Olá amigos!
Tenho recebido diversos emails e comentários a respeito de situações amorosas complicadas. Em muitos destes emails, a ideia é apenas colocar para fora os sentimentos, tentar ordená-los, encontrar uma lógica nos fatos, e menos buscar uma resposta da psicologia ou da psicanálise sobre o que está acontecendo. Isto porque o questionamento é próximo ao título: “O que meu amor quer de mim?” ou “O que você acha que ele/ela está pensando, querendo, esperando?”
Bem, não há uma forma de responder a cada uma destas perguntas. No consultório, em muitos casos há todo um trabalho de reconstrução da questão, pois, ao invés de o foco ser colocado sobre a outra pessoa, deve ser direcionado para dentro. É a mudança da demanda para o sintoma, como é dito na psicanálise lacaniana. Ou seja, o demander, que em francês significa perguntar, demandar, para a descoberta do sintoma, a formação de compromisso entre o inconsciente e o consciente, o conflito que, embora conflito, é uma resolução temporária para o sujeito.
Exista uma frase famosa de Lacan, que vem de Hegel, que diz o seguinte: “O desejo é desejo do outro”. Lacan era muito bom em criar frases de efeito como esta, como “O inconsciente é estruturado como uma linguagem” ou “Todo amor é recíproco, mesmo quando não é correspondido“.
Veja também – O amor para a psicanálise
A frase “o desejo é desejo do outro” é ambígua e aponta para, pelo menos, dois sentidos:
1) O desejo é o desejo pelo outro, quer dizer, quem deseja, deseja alguém.
2) O desejo é o desejo que vem do outro, ou seja, o desejo de um é imitação do desejo outro, é uma identificação com o que o outro também quer.
Queres me matar?
Recentemente, fiz uma viagem para o sul do país (sou de Minas) e lá descobri esta curiosa pergunta nos diálogos: “Queres me matar?” É uma pergunta interessantíssima, também, a ser colocada nos relacionamentos próximos, amorosos ou não, porque questiona o que o outro deseja. Como a pergunta do diabo: “O que você quer?”
Nos muitos emails que recebo, com problemas insolúveis de relacionamento, este tipo de questão está lá, de igual modo. Será que o outro quer, na verdade, me fazer sofrer? Será que tudo isto que estou vivendo não passa de um sofrimento inútil, de perda de tempo?
No consultório, esta pergunta ficaria como uma excelente pergunta para encerrar uma sessão. De modo geral, o que podemos dizer é que muitos relacionamentos não se baseiam, realmente, no fazer bem. É como o caso de alguém que, em sua melancolia (hoje muitas vezes chamada de depressão) tem ódio pelo outro, no fundo, mas ama. Inconscientemente, então, o ódio pelo outro se transforma em ódio por si mesmo. São as auto-recriminações dos melancólicos…
A pergunta que surge para quem está fora é o porquê estes relacionamentos não acabam? Ou seja, porque duas pessoas infelizes (ou ao menos uma delas) mantém uma relação baseada no sofrimento?
Veja também – Porque os casais não se separam?
Este texto eu escrevi tendo em vista uma outra teoria (a psicologia comportamental) e não a psicanálise. A psicanálise também diz muito sobre o amor e sobre todo tipo de relações amorosas, é claro, por ter por mola mestre a transferência entre o analista e o analisando. A grosso modo, toda a análise funda-se em uma projeção de amor, inconsciente, daquele que faz a análise para quem a está conduzindo. Evidente que este fenômeno, descoberto por Freud já no início, é multifacetado.
Mas voltando, qual seria a resposta da psicanálise sobre um caso de amor que é puro sofrimento?
Existem muitas formas de responder a esta pergunta. Eu direi aqui da forma mais simples: o sofrimento surge porque há uma frustração no desejo. O desejo surge pela falta, afinal, ninguém deseja o que já tem ou que não lhe falta. Porém, a falta cujo desejo visa preencher nunca é preenchida pelo outro, que igualmente possui a sua própria falta. Como dizia Lacan: “Amar é dar o que não se tem a alguém que não o quer”.
Leio os teus textos diariamente. É um complemento da minha terapia, porque aqui você descreve teorias, cita exemplos e aproxima temas polêmicos para reflexão. Parabéns pelo site!
Olá Maria!
Obrigado por comentar!
Fico muito feliz que esteja acessando o site sempre, e, ainda mais, que esteja gostando!
Será sempre um prazer contar com sua participação por aqui!
