Na pessoa adulta é de aproximadamente de 8 a 5mm. 

A pineal é a primeira glândula do corpo a ser formada ainda na fase embrionária, e é bem distinguível ao redor da terceira semana após a concepção.

Melatonina

O hormônio produzido pela glândula pineal- mais especificamente pelos pinealócitos (células da pineal ) – foi isolada no ano de 1958 por Lerner. 

E ficou conhecida com o nome de MELATONINA, (do grego MELOS, negro e TOSOS, trabalho, ou seja: trabalhador noturno) apresentando como principal função regular o sono. A secreção dessa substância é quase exclusivamente determinada por estruturas fotossensíveis. 

A partir do momento que fechamos os olhos, quando o organismo percebe o ambiente escuro, começa a liberação de melatonina na corrente sangüínea, preparando o organismo e induzindo o sono. 

Em presença de luz, é enviada uma mensagem neuroendócrina bloqueando a sua formação. 

Este hormônio é fabricado a partir do aminoácido Triptofano, que se transforma em Serotonina e esta em Melatonina. 

Recentes estudos demonstraram que os níveis de melatonina são maiores na mulher, tornando-a mais sensível às mudanças sazonais da luz que os homens. Porém o suplemento hormonal tanto no homem quanto na mulher é igual: decresce e torna-se semelhante em perdas na velhice. 

A melatonina temporiza ou sincroniza diferentes funções do organismo, por isso esta controla o ritmo circadiano. O ritmo circadiano é um ritmo que varia de indivíduo para indivíduo, porém, para cada um este ritmo é fixo, aproximando-se de 24 horas. 

A pineal sincroniza as diferentes funções do organismo através das informações luminosas do ambiente que chegam até esta.  Assim sendo, a glândula pineal informa ao organismo as condições de iluminação ambiental fazendo a tradução de um sinal de entrada neural em um sinal de saída hormonal. 

A melatonina e o sono

A melatonina e o sono dos bebês 

A melatonina materna ajuda no controle do ciclo do sono do lactente. Pesquisas mostraram que os bebês apresentam sincronia com a mãe. Como a Melatonina está presente no leite materno e sua concentração é maior a noite, os bebês dormem mais com o leite oferecido a noite. 

Porém nas crianças, a glândula pineal é muito pequena e sua secreção de melatonina não está regularizada, o que explicaria o sono imprevisível destas. 

Especialistas norte-americanos relataram que as crianças precisam de pelo menos nove horas de sono por noite para garantir uma boa saúde, enquanto os recém-nascidos dormem aproximadamente dezoito horas por dia, com pequenos períodos de vigília.

A melatonina apresenta a sua máxima produção aos três anos de idade.

A melatonina e o sono dos jovens 

Pessoas jovens em boas condições de saúde têm picos de produção de melatonina entre duas e três horas da manhã se estão num ritmo de vida normal, e esta produção aumentada produz o sono, onde grande parte da energia e do equilíbrio orgânico se restabelece, sendo que um adulto necessita geralmente de sete a oito horas para tal restabelecimento. 

A maior produção de Melatonina se dá na adolescência e no adulto jovem, começando a decair após os trinta ou quarenta anos e na idade de setenta ou oitenta anos a secreção do hormônio está severamente diminuída.

O Sono dos idosos 


O idoso, se em boas condições de saúde, apresenta seu pico de produção de melatonina em torno de três horas da manhã e dorme uma média de seis horas ou menos por dia, com múltiplos despertares. 

Com o envelhecimento a glândula pineal funciona menos e há uma queda na produção da melatonina. A quantidade máxima de liberação desta nas pessoas de idade corresponde somente à metade dos jovens. 

Não é portanto espantoso que alguns idosos reclamem da qualidade de sono ou insônia já que a produção de melatonina, que está intimamente relacionada com o sono é baixíssima. 

Por volta dos 70 anos, os níveis de quantidade daquela são baixíssimos em muitas pessoas, quase nulos. Sendo às vezes necessário a reposição hormonal. 

Deste modo, a produção de melatonina pela glândula pineal é essencial na saúde de todas as pessoas, não importando a idade, principalmente porque a pineal apresenta importantíssimas funções para o organismo, incluindo a preparação para o sono, que restabelece o corpo preparando-o para um novo dia. 


A quantidade de melatonina no sangue interfere diretamente no sono, quando esta é em grande quantidade, como nas crianças, o sono além de ser por hora irregular, também se mostra abundante. 


No decorrer da vida e com a subsequente diminuição do hormônio produzido pela pineal, o homem passa a dormir menos na idade adulta do que dormia quando na infância, e ainda menos quando adentrar na terceira idade, sendo que nesta a quantidade de melatonina é baixíssima, senão nula. O sono, então torna-se escasso.