Olá amigos!
Estou lendo um livro muito interessante que encontrei há pouco tempo enquanto pesquisava para o texto – Melhores livros da Mindfulness Psychology, a Psicologia da Atenção Plena. O livro que estou lendo, pelo que vi, é o melhor para começar a entender a aplicação de certas técnicas meditativas para o controle da ansiedade, do stress e para a diminuição da dor (crônica ou não). O livro se chama Full Catastrophe Living: Using the Wisdom of Your Body and Mind to Face Stress, Pain, and Illness, de John Kabat-Zinn.
Infelizmente, até hoje, não existe a versão em português. A tradução do título seria algo como: Vivendo a catástrofe completa: usando a sabedoria do seu corpo e mente para enfrentar o stress, a dor e a doença.
Logo no começo, o Kabat-Zinn coloca a questão: O que você vai fazer com sua mente hoje? Ou melhor: O que você vai fazer com sua mente agora?
O controle da mente
Quem quer que já tenha feito meditação, reconhecerá a verdade da concepção oriental de que a nossa mente é mente-macaco. Ou seja, a mente que fica pulando de galho em galho como um macaco. Evidente que a mente-macaco é tão somente uma imagem, uma metáfora para descrever o fluxo mental incessante. Chega a ser tão incessante que não percebemos que é assim.
Embora a meditação, propriamente falando, que é utilizada na Psicologia da Atenção Plena não seja paralisar a mente (ou silenciá-la) mas sim observar o que acontece no momento que acontece, é fácil de comprovar a metáfora da mente-macaco com um simples exercício:
“Feche os olhos. Procure diminuir ao máximo o fluxo de pensamentos a ponto de ficar em silêncio por alguns minutos”.
Bem, se você tentou fazer conforme o exercício, notará que a nossa mente não pára. Já ouvi dizer que chegamos a ter mais de 60.000 pensamentos por dia! Não sei se o número é verdadeiro (quantos pensamentos por segundo?), mas o ponto importante a notar é que por mais espertos, sagazes, inteligentes, intelectuais que possamos ser, a nossa mente parece ser, no começo do processo, incontrolável.
Assim, podemos nos questionar: “eu sou um eu que pensa e controla a sua mente ou eu sou o resultado de um fluxo de pensamentos incontroláveis e sem senhor?”
É uma boa pergunta. Confesso que não sou capaz de repondê-la. Mas vamos procurar pensar juntos:
“O que você vai fazer com sua mente hoje? O que você vai fazer com sua mente agora? Se decidir tomar um outro rumo do que tem tomado… como vai mudar o modo como pensa e reage?”
Em outras palavras… o que você feito para mudar o seu estado mental e emocional nos últimos tempos ou mesmo durante a sua vida toda? Tem dado resultado?
A diferença entre terapia e mindfulness
Para quem está já mais acostumado com a psicologia clínica e talvez tenha feito terapia com um profissional capacitado, talvez surja a dúvida sobre a diferença de método. Pois, afinal, quando passamos a questionar o que temos feito para melhorar os nossos estados mentais e emocionais estamos falando de um método, de um como.
A diferença entre terapia e mindfulness (atenção plena) é simples. A terapia busca a causa de um sintoma, a sua origem no passado e a sua transformação no presente (muitas vezes com o estabelecimento de novas metas e acompanhamento semanal).
Já a psicologia da atenção plena (mindfulness), com as técnicas de vários tipos de meditação, não busca a causa dos pensamentos, sua fonte. Não está preocupada com a história longínqua do indivíduo, suas experiências infantis e familiares. O método é mais simples e igualmente eficaz para a transformação. Na psicologia da atenção plena procuramos criar a consciência do momento presente.
Como disse acima, o objetivo não é paralisar o pensamento. O objetivo é observar o pensamento no seu processo de aparecimento e desaparecimento.
Por exemplo, um paciente depressivo pode pensar que gostaria que o seu sofrimento psíquico acabasse. Com o pensamento de que o sofrimento deveria acabar, surge uma ideia de suicídio. E, com o pensamento suicida, surge a culpa. A autocrítica, a autorecriminação retorna, típica dos sintomas depressivas.
Com a terapia, há a possibilidade de investigar a causa dos pensamentos de autocrítica, autorecriminação. Origens na infância ou adolescência. Anamnese, diagnóstico, prognóstico.
Com a mindfulness, o caminho é outro. O paciente (ou qualquer um que queira) aprende na prática a natureza de sua própria mente. A mente, composta de elementos distintos – pensamentos, sentimentos, palavras, imagens, sensações – é impermanente. É e provavelmente vai continuar sendo por um tempo como um macaco-pulando-de-galho-em-galho.
De modo que, para um paciente depressivo, pode surgir um pensamento suicida. Este, como todo e qualquer outro pensamento, é impermanente. Vai “nascer” e “morrer”. Vai aparecer e vai desaparecer. Querer que não aparece é fonte de sofrimento (culpa, autocrítica, autorecrimanação, etc).
