Dizer que está apaixonado e dizer que está amando são duas coisas diferentes. Na paixão, é natural que ocorra um processo natural que na psicologia chamamos de projeção.

Projeção seria aquilo que faz parte de mim, mas eu projeto no outro. Isto é, quando nos apaixonamos na verdade estamos apaixonados por nossos aspectos projetados e não pela pessoa real.

Porém a paixão é necessária para que exista uma aproximação entre duas pessoas. E quando estamos apaixonados os “defeitos” não aparecem, tudo parece ser lindo e maravilhoso. Surge então a vontade de estar junto com outro, os pensamentos voltados para a pessoa, o famoso “frio na barriga” quando se encontram, entre outros sintomas.

Mas com o tempo (de meses a anos) tudo aquilo que não vimos, começa a vir à tona. É quando o apaixonado começa a retirar sua projeção (seus aspectos no outro/idealização) e começa a ver com quem realmente está se relacionando, surge então a possibilidade de vivenciar o amor.

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O amor diferente da paixão tem a ver com o aceitar o outro como ele realmente é. Você sabe conhece os defeitos da outra pessoa com clareza, mas mesmo assim escolhe compartilhar a vida ao lado dela.

O amor exige olhar para a realidade, saber lidar com frustração, perdão, compreensão e aceitação do amado (a), é um trabalho constante de aprender com as diferenças do outro.

Para finalizar gostaria de citar Jung:

“Todo amor verdadeiro profundo é um sacrifício. Sacrificamos nossas possibilidades, ou melhor, a ilusão de nossas possibilidades. Quando não há sacrifício, nossas ilusões impedirão o surgimento do sentimento profundo e responsável, mas com isso também somos privados da possibilidade da experiência do amor verdadeiro.”

Psicólogo Clínico e Organizacional (CRP 06/119079), Abordagem Junguiana. Atendimento Online e Presencial (Itapeva-SP).