Olá amigos!
Com a minha experiência no consultório, nunca canso de me admirar com as diferenças individuais. As pessoas são muito diferentes umas das outras e a individualidade é um tema caro para a psicologia, com toda certeza. Apesar de “cada um, cada um”, nós notamos muitos padrões de comportamento que se repetem. Hoje, gostaria de conversar com vocês sobre o prazer e a dor, ou, em outras palavras, sobre o que você gosta e o que você não gosta.
Como diz Anthony Robbins: “Não posso enfatizar com veemência suficiente que a maneira como você associa a dor e o prazer vai moldar seu destino”. Destino aqui quer dizer não um elemento místico, mas simplesmente o modo, a direção, o caminho que a vida de cada um vai tomando.
Por exemplo, esses dia vi no National Geografic um documentário sobre uma mulher com mais de 280 quilos. A primeira pergunta que nos veem à mente é: como ela deixou chegar neste ponto? O documentário explica: todo o prazer da vida dela estava na alimentação, em comer muito comidas gordurosas. Com o tempo, ela ganhou peso e chegou a um ponto que não conseguia mais sair da cama. Entretanto, isto não a impediu de continuar comendo e comendo, pois a dificuldade de locomoção não alterou o padrão por trás do seu comportamento alimentar, que, em poucas palavras, pode ser descrito como prazer em comer.
Quando vamos analisar o prazer e a dor por trás dos comportamentos das outras pessoas – e dos nossos comportamentos – ficaremos surpreendidos como este tipo de análise, embora simples, pode explicar muito. Como nós podemos explicar um atleta que se sujeita a correr 42 km em uma maratona? Como podemos explicar para uma pessoa tímida uma pessoa que só quer aparecer e ser conhecida na TV? Como explicar para um avarento uma pessoa que tem vício em comprar?
Prazer e dor – Gostar e não gostar
O objetivo deste texto não é apenas teórico. Gostaria que você passasse a observar mais em seu dia-a-dia as coisas com as quais você associa o prazer e as coisas com as quais você associa dor. Deste modo, você estará se conhecendo mais e não só: terá também a oportunidade de criar mudanças mais duradouras.
Imagine alguém que está um pouquinho acima do peso e quer emagrecer. O caminho para o emagrecimento todos conhecem, comer menos e gastar mais. Porém, será que comer menos será visto como prazeroso? Será que fazer mais exercício será visto como dor? Porque se for desta forma, em pouco tempo o padrão de comportamento anterior voltará, com comer mais do que o necessário (porque é prazeroso) e não fazer exercício (porque é doloroso).
Podemos usar este esquema simples para muitas outras atividades.
Um aluno que não estuda com certeza associa dor, desprazer, dificuldade com o estudo. Se fosse para avaliar e colocar atividades que mais gosta e menos gosta, estudar poderia estar entre os que não gosta.
Pode parecer simplista colocar deste modo, mas, como disse acima, dividir os sentimentos e os comportamentos em dois grupos (inicialmente) nos ajudar a esclarecer os motivos, as razões, as motivações e porque de haver ou não haver mudança.
Porque, afinal, o sentimento, a emoção é uma das possibilidades de avaliação que temos para julgar o que devemos ou não devemos fazer em seguida. E é provavelmente mais importante para a maioria das pessoas do que a razão, do que o pensamento, do que a lógica. (Falaremos sobre esta questão em nosso Curso de Neurociências Online Grátis). Como diz Sir Thomas Brown: “Os homens vivem por intervalos de razão, sob a soberania do humor e da paixão”.
Como mudar o caminho mudando o prazer e a dor
Diversas pesquisas apontam que o desprazer, a dor, o sofrimento é mais relevante para a mudança (ou não mudança) do que o prazer. Quer dizer, as pessoas fazem mais para evitar o desprazer do que para buscar o prazer. Com esta informação da psicologia clínica e da neurociência em mãos, podemos imediatamente colocar em prática.
Por exemplo, se você não quer fazer exercícios físicos na academia. Porque você não quer fazer? Porque é repetitivo? Por causa das pessoas que a frequentam? Por causa do horário? Do trânsito? O que você está evitando para não ir fazer exercício?
Sabendo que, por exemplo, o que lhe incomoda é a repetição, você poderá tomar uma decisão. Ao invés de fazer musculação você pode buscar um outro tipo de atividade física, como o pilates. Se você não quer ir porque é longe, você pode encontrar uma academia mais perto ou comprar aparelhos e fazer exercícios em casa.
Em suma: você poderá parar de dar desculpas (que visam a fuga da dor), entender o processo interno e buscar uma forma alternativa e mais prazerosa para que a mudança comportamental seja definitiva.
Também é muito útil pensar no objetivo final. Se é emagrecer, você não vai ficar imaginando o esforço físico (a dor), mas sim imaginando como ficará o seu corpo em alguns meses, mais saudável ou bonito. Uma dica simples é imaginar o seu corpo já saudável e bonito agora e assim você acelera o processo.
Conclusão
Gostaria que este texto fizesse com que você passasse a prestar mais atenção nos seus esquemas de prazer e dor. Você também pode avaliar o que você quer mudar em sua vida e porque não está conseguindo uma mudança permanente.
