Como superar as crenças negativas? Como ultrapassar os limites autoimpostos? Como superar os bloqueios mentais
Olá amigos!
Todos nós temos certas crenças negativas que nos bloqueiam. Uns mais, outros menos. Uns em uma área, outros em outra. Qualquer um que tenha querido mudar alguma vez deve ter se questionado: como superar tais bloqueios? Como deixar de lado tais crenças negativas? Como ultrapassar os limites auto-impostos?
No texto de hoje, darei algumas dicas do que tenho aprendido.
1) Tarefas grandes e tarefas pequenas
Quando fazer algo novo consiste em fazer uma série de ações (o que David Allen, do Getting Things Done chama de projetos), especialmente os projetos que são enormes, podemos simples começar a pensar que não vamos dar conta.
No ambiente acadêmico, vejo como os alunos ficam acreditando que não vão conseguir quando tem que concluir seus TCC’s, dissertações de mestrado, teses de doutorado. Isso acontece porque são necessários centenas, talvez milhares de passos ainda até terminar.
No meu doutorado mesmo, às vezes me sinto sobrecarregado. Para vocês terem uma ideia do trabalho que dá: até o dia de hoje já escrevi mais de 116.000 palavras!
E o que fazer quando começamos a pensar que ainda falta muito? Que a tarefa ou atividade é tão, mas tão tão grande que não vamos dar conta?
Simples: divida em passos menores. Divida em coisas pequenas. Muito pequenas. E só pense nesse próximo que você tem que dar. Por exemplo, hoje eu vou escrever apenas uma página do capítulo 3. Só uma. Talvez só mais 1.000 palavras (não é muito, um texto como esse normalmente ultrapassa esse número).
Portanto, divida para governar. Esqueça o que ainda falta e foque em um pouco. Um pouquinho só que você vai conseguir continuar. Pode ser uma tese. Pode ser um projeto. Pode ser para mudar o seu peso. Pode ser qualquer coisa, qualquer coisa que você porventura acha imensamente grande (ganhar 100.000 milhões de reais).
Veja também – A única coisa – o segredo do sucesso
2) Comparações com outros
Infelizmente a sociedade em que vivemos tem o hábito de comparar uma pessoa com a outra. E, em nosso processo de crescimento, talvez tenhamos incorporado esse hábito. Então, quando queremos superar um bloqueio, pode ser que passemos a comparar os nossos comportamentos com os dos outros.
Por exemplo, a pessoa pensa: “Eu não vou conseguir fazer isso. Veja só Fulano ou Ciclana. Tem tanta facilidade para fazer isso. Mas eu acho que não. Eu não vou conseguir fazer…”
Esse tipo de comparação – na verdade qualquer tipo de comparação – é uma grande bobagem. Nem pessoas que tem a mesma carga genética e a mesma história ambiental (gêmeos) são iguais. Por termos tantas diferenças individuais, é simplesmente um absurdo se comparar com ele ou com ela ou com aquele outro…
É curioso observar que este tipo de pensamento também pode servir como uma desculpa. “Fulana consegue malhar todos os dias. E perdeu já 12 quilos. Mas eu não consigo. Nem vou tentar”.
Veja também – Por que você deve parar de se comparar com os outros?
3) Eu não posso. Eu não consigo mudar. Sempre fui assim. Sempre serei
Há um tempo atrás eu escrevi este texto – O que é Mindest? Conheça os dois tipos – que explica como podemos cair no extremo de acreditar que não há possibilidade de mudança. É engraçado observar de perto esse tipo de crença porque, na realidade, é totalmente impossível não mudar.
Se você está respirando, está trocando o tempo todo oxigênio e gás carbônico (e outros gases) com o ambiente. Se você se alimenta – e obviamente você se alimenta – você está trocando substâncias o tempo todo com o ambiente. Estima-se que em 7, 8 anos quase que a totalidade dos átomos que estão no seu corpo terão saído!
