Olá amigos!

Uma querida leitora nos sugeriu o tema: “homens que não querem compromisso”. Tudo o que nós vamos falar será igualmente válido para “mulheres que não querem compromisso”, pois o comportamento, nesta questão, é independente do gênero, embora fatores culturais possam intervir para que mulheres desejem mais relacionamentos mais sérios e homens relacionamentos rápidos (se é que podemos chamar de relacionamentos).

Uma definição para compromisso

Para os propósitos do nosso texto, vamos definir compromisso como uma promessa feita. Quando alguém se compromete, promete algo a alguém. Por exemplo, eu posso me comprometer a colocar o lixo para fora em um domingo, quando a empregada não está aqui.

Este é um exemplo de um compromisso assumido, uma promessa feita verbalmente de que um comportamento vai ser realizado no futuro (ou no presente caso seja domingo). Evidentemente, é um compromisso sem muita importância comparando com o compromisso de um noivado ou casamento (ou união estável).

Mas no fundo – e quem quiser saber mais sobre o conceito de promessa pode estudar o filósofo francês Paul Ricoeuer – a definição é a mesma, tanto para um comportamento simples como “vou te ligar” ou um promessa que envolve uma série de comportamentos “prometo ser fiel e te amar e te respeitar”.

Então, porque as pessoas não querem se comprometer? Existem algumas razões prováveis.

1) Mentira e verdade

A honestidade e a verdade são valores pessoais que um indivíduo faz uso ou não. Psicologicamente, afirmar uma inverdade – se não for uma falha grave no caráter – consiste em perceber que dizer a mentira será mais vantajoso do que dizer a verdade.

Assim, uma pessoa diz que está procurando um relacionamento sério quando não está. Por que diz isso? Porque falar desta forma é sentido como mais propício para atingir os seus objetivos do que se dissesse que quer apenas passar uma noite e nada mais.

2) Medo de relacionamentos

A segunda razão diz respeito a ter medo de relacionamentos mais profundos. Talvez tenha origem na observação de relacionamentos fracassados na família ou de amigos. Estatísticas que dizem que a maioria dos casais acaba se separando depois de alguns anos ajudam a manter a crença de que um relacionamento estável não compensa.

Afinal, para que tanto esforço e tanto sacrifício dos próprios desejos para, no fim, acabar sem mais nem menos?

3) Traumas pessoais

Não é a toa que as pessoas rimam amor com dor. Embora uma definição de amor seja dificílima, quando se trata de relacionamentos amorosos, quando o casal se apaixona tudo fica mais intenso. A saudade, a vontade de estar perto, os ciúmes…

E por mais românticos que possamos ser, não há como deixar de ver que a tendência é que um relacionamento de paixão acabe em torno de 2, 3 anos. Melhor dizendo, a probabilidade maior é de terminar do que continuar.

De modo que uma pessoa talvez não esteja com vontade de assumir um compromisso agora porque ficou “traumatizado” com o término ou com uma relação difícil anterior.

Um motivo parecido e que é relativamente certo na previsibilidade acontece quando alguém acabou de terminar um relacionamento (há poucos dias ou meses) e, pela proximidade, não quer iniciar um novo tão rápido.

4) Valores

Valores ou crenças são afirmações que orientam centenas de comportamentos. Você prefere, em um sábado a noite, sair ou ficar em casa? Antes só do que mal acompanhado(a)? O que é melhor? Ficar com muita gente ou ter uma pessoa especial para compartilhar momentos de felicidade?

O modo como um sujeito responde, de verdade, a estas e a outras perguntas no tange ao seu comportamento face ao relacionamento interpessoal definirá os seus valores ou crenças no momento.

Um homem “galinha”, Don Juan, que quer possuir todas as mulheres que puder talvez seja o pai do ano no ano seguinte. Tudo vai depender da mudança de seus valores e crenças.

Conclusão

Se você passou por uma desilusão amorosa é sinal de que você estava iludido(a). O problema com os compromissos e promessas é que elas igualmente podem mudar.

Do mesmo modo que um Don Juan talvez se transforma no marido fiel, o marido fiel e bonzinho talvez se transforme no Don Juan. Com isso, chegamos a algumas conclusões:

– Nem sempre é fácil de ver o que está na nossa frente. Uma outra pessoa pode nos enganar tanto pelo que diz quanto pelo que faz, mas o mais comum é que acabemos enganados em virtude de nossas percepções equivocadas.

Se você quer namorar sério, o problema será encontrar alguém que não quer namorar sério. Pois, se vocês dois não quiserem namorar sério, não há um problema, certo? O sofrimento nasce de um desejo frustrado.

Portanto, é preciso avaliar o que se quer de verdade e o que a outra pessoa quer de verdade.

– Na medida em que um a promessa pode se quebrada de uma hora para outra, uma forma simples e eficaz de diminuir o sofrimento atual e futuro é viver um dia por vez. Como diz o nosso maravilhoso poeta: “que seja eterno…enquanto dure”.

– E, infelizmente, não existe uma receita ou um conselho ou uma dica que valha para todos. As pessoas são infinitamente diferentes umas das outras. Como escreveu Jung: “Uns sapatos que ficam bem numa pessoa são pequenos para uma outra; não existe uma receita para a vida que sirva para todos”.

Contudo, entendo que esta questão do compromisso seja mais cara às mulheres do que aos homens por fatores que estão ligados à biologia. Mesmo com todo o nosso desenvolvimento tecnológico na medicina, ainda existe uma idade limite (ou recomendada) para que uma mulher engravide, enquanto para o homem essa idade limite não existe.

É claro que muitos não querem ter filhos, porém, perto dos 30 anos é comum que as mulheres comecem a pensar – ou a serem cobradas – sobre a maternidade, por isso a pergunta sobre homens que não querem compromisso.

Para finalizar, um outro fator que também explica porque um homem não quer um relacionamento é a homossexualidade. Nem sempre a sexualidade é aberta, muitos homens conseguem esconder que são gays. Alguns, inclusive, enganam a si mesmos por anos…

Portanto, como todo e qualquer relacionamento interpessoal, é necessário ter autoconhecimento e inteligência emocional para reconhecer a outra pessoa como ela é.

Psicólogo Clínico e Online (CRP 06/145929), formado há 16 anos, Mestre (UFSJ) e Doutor (UFJF), Instrutor de Mindfulness pela Unifesp. Como Professor no site Psicologia MSN venho ministrando dezenas de Cursos de Psicologia, através de textos e Vídeos em HD. Faça como centenas de alunos e aprenda psicologia através de Cursos em Vídeo e Ebooks! Loja de Vídeos e Ebooks. Você pode também agendar uma Sessão Online, Terapia Cognitivo Comportamental, Problemas de Relacionamentos, Orientação Profissional e Coaching de Carreira , fazer o Programa de 8 Semanas de Mindfulness Online. E não se esqueça de se inscrever em nosso Canal no Youtube! - no TikTok -, e Instagram! Email - psicologiamsn@gmail.com - Agendar - Whatsapp (11) 9 8415-6913