Com diz Robbins: “O segredo do sucesso é aprender como usar a dor e o prazer, em vez de deixar que usem você. Se fizer isso, estará no controle de sua vida. Se não fizer, é a vida quem controla você”.
Realmente racionalizar a dor é mais fácil… Este exemplo da academia citado no texto é o que eu busco fazer, que é imaginar o resultado positivo antes do desprazer (no sentido de malhação), simplesmente por que a motivação é o caminho pro prazer em qualquer situação… Quem quer busca, quem não quer arranja desculpas…
Muito interessante….agora vamos colocar em prática!!!
Olá Allan!
Eu encontrei uma outra forma de superar o desprazer da musculação, que é o de fazer pilates. (Em breve, falaremos aqui no site sobre este assunto também).
Para mim, o pilates é mais agradável, sinto que está próximo da Yoga e até sinto que dá mais resultados do que a musculação.
Mas enfim, o que importa é encontrar o objetivo a ser atingido, superar os obstáculos (a dor e as desculpas) e ir realizando todo o nosso potencial!
Atenciosamente,
Felipe de Souza
Olá Natalia!
Justamente é este o objetivo do texto!
Será um enorme prazer para mim (um motivador para continuar escrevendo) se vocês compartilharem conosco a utilidade depois também, ok?
Atenciosamente,
Felipe de Souza
Acho que esse assunto soa pra mim como uma chamada a ter maior consciência da representatividade de tudo que aconteçe conosco e diante disso parece que somos na maioria das vezes inconsciente. o texto que citou mencionando que so temos um fresh de razão e o restante é paixão me deixa frustada porque sempre perdemos para paixão. esse assunto me deixou em conflitos, como achar esse equilibrio eu sempre me pergunto isso.
Olá Liliane,
Entendo o sentimento que o texto pode ter criado.
Quando começamos a estudar psicologia na faculdade e vamos estudar a importância do inconsciente, podemos ficar um pouco frustrados com a dificuldade de mudar.
Mas quando eu penso neste assunto atualmente eu vejo que é totalmente possível mudar e criar mudanças duradouras.
Vou dar um outro exemplo para ficar claro sobre como o que gostamos ou desgostamos afeta o caminho trilhado.
Imagine alguém que não gosta de trabalhar em lugares fechados, gosta de ter contato com muitas pessoas e gosta de ser comunicativa. Esta pessoa pode utilizar estas informações para descobrir que trabalhar em uma empresa (de 9 às 18 horas) não é a melhor alternativa, pois não gosta de ficar muito tempo em um mesmo lugar. Como gosta de encontrar com muitas pessoas e é comunicativa ela pode se dar muito bem em vender produtos de empresas como Avon, Natura, Boticário nas casas de suas clientes.
É um exemplo simples para mostrar que o que gostamos e o que não gostamos também vai criando a nossa vida, em diversas áreas.
Atenciosamente,
Felipe de Souza
Muito interessante Dr. Sempre temos duas principais opcoes, e liberdade na escolha. Isso; associado a um complexo de tecidos vivos com predestinacao ao estado de repouso torna uma das opcoes bem mais tendenciosa de ser aceita. Eu prefiro acreditar q so temos uma breve vidinha comparada a um pavio q qeima fora de controle em busca do fim. Se ela e nosso tesouro ambulante; devemos fazer o q for possivel pra fazermos valerapena da melhor maneira possivel: E essa melhor maneira quase sempre nos sugere desafiar o confortante comodismo.
É verdade Domingos!
Sugiro esse vídeo – Você ousa sonhar?
Atenciosamente,
Felipe de Souza
Olá, que texto interessante. Faço Psicologia, e vivo lendo os seus textos, para aprimorar meus conhecimentos, e sempre levar pra sala de aula seus textos. Adoro isso. Mas gostaria que você me tirasse uma dúvida, como eu (estudante de Psicologia 3° período) faço para não deixar as mínimas coisas irritantes da vida não me afetarem?
Olá Yasmille,
Fico feliz que tenha gostado do texto!
Então, prometo escrever um texto em breve sobre esta questão da irritabilidade, ok?
Atenciosamente,
Felipe de Souza
Olá,
Fui assistir ao vídeo sugerido ao Domingos, juntamente com seu texto, é claro. Descobri que na verdade eu estava me sentindo como estava (vazia e desmotivada) porque plantei e germinei a alguns anos o Medo em mim, agora pude ver a tremenda árvore que a semente se tornou, e sem escrúpulos a levarei ao chão. Por que vendo o vídeo, lembrei de mim, como eu era, APAIXONADA em me lançar na zona de aprendizado. E por eu ter me decepcionado comigo mesmo, percebo que tenho me colocado pra baixo, me culpei e rotulei como errada, e fiquei uns bons 10 anos tentando “consertar” o meu gênio aventureiro e apaixonado.
Bola pra frente! Combate à tensão emocional!
Olá Vanessa!
Obrigado por compartilhar conosco a sua vivência!
Atenciosamente,
Felipe de Souza