O termo ansiedade vem do latim anxietas, anxietatis, que significa desejar, preocupar-se. Na visão psicopatológica ansiedade é um estado perpétuo de alerta e temor.
Ansiedade e estados ansiosos
Na abordagem psicanalítica analisamos a ansiedade como uma sensação virtualmente presente em qualquer pessoa e funciona como importante sinal de alerta, ou seja, todos os indivíduos possuem ansiedade em maior ou menor grau. Tornando-se patológico caso traga prejuízos significativos na vida do individuo.
Por exemplo, é normal quando um individuo apresenta uma palestra ou um seminário que se sinta ansioso alguns minutos antes de iniciar, porém, quando a ansiedade apresenta prejuízos na vida tais como: insônia, taquicardia, calafrios, sudorese, falta de ar, tremores e etc. Podemos analisar que é necessário uma intervenção psicoterapêutica (psicólogo) e psiquiátrica(médico psiquiatra) .
A Ansiedade para Freud
A ansiedade está ligada com a expectativa que possui o individuo, ansiedade por algo. O pai da psicanálise, Sigmund Freud, classificava a ansiedade em três tipos: Realística, Neurótica e Moral. Sendo elas: A realística seria o medo de alguma coisa do mundo externo (por exemplo: punição dos pais). A ansiedade moral seria aquela que decorre do medo de ser punido (sentirei culpa se fizer o que estou querendo fazer). E a ansiedade neurótica que é o medo inconsciente, não se sabe qual é o objeto. Esta ultima ocorre devido a natureza perturbadora e assustadora, cuja consciência não possui estruturas no momento, porém quando é analisada a ansiedade se torna realista ou moral.
Na teoria freudiana, o ego do individuo desenvolve uma proteção contra a ansiedade que consiste em negações inconscientes ou distorção da realidade. Chamamos essa proteção de mecanismos de defesas, simplificando, poderíamos dizer que os mecanismos fazem com que o individuo possua algumas anormalidades para preservação de seu ego.
Os mais comuns transtornos associados à ansiedade descritos na Classificação Internacional de Doenças (CID-10) que atendo em meu consultório são:
Transtorno do pânico, Agorafobia (medo de locais onde há multidão pelo fato de pensar não poder sair ), Fobia sociais (medo da humilhação no contexto social, sente-se exposto a julgamento e avaliação de outrem), Fobias específicas (as simples fobias: medo de objetos ou situações). Transtorno de Ansiedade generalizada (TAG) (Sem situação especifica), Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC) (ideias obsessivas ou comportamentos compulsivos).
Cada caso é tratado de forma diferente, pois remete a um tipo distinto da origem da ansiedade, por isso, não existe uma receita pronta para cura-la.
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Olá Bruno e amigos!
Em um grupo no facebook, comentaram sobre a diferença entre ansiedade e angústia, dizendo que o correto seria dizer 3 tipos de angústia e não 3 tipos de ansiedade para Freud. Na verdade é uma questão de tradução. Angst, no alemão, foi traduzido na Standard Edition (inglês) como anxiety. Como só agora, depois de mais de 100 anos, estão traduzindo direto do alemão, estão traduzindo Angst (que em alemão também é medo) como angústia. Por exemplo, o livro Hemmung, Sympton und Angst foi traduzido no inglês como Inhibitions, Symptoms and Anxiety. Neurose de angústia é Angstneurose (em alemão) e Anxiety neurosis (em inglês)… e assim por diante.
Por isso é sempre recomendável conhecer o termo de um conceito na língua original em que foi criado, pois traduções diferentes podem gerar interpretações diferentes. Neste caso, a mudança é apenas da palavra. Assim como Trieb foi traduzida por instinto e substituída posteriormente por pulsão.
Atenciosamente,
Felipe de Souza