Mas é claro que quando pensamos que não conseguimos mudar porque somos assim ou assado estamos acreditando no contrário: que não é possível mudar. Ou que não é fácil.
Porém, não devemos manter este tipo de pensamento, de que sou do tipo X e sempre serei desta forma. Isto nos impede de crescer e ampliar a nossa consciência.
Uma maneira simples de passar a quebrar este tipo de limitação é perceber que mudamos em outras áreas. O nosso corpo muda. Desde o ano passado, desde a década passada, passamos certamente por milhares de transformações! E se mudamos de um lado, se mudamos em uma área, podemos com certeza mudar em outra.
4) Antes feito do que perfeito
Algumas pessoas tendem ao perfeccionismo que é, em resumo, a tendência a querer deixar as coisas o mais perfeito o tempo todo. Nada errado em querer sempre fazer tudo com perfeição. O problema começa a ocorrer, entretanto, quando não se faz, porque não está ficando perfeito ou porque se crê que não vai ficar perfeito. “Se não vai ficar perfeito, melhor nem fazer”.
No Coaching eu aprendi um princípio excelente para lidar com este tipo de perfeccionismo que, no fundo, acaba se transformando em autocrítica. O princípio é: antes feito do que perfeito ou antes feito do que não feito.
5) Não posso, não consigo porque serei criticado
Escrevendo aqui para o site eu aprendi muito sobre críticas. Em poucas palavras, existem 2 possibilidades de críticas:
– críticas que querer ajudar. Por exemplo, um leitor entra aqui no site e nota que há um erro de digitação ou que uma informação importante ficou faltando.
– críticas que não querem ajudar. E, dentro deste espectro, existem críticas que são críticas à pessoa (e não ao conteúdo ou ao comportamento), críticas que são ofensivas e chulas, críticas que são pejorativas, etc.
Tendo em vista estes dois tipos de críticas, eu avalio hoje do seguinte modo: críticas que não querem ajudar não servem de nada. Dizem mais da pessoa que disse do que da pessoa que foi alvo. Críticas que querem ajudar são fantásticas. Nos ajudam a nos aperfeiçoar e a crescer.
Portanto, se você for alvo de uma crítica que não visa te ajudar, deixe de lado. Se, por outro lado, é uma crítica que pode te fazer crescer, dê tempo ao tempo, absorva, reflita e aprenda. Porém, não paralise porque você pode ser criticado. Afinal, ser criticado (se for uma crítica construtiva) pode ser o que melhor vai acontecer!
Veja também – Como superar as críticas negativas?
Conclusão
Quando eu era adolescente, eu ficava fascinado com a crença defendida por alguns autores da PNL que diziam que não deveríamos adotar a crença da psicanálise de que precisamos de muitos e muitos anos de análise para mudar. Uma pessoa consegue realizar uma importante mudança em questões de segundos. Eu ficava pensando… como isso pode ser possível?
Hoje concordo com os dois tipos de pensamento, embora sejam contraditórios entre si mostram dois aspectos do processo de mudança. Existem momentos em nossas vidas que basta um único pensamento para mudar.
Por exemplo: “isso não está bom. Vou fazer diferente. Vou mudar!”. E a pessoa muda.
Em outros casos, em que muitas e muitas emoções estão envolvidas, pode ser necessário um processo mais longo de terapia ou de análise.
Críticas, dúvidas, sugestões, por favor, escreva abaixo!
Excelente texto! Mesmo sendo uma pessoa pró-ativa, de vez em quando bate aquela sensação de “não posso” – “não dá” – enfim, tive que aprender a enfrentar certas demandas na coragem. Nada que uma boa psicoterapia não resolva certo? O segredo está nessa frase que você mencionou […] “antes feito do que perfeito ou antes feito do que não feito”. Abs,
Boa noite, recebo seus textos escritos do blog no meu e-mail. Gostaria muito de um toque, um esclarecimento de uma duvida;Pessoas com transtorno de humor bipolar podem escolher profissoes que tem afinidade, ou existem algumas que são menos adequadas (que envolvem arma, ou outras em outros generos enfim) Perdoe, se nao puder me responder mas eu nao encontrei aqui um link para enviar mensagem, etc.
