Olá amigos!
No fim de ano, é muito comum notarmos no consultório de psicologia (e mesmo ao nosso redor, em familiares e amigos) o que podemos chamar de depressões ou tristezas de final de ano.
Evidentemente, existe uma grande diferença clinica entre uma depressão e uma tristeza, mas independente da classificação que se dê, o período do ano é o que influi neste estado de humor.
Entre nós, no Brasil, não temos muito o que aparece em especial nos países do norte da Europa – a depressão sazonal – a depressão causada por períodos circulares de tempo, geralmente nos longos e fortes invernos (ou verão). Nestes, a cada ano, no inverno, a pessoa deprime e vivencia todos os sintomas de uma depressão típica.
Embora as causas da depressão sejam muito variadas e às vezes difícil de determinar, nas depressões sazonais, o período do tempo é certamente o fator predominante.
Por aqui, como disse, não vemos tanto este tipo de diagnóstico. Afinal, a variação térmica não chega a ser tão extremada. Entretanto, o que há de comum em toda parte do globo é a relação entre datas especificas (aniversários, datas comemorativas em geral) e estados de tristeza que poder chegar a depressões moderadas a graves.
Tristezas de final de ano
Psicologicamente, podemos nos perguntar por quais motivos aparecem esta classe de sentimentos logo no final do ano que, ao contrário, para incontáveis pessoas é um período de reencontrar a família, ter esperança no futuro, olhar para o passado recente e agradecer pelas realizações.
Por que, enquanto uns se alegram, outros se entristecem?
A partir dos estudos da psicologia cognitiva de Aaron Beck e colaboradores, a psicologia reconhece que não são os fatores e fatos externos que são a causa de pensamentos e sentimentos negativos, mas sim o modo como interpretamos e construímos a nossa realidade.
Um exemplo bem simples para entendermos isso é a famosa pergunta se um copo de 300 ml com 150 ml de água está meio cheio ou meio vazio.
De um ponto de vista factual, o copo está meio cheio e meio vazio, porém, o sentimento que pode aparecer quase que instantaneamente de quase completude ou quase escassez vai depender da percepção que é intermediada sempre pela avaliação, positiva ou negativa.
Transpondo essa metáfora do copo para a nossa vida cotidiana, entendemos que são as avaliações que enquadram a realidade. Enquanto um reclama por estar com uma doença grave, outro reclama por não ter um objeto de consumo, enquanto outro, ainda, só fica pensando em como pode ajudar, seja arrecadando alimentos para dar aos necessitados ou brinquedos para atender às cartas das crianças carentes para o Papai Noel.
Conclusão
Como dissemos no início, existe uma grande diferença entre depressões e tristezas. A depressão diagnosticada por um profissional (psicólogo, psiquiatra ou médico) é uma doença psíquica que deve ser tratada. A tristeza é um sentimento normal e possível de acontecer a qualquer hora com qualquer um.
Mas olhando de uma forma mais distanciada, tanto uma classificação como outra, ou seja, tanto a depressão sazonal como a tristeza podem representar o início de um maior entendimento de si mesmo.
E o maior entendimento do próprio funcionamento psíquico começa pelo questionamento. No caso do final do ano, a pergunta deveria ser parecida com:
– “Por que me sinto assim (sempre) nesse período do ano?”
Isso acontece comigo quando chegam as festas de fim de ano. Apesar de ser convidado pra participar de vários encontros de amigos (amigos secretos, confraternizações, etc), me sinto mal em me imaginar nessas atividades. O bom é que, apesar desses sentimentos negativos, procuro aceitar os convites e tentar aproveitar, pelo menos um pouco. O interessante é que as minhas expectativas ruins sobre essas festas na maioria das vezes não se concretizam. Na maioria das vezes acabo me divertindo bastante.
Olá Felipe, tudo bem? É uma pena que muitas pessoas se sintam assim, mas depois desses esclarecimentos – vale observar as suas dicas!
Hoje, eu quero desejar à você e à família “psicologiamsn.com” muitas alegrias!
Que o Natal seja verdadeiramente um renascimento. Que 2015 seja repleto de muitas realizações entre elas, a conclusão do seu Doutorado. Parabéns! Continuo acompanhando o seu blog desejando muito sucesso. Um cordial abraço,
Desde a minha adolescência sempre me senti assim, alegre e triste ao mesmo tempo! Sempre me questionei e me questiono o porquê desse sentimento, por me conhece um pouco entendi que há alguma relação com a minha infância, e hoje como um estudante de psicologia entendo isso com mais clareza; sei que quase tudo está relacionado com a infância da pessoa. E outro ponto, por conhecer um pouco a Palavra de Deus, entendo que n/ao a tristeza predominante do final de ano como o natal, mas como o vazio que existe no coração do homem e o impulsiona a tantos questionamentos e invenções, e que esse vazio só Deus pode preenchê-lo!
Exatamente Henrique, no final das contas, geralmente acabamos nos surpreendendo positivamente com as festividades!
Atenciosamente,
Felipe de Souza
Olá Raquel!
Muito obrigado querida!
Também desejo-lhe um final de ano maravilhoso e um ano novo ainda de muitas realizações!
Atenciosamente,
Felipe de Souza
Olá Ed!
É verdade que a infância tem bastante influência no comportamento das pessoas.
Entretanto, também temos que reconhecer que mudamos muito e estamos sempre mudando…
Obrigado por comentar!
Atenciosamente,
Felipe de Souza
Eu sempre disse que nesse lance do copo o copo estava com água pela metade, e agora?:/ Estou sempre animada no final de ano! :D Não importa quanta coisa ruim tenha acontecido o ano inteirinho!!hahaha
hehheheheh
Resposta muito inteligente Gabriela!
Atenciosamente,
Felipe de Souza