“Há duas tragédias na vida: uma a de não satisfazermos os nossos desejos, a outra a de os satisfazermos”. (Oscar Wilde)

Normalmente as queixas das pessoas que procuram psicoterapia são de que falta algo em suas vidas, seja por compressão de suas emoções ou até mesmo por falta de coisas materiais.

Mas existem casos em que o indivíduo chega ao consultório com a queixa: “Conquistei tudo que eu desejava e agora?” ao verificar a história de vida do indivíduo, vemos que foi uma pessoa persistente e com muita dedicação conquistou bens materiais, status, família, estabilidade e dinheiro para comprar tudo o que deseja. Porém ele ainda sente um “vazio”, algo que não é preenchido através das coisas que citei acima.

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O indivíduo passa então a procurar como preencher esse vazio, já que fez tudo aquilo que planejou em sua vida. É comum que estejam próximo da meia idade (35 a 45 anos) e sejam profissionais de sucesso.

Esse vazio acontece porque este indivíduo procurou viver sua vida para o mundo externo, ou seja, viver pelos outros (família, sociedade), neste sentido ele viveu apenas um lado de sua vida.

A sensação de vazio faz refletir sobre o outro lado da vida, a vida não vivida. A vida interna, onde existem materiais inconscientes que não foram trabalhados.

A individuação para C. G. Jung

Na psicoterapia é possível identificar quais são esses conteúdos inconscientes, através de técnicas psicoterapêuticas consegue-se analisar e direcionar o caminho que o indivíduo terá que seguir para sentir-se completo (individuação).

Segundo o criador da psicologia analítica Carl Gustav Jung a palavra individuação é para designar um processo através do qual um ser torna-se um indivíduo psicológico, isto é, uma unidade autônoma e indivisível, uma totalidade.

Este é o objetivo de todo ser humano, encontrar nossa totalidade. E muitas vezes ocorre de forma drástica pelo fato de ter vivido apenas um lado da vida. Quando o indivíduo entra na meia idade passa por aquela sensação de vazio mesmo tendo conquistado tudo, ele se pergunta “vivi metade de minha vida e agora o que vou fazer?”.

Surgem as possibilidades de vivencias que até então não tinha coragem para enfrentar.

Para finalizar citarei um exemplo de um caso: Um empresário bem sucedido sempre gostou de artesanato, mas devido às cobranças de seus pais e da sociedade trabalhou muito e montou sua empresa. Na sua crise da meia idade, viu que não era isso que ele queria e acabou saindo da empresa e montando uma galeria de artesanatos. Ele ganha bem menos do que ganhava quando era empresário, mas se sente completo e realizado.

E você o que te impede para sentir-se completo?

 

 

Psicólogo Clínico e Organizacional (CRP 06/119079), Abordagem Junguiana. Atendimento Online e Presencial (Itapeva-SP).