Tenha uma bela noite. Até logo.
Tenho uma duvida, como lidar ou trabalhar com alguém que não gosta muito de ti.
Obrigado Raquel!
Com as aulas de redação eu aprendi que o melhor é ir escrevendo livremente, depois corrige-se. Se você quer escrever algo perfeito desde o início, a escrita deixa de fluir.
Atenciosamente,
Felipe de Souza
Felipe, tenho visto alguns de seus vídeos e textos produzidos e podemos compreender o que produz um bom profissional. Primeiro, gostar do que faz; segundo, estudar sobre o que faz; e, por ultimo, estar satisfeito consigo mesmo, com suas conquistas pessoais!
Jean Paul Sartre nos mostra que a existência precede a essência, e que somos nos os construtores de nossa existência pessoal. Somos os responsáveis por nossos atos, e pelo que recebemos de volta do plano físico. Ou seja, somos os senhores do nosso destino. Portanto, seu texto fortalece a nossa visão de mundo, mostrando que somos capazes de algo, mas não temos essa plena consciência. Para finalizar, como ensina kant, estamos presos em nossa menoridade, pois é difícil se emancipar e perder o tutor de nossas ações !
Olá Marta,
O transtorno bipolar, se foi corretamente diagnosticado, apresenta uma série de sintomas que podem sim ser graves. Muita gente não sabe, mas o transtorno bipolar – há não muito tempo atrás – era chamado de psicose maníaco depressiva. A bipolaridade, na palavra bipolaridade, é exatamente esta oscilação entre mania (ou hipomania) e depressão.
Creio que profissões mais tranquilas seriam mais adequadas, não só para as pessoas diagnosticadas com bipolaridade, mas para todos. É algo de senso comum mesmo. Como vamos passar uma boa parte do tempo no trabalho, melhor ter um trabalho menos estressante.
Espero ter respondido. No mais, é importante sempre se cuidar e fazer terapia e, se necessário, tratamento com psiquiatra.
Atenciosamente,
Felipe de Souza
Olá Escrivão!
Escreverei um texto logo mais sobre este tema, ok?
Obrigado pela sugestão!
Atenciosamente,
Felipe de Souza
Olá Cristiano!
Obrigado por comentar! :)
Adoro Sartre também. Considero-o um autor incrível. Infelizmente ainda não tive tempo de fazer a faculdade de filosofia (é uma vontade pessoal, mais por hobby e gosto). De toda forma, espero retomar o Sartre e a psicologia existencial ainda este ano. Quem sabe não fazemos um curso gratuito por aqui não é mesmo?
Atenciosamente,
Felipe de Souza
A muito tempo sou encantada pela psicologia, estou agora tentando mim aprofundar, obrigada pelas seus textos, realmente é isso que desejo e vou fazer a faculdade.
Adoro ler seus textos Felipe ! Vc transmite conhecimentos da Psi juntamente com nossos problemas cotidianos de uma forma bem clara e concisa, esse texto me fez muito bem, estou passando por um momento que as vezes me gera um pouco de tensão. Sou recém formada em Psicologia, e estou a busca de oportunidades ainda, as vezes me sentia frustrada de não ter conseguido passar no mestrado no ano passado, me sentia inferior, com medos, e as tais crenças como “fulano eh melhor que eu” ” nao vou conseguir pq eh dificil” e este ano estou mais determinada e focada, não quero desistir, eh um sonho que carrego comigo msm e este texto me animou muito e me colocou mais força e persistência p q eu possa alcançar meus objetivos. Obrigada. Abss.