Ao deixar que nasça e deixar que morra o que quer quer for e observar a própria mente no processo, consegue-se já desde o início um incrível progresso. A mente fica mais estável, equilibrada, equânime. Pelo fato de parar de lutar contra o que está acontecendo aqui e agora, surge tranquilidade com a aceitação do que é. Pelo fato de deixar o passado no passado e o futuro no futuro, consegue-se viver mais intensamente.
Por exemplo, quantas e quantas vezes não damos atenção às pessoas que amamos por estarmos com a mente vagando (passado e futuro)? Quantas e quantas vezes deixamos de observar algo belo – como um pôr-do-sol – para ligar o celular e tirar uma foto?
Saiba: uma das maiores fontes de sofrimento psíquico não é, como se acredita a existência de estados dolorosos, mas sim não conseguir viver no presente. Como na frase que diz que a depressão é excesso de passado e a ansiedade excesso de futuro…
A felicidade é agora. O que você vai fazer com sua mente?
Olá Felipe,parabéns pelo sucesso você é merecedor,pois seus textos e comentários estão sendo EXTREMAMENTE úteis pra mim,espero que continue nos dando ferramentas para crescermos,psicologicamente vivendo o hoje,confesso que é complicado machuca,mas podemos minimizar,mudar o foco,abraço parabéns.
Falar sobre sexualidade,sexo e gêneros a dificuldade de entender e viver com as cobranças ” SOCIEDADE e FAMÍLIA”.
Olá Professor Felipe, tudo bom com você?
Primeiro quero te parabenizar pelo ótimos artigos que vem publicando, estou me esforçando acompanhar todos as publicações.
Com respeito esse artigo, achei fantástico sua explicação.
Felipe apesar de trabalhar com tecnologia me identifiquei muito com essa profissão, mas preciso me dedicar mais para me tornar um psicologo.
Gostaria de saber, se é possível acessar nosso subconsciente para vermos algumas falhas de personalidade ou algo parecido?
Att,
Cristiano Silva
Ah, Felipe estou lendo um livro que acredito ter alguma similaridade com o tema que publicou.
O nome do livro se chama “Olhe o que você esta fazendo com sua vida! Autor Yasushi Arita, você conhece? Já leu esse livro? Acha que tem algo similaridade com o tema que publicou?
Att,
Cristiano Silva
Muito bom!!!
Cada texto uma intensa demonstraçao de sua inteligencia e simplescidade,Parabens Professor Felipe,como diz a frase/pensamento final,a qual sempre uso em minhas abordagens e tentativas de fazer as pessoas e suas vidas melhores,ou seja vivamos o presente,pois esse é o unico momento que realmente poderemos viver,o onte se foi e o amanha é completamente incerto e duvidoso,por mais que possamos investir e planejar,estaremos sujeitos a diversos fatores,os quais poderao eliminar qualqer possibilidade de aproveitarmos esse futuro,concorda comigo?adoraria saber sua valiosa opnião,no mais suas idéias são sempre muito bem vindas pois carregam uma simplicidade disfarçada de uma grande verdade psicologca..Abraço meu mestre.
Olá Rosemary!
Obrigado pela sugestão!
Atenciosamente,
Felipe de Souza
Olá Cristiano,
Obrigado!
Bem, não utilizamos mais muito o termo subconsciente.
Veja aqui – https://psicologiamsn20220322.mystagingwebsite.com/2014/04/diferenca-entre-inconsciente-e-subconsciente.html
De toda forma, sim, o processo de análise em uma terapia visa o autoconhecimento para propiciar a autotransformação.
Atenciosamente,
Felipe de Souza
Cristiano,
Este ainda não conheço! Obrigado pela indicação!
Olá Wislon,
Isso mesmo! Existe uma frase que diz: “O passado é como uma nuvem e o futuro é como um sonho, apenas o presente existe”.
Atenciosamente,
Felipe de Souza
Felipe, de todos os seus artigos esse foi o que mais gostei. O pensamento é algo que funciona sem nossa vontade, algo que não se desliga, que não se cansa…
Costumo não ficar revivendo o passado, mas a viver o máximo o meu presente e felizmente eu consigo.
Mas eu tenho um hábito estranho de ficar criando o meu futuro, fico ansiosa por ele, construo fantasias sobre ele. Confesso que é algo inesperado mas que gosto as vezes, me faz esquecer os problemas do presente.
Só que eu não quero ficar construindo algo que eu nem sei se vai existir.
Como controlar isso?
Como viver apenas o hoje sem medo do que me espera no futuro?
Existe alguma coisa capaz de nos fazer focar só no presente e deixar o futuro em paz?
Olá Sâmela!
Eu gostei muito de um livro chamado “A única coisa” – https://psicologiamsn20220322.mystagingwebsite.com/2014/09/voce-quer-ter-sucesso-aprenda-a-regra-da-unica-coisa.html
Penso que ele responde à sua questão.
Por um lado, é necessário pensar no futuro, no que queremos, aonde queremos chegar. Entretanto, é só no que podemos fazer hoje que temos que contar. Em outras palavras, sem ações hoje, não haverá o futuro esperado (a não ser por sorte).
A pergunta: o que você pode fazer hoje para chegar mais perto de onde você quer?
Atenciosamente,
Felipe de Souza