No Grupo de Estudos de ACT, estamos estudando o livro de Steven Hayes, Terapia de Aceitação e Compromisso. Nele, encontramos no segundo capítulo, este princípio fundamental: “o que é verdadeiro é o que funciona. Uma verdade desse tipo é sempre local e pragmática. A sua verdade pode não ser a minha se tivermos metas diferentes” (Hayes, p. 26).

Quando pensamos sobre a verdade e o que é verdadeiro, geralmente vamos utilizar a ideia de adequação entre a frase, o pensamento, e a realidade. Uma frase como “está chovendo” vai ser verdadeira se olharmos pela janela e comprovamos a adequação dela com a realidade externa. Será falsa se não houver a adequação.

Para a psicologia, na visão da ACT, da Terapia de Aceitação e Compromisso, a ideia da adequação acaba não funcionando muito bem porque qualquer comportamento de uma pessoa pode ser verdadeiro, no sentido de que não só é como é ou está sendo, como é verdade em função do esquema de reforçamento que o controla. Como diz Steve Hayes: “Sem um objetivo declarado verbalmente, qualquer comportamento moldado pelas consequências seria ‘verdadeiro’” (Hayes, 1993).

Em outras palavras, o que isto quer dizer é que apenas ver a verdade como adequação é insuficiente para uma análise funcional do comportamento, uma análise – como a da ACT – que considera em função de quais valores o comportamento é ou não verdade, ou seja, em que medida aquele comportamento específico funciona ou não funciona no sentido de direcionar o cliente para os seus objetivos pessoais, baseados em seus valores.

Dai ser primordial na Terapia de Aceitação e Compromisso o trabalho com os valores, pois, como dissemos, sem os valores qualquer comportamento é verdadeiro na sua relação com o que o controla. Além do que o que é verdadeiro para um cliente pode não ser verdadeiro para outro, dependendo do seu contexto e valores.

Por exemplo, para uma pessoa a frase “eu preciso dormir mais” pode ser verdadeira em virtude de um ritmo de trabalho excessivo, e funcionará por estar alinhada com o valor de ter mais tempo para si, de ter mais descanso. Para uma outra pessoa “eu preciso dormir mais” pode ser uma esquiva experiencial, uma forma de se afastar dos seus valores, dormindo excessivamente para fugir de responsabilidades, para não entrar em contato com seus sentimentos ou para não ter que pensar em uma grande decisão na vida.

Para uma pessoa, praticar Mindfulness, práticas meditativas ligadas à atenção ao momento presente pode conduzir ao alinhamento com valores ligados à maior presença e regulação emocional, enquanto que, para outra, pode também estar sendo feita em função de querer só ter um tipo de sentimento positivo e escapar de entrar em contato com sentimentos difíceis. A intenção e os valores vão permitir a análise do que é herdeiro ou não.

Portanto, é fundamental para o terapeuta entender os valores de cada cliente, bem como entender como cada intervenção na sessão ajuda a uma maior compreensão desta verdade pragmática, da verdade que funciona (ou não dependendo do contexto).

Grupo de Estudos ACT – Terapia de Aceitação e Compromisso

Se quiser estudar consco, você pode se inscrever a qualquer momento em nosso Grupo de Estudos!

Os encontros estão acontecendo aos sábados, das 14:00 as 15:30. São gravados e disponibilizados para assistir depois, novamente, ou caso não dê para participar na hora.

Estamos lendo o livro do Steven Hayes, Terapia de Aceitação e Compromisso, meio capítulo por semana. Serão 26 semanas no total. Envio o resumo do texto, faço uma apresentação em Powerpoint e depois conversamos sobre, tirando dúvidas e compartilhando ideias e comentários sobre o conteúdo.

Os encontros são no zoom e temos um grupo no Telegram.

O valor é de 60 reais mensais.

O pagamento pode ser feito pelo PagSeguro http://pag.ae/7XizpADVr

Dúvidas, sugestões, comentários, escreva abaixo.