Gostei muito.Na minha jornada de vida eu tenho uma ajuda muito grande que e meu amadoDeus.Que me ajuda a crescer,me presenteia com pessoas tao especias ,que me ajudam a me conhecer,e meu eu cego,tenho o Doce Espirito SAnto que me traz revelacoes que so Ele pode me dar,porque Ele me criou e me aceita como eu sou mas ao mesmo tempo quer me ver livre e feliz,que Deus continue te abencoado em sua carreira.Eloisa Payne
Fabuloso!
Tem sido uma mais valia, para mim e para os “meus pacientes”.
Está a fazer a diferença num mundo de muita indiferença.
Tenho crescido com a sua partilha, por favor continue a viver para ser em vez de ter…
Atenciosamente,
J. Oliveira
Meu caríssimo Professor Felipe de Souza!
A pouco – cerca de dois ou três meses – venho desfrutando do enorme prazer de ler seus sempre oportunos textos!
Que dizer, senão aproveitar a oportunidade para agradecer ao amigo (e assim o percebo-sinto) por tantos “reagalos” e, como diz o cantautor uruguayo, Eduardo Mateo: gracias, amigo lindo del alma!
Por estar aí, por ser assim, disponível e generoso – sempre gentil e elegante.
Abraço fraterno!
BiraCunha
Olá BiraCunha!
Agradeço muitissimo o seu comentário!
Como já disse por aqui, escrever é um ato solitário. Por isso é tão importante ter retornos dos leitores. Melhor ainda quando o retorno é positivo! :)
Atenciosamente,
Felipe de Souza
Olá Professor!
Acompanho e aprecio muito seus textos, e sua forma de abordagem.
Sobre o texto: 5 formas para superar o não posso, não consigo que te bloqueia
– Estou passando por um momento ruim em minha vida. Término de um relacionamento. A outra parte diz não querer mais, não ter mais chance de volta e eu não estou conseguindo aceitar isso.
– Fico correndo atrás, enviando mensagens, tentando contato e isso me tem demandado muita energia.
– Sinto que preciso deixar que tudo flua; afinal a outra parte tem o direito de não querer, de saber o que é melhor para si…
– Mas infelizmente; não consigo aceitar de forma alguma! É como se me faltasse algo para continuar…
Olá Matheus,
Veja o nosso outro texto – Meu relacionamento acabou. O que fazer?
Olá! Estou olhando seu site pela primeira vez e em poucos minutos já li três textos. Sou formada em psicologia também, porém não estou trabalhando no momento. Enquanto ser humano, vejo que sofro muito com meu
jeito de ser, por exemplo, fico adiando as coisas que tenho que fazer, esses pensamentos de não consigo me perseguem sempre, e até consigo me estimular um pouco, mas acabo desanimando diante de minhas próprias dificuldades. Sei que tenho muita dificuldade de atenção e isso dificulta muito minha vida. Bom sei que terapia ou análise são essências mas no momento a questão financeira me atrapalha. Bom seus textos estão de certa forma me ajudando a tentar enfrentar minhas dificuldades, espero conseguir chegar nos meus propósitos! Obrigada!
Professor Felipe de Souza
Preciso da sua ajuda! Já desisti de um curso de química (4° período) porque eu não estava conseguindo fazer as atividades exigidas e nem aprender os conteúdos com qualidade e agora faço administração (3° período) e está acontecendo a mesma coisa, vontade de desistir mas não posso. E agora, você pode me da um conselho ou eu preciso procurar alguma ajuda psicológica na minha cidade ?
AMEI O SITE
Beijos para você e sua família!
Olá Emile!
Seria bom sim que você buscasse ajuda de um profissional.
Você tem que saber ao certo o que está acontecendo: se é um problema de falta de interesse (e então de escolha da carreira) ou se outros fatores (emocionais ou mentais) estão influindo, ok?
Atenciosamente,
Felipe de Souza