Olá amigos!
Tudo o que existe, existe no tempo. Normalmente, pensamos em uma montanha como espaço, mas uma montanha também tem a sua existência no tempo. Como não podemos ver a transformação da montanha em vale, pelos milhares de anos que leva, deixamos de observar que a montanha também existe em um tempo. Foi assim que Darwin, que era geólogo, conseguiu estimar que o tempo da terra era muito superior do que 5.000 anos. Levando em conta o processo de erosão de uma montanha na costa da Inglaterra, Darwin chegou à conclusão de que terra deveria ter centenas de milhares de anos.
Bem, neste texto vou utilizar alguns conceitos que aprendi na psicologia fenomenológica-existencial, embora, evidentemente, um texto como este seja apenas uma pequena introdução ao que podemos pensar ao ler o Ser e Tempo, de Martin Heidegger.
Psicologia do Aniversário
Algumas pessoas dizem ficar tristes em datas comemorativas como Natal, Reveillon, aniversários. Outras já relatam se sentir realmente deprimidas. Em princípio, não devemos falar em casos de depressão, até porque para o diagnóstico diferencial de depressão o tempo também é levado em conta. Ou seja, alguns dias representariam não um quadro depressivo e sim o que chamamos de episódio depressivo.
É muito interessante o que a psicologia fenomenológica-existencial diz sobre a relação existente entre o tempo e as doenças mentais. Mas isto já seria um tema para um futuro texto.
Por outro lado, sabemos que muitas pessoas ficam extremamente felizes com o seu aniversário. Aniversário, que em alemão é Geburtstag, em tradução liberal dia do nascimento, assim como no inglês Birthday. Aniversário vem do latim anniversarius (anni = “ano” + vers = “que retorna” + arius = “data”), que significa “o que volta todos os anos” ou “o que acontece todos os anos”.
O que é curioso e especial nesta data é o fato de que voltamos a ligar o tempo à existência. Em português, dizemos: “Eu tenho 30 anos”, mas em outras línguas as pessoas dizem “Eu sou 30 anos”. De toda forma, é uma data interessante para se pensar e repensar a própria vida, o que foi feito até então e o que almejamos fazer no futuro.
Como tudo o que existe, existe no tempo, há uma dimensão – que pode ser angustiante, desafiadora ou estimulante (dependendo do ponto de vista) – que muitas pessoas parecem não perceber, que é a questão da finitude. Como tudo o que existe, existe no tempo, a sua existência terá um nascimento, um desenvolvimento e um fim. Dai a palavra finitude.
Heidegger costumava dizer que as pessoas vivem como se não fossem morrer. Quer dizer, elas escondem de si mesmas que não tem todo o tempo do mundo. É como se vivessem pensando que vão viver uma vida eterna. Nada contra as concepções religiosas da eternidade da alma, do espírito ou da reencarnação. Porém, esta vida que estamos vivendo terá sim um fim, não é mesmo?
Ser, Tempo e Finitude
O que pode ser extremamente angustiante para um, pode ser extremamente estimulante para outro. A realidade da finitude deveria fazer com que nós pensássemos em viver uma vida autêntica. Uma vida de acordo com o que queremos de verdade fazer e viver, e não uma vida construída a partir do que as outras pessoas querem ou acham melhor para nós.
A ideia por trás de uma vida autêntica reside na reflexão da escolha. Em última instância, nunca poderemos culpar as outras pessoas pelas escolhas que fazemos.
Por exemplo, uma pessoa pode escolher casar por pressão social ou permanecer casada pelo mesmo motivo. Neste caso, ela não estará fazendo uma escolha autêntica, baseada em sua própria decisão. Apenas estará levando em conta o desejo e a opinião das outras pessoas.
Assim como uma pessoa que escolhe uma profissão porque os pais insistem que aquela é a melhor profissão para se ter. Deste modo, o mundo acaba perdendo a potencialidade para a área de atuação verdadeira daquela pessoa que escolheu de acordo com o desejo dos pais e a pessoa que escolheu por pressão alheia acaba vivendo também uma vida alheia, uma vida que não parece sua.
Conclusão
Dizer psicologia do aniversário me parece algo estranho, soa estranho. E acaba sendo apenas uma liberdade para dizer que poderia servir de reflexão para todos em seu aniversário, ou seja, pensar sobre a própria existência e pensar igualmente na finitude dessa existência.
É até engraçado o fato de não sabermos o tempo que nos resta. Talvez possamos ter ainda pela frente uma vida longeva, talvez não. Longeva ou não, o fato é que não temos todo o tempo do mundo. Se não temos todo o tempo do mundo, o que vamos escolher para viver?
super interessante, é sempre bom aprender mais
Realmente, a mais pura verdade. Sempre penso em relação ao que foi e ao que vira..a vida sempre encerra ciclos, nos faz constantemente, passarmos por momentos de escolhas. Muitas vezes teimamos em adiar estas escolhas, mas com certeza chegara o momento em que terão que ser feitas.Afinal tudo se modifica, e permanece apenas o que de fato e verdadeiro.
Olá Regina!
Obrigado por comentar!
Atenciosamente,
Felipe de Souza
Olá Bernadete!
Obrigado por comentar!
Atenciosamente,
Felipe de Souza
Verdade!!Felipe,eu me sinto deprimida no natal,porque não tenho meus pais.E não comemoramos como antes,casa cheia.
Oi Felipe!
Esse texto me lembrou uma frase que eu li certa vez e que me fez pensar bastante “Someone once told me the definition of Hell: The last day you have on earth, the person you became will meet the person you could have become.”( Alguém uma vez me disse a definição do inferno: o último dia que você tiver na terra, a pessoa que você se tornou irá encontrar as pessoas que você poderia ter se tornando). Bem eu entendi mais ou menos assim, e essa frase permeia volta e meia meus pensamentos sempre que necessito tomar decisões, tento sempre fazê-las autenticas em minha vida e está disposta a aguentar a desaprovação ou a glória ! Sem dúvidas, eu prefiro as sanções da sociedade do que a quem vem de dentro de mim, e eu tenho um sentimento estranho nessas datas comemorativas como natal, ano novo, niver e e sempre faço um retrospecto da minha vida, o fato de eu sempre guiar-me por mim mesma me dar uma sensação de liberdade ( com uma pitada de bom sendo é claro rsrs). bjos xD
Olá Emmanuelle!
Obrigado por comentar!
Achei genial a frase: “Alguém uma vez me disse a definição do inferno: o último dia que você tiver na terra, a pessoa que você se tornou irá encontrar as pessoas que você poderia ter se tornando” – excelente!
Atenciosamente,
Felipe de Souza
Hoje é meu aniversário e em todos os anos me sinto extremamente triste, isso acontece também no natal, as pessoas simplesmente não entendem e isso piora minha situação, principalmente quando as pessoas vem me cumprimentar e etc.
ola boa tarde
tambem me sinto muito triste no aniversario , amanha sera mais um dia assim…
acho que ja fui feliz no passado , hoje em dia nao mais…