Atenciosamente,
Felipe de Souza
Ola Felipe, fico muito feliz por ter
profissionais que amam de paixao
O que fazem e se dedicam integralmente…
Parabens, vc e alguem que inspira isso, precisamos de mais profissionais assim…sucesso…
Eu também com toda certeza seus post’s fazer parte do meu dia!!
Olá Paula!
Obrigado pelos elogios!
Eu gosto muito da área que escolhi estudar – a psicologia – e nestes últimos sete anos tenho me dedicado em aprofundar nos conhecimentos e, ao mesmo tempo, contribuir para que todos possam também aprender os conhecimentos da área em língua portuguesa.
Espero continuar a altura dos seus elogios!
Atenciosamente,
Felipe de Souza
Olá Stefânia,
Muito legal o que você disse. Sabe que no começo do ano, eu decidi enviar um email por dia com um novo texto. Fui, deste modo, contrário a tudo o que se ensina no chamado “email marketing” (uma área de estudos da internet sobre envio de emails, criação de leitores, vendas online, etc).
Fui contra porque o recomendado é que se envie um ou dois emails por semana, mas já tendo tido uma certa experiência anterior, decidi apostar nesta tese: quem gosta de psicologia, provavelmente gostaria de receber atualizações diárias sim! E o seu comentário me faz provar isto, rsrs.
Atenciosamente,
Felipe de Souza
PARABENS FELIPE PELO AMOR A PROFISSAO !
Muito bom o texto, Felipe! Parabéns mais uma vez! Seus temas são muito interessantes! Tens aumentado meu conhecimento com teus textos! Obrigada!
Olá Ana Paula!
Obrigado por comentar!
Interessante que a palavra profissão vem de professar, com dois sentidos etimológicos: professar como fazer algo pelo sentimento de motivação profunda, como uma missão de vida, ou professar como a atividade do professor. Nos últimos tempos, tenho me aproximado mais do sentido de ser um professor, rsrs, embora continue amando sim a profissão.
Atenciosamente,
Felipe de Souza
Olá Miriam,
Obrigado querida!
Me alegra muito saber que você está achando interessante os temas. Caso tenha alguma sugestão, por favor, comente!
Atenciosamente,
Felipe de Souza
Ok, Felipe! Obrigada por responder! Vou pensar sim em um tema legal.
Olá Felipe!
Aqui está a minha sugestão: Por que as pessoas estão sempre apontando defeitos até mesmo nas pessoas de quem elas dizem gostar?
Ficarei muito grata se você falar sobre esse tema!
Olá Miriam,
Há um tempo atrás publiquei este texto – Criticar para que?
Atenciosamente,
Felipe de Souza
Tenho lido alguns autores que sao alem de psicologo, palestrantes e incentivadores a produçao de novas ideias, principalmente na area da educaçao e tambem no auxilio de pais e professores a lidarem com cada fase das crianças…
Eles usam de linguagem coloquial a ilustraçao(historias) para que as informaçoes possam chegar a todo publico …assim como voce Felipe… tenho lido seus textos e eles sao muito incentivadores em varias areas…voce ja pensou em publicar algum?…pois muitas pessoas tem a felicidade de encontrar o seu site, mas acredito eu que com uma publicaçao, muito mais pessoas conheceriam essas ideias…
Por exemplo, com nosso sistema precario de ensio, muitos professores deixam de semear ideias e formar pensadores, para apenas transmitir dados frios…eles se esqueceram que eles sao revolucionarios semeadores de ideias e tem um poder de transformaçao social maior que generais e os politicos. Sao as ideias que promovem a paz ou fazem guerra…a psicologia tem esse fundamento que uma naçao sadia precisa para se desenvolver…e com belas publicaçoes seria um material de apoio muito eficaz na complementaçao da carreira desses professores…
Desde ja agradeço pela sua atençao.
Obrigada por sua ajuda online… Descobri seu site e comecei a ler. Aprendo muito aqui!
Olá Zípora!
Será sempre um prazer contar com sua participação por aqui!
Atenciosamente,
Felipe de Souza
Olá Paula!
Fico muito feliz com sua avaliação, me comparando com palestrantes e incentivadores!
Então, no momento, estou no último ano do meu doutorado. Penso de publicar minha tese em breve.
Com relação a publicações mais voltadas para o grande público, por enquanto não penso. O site é voltado para todos e, como o acesso aos textos é gratuito, isto também facilita a ser mais divulgado. Mas quem sabe no futuro não publico, não é mesmo?
Obrigado pelo carinho!
Atenciosamente,
Felipe de Souza
Olá Felipe!
Parabéns pelo site
eu adoro os assuntos que vc fala aqui
eu estou cursando o Primeiro semestre de Psicologia,e antes mesmo de começar a estudar eu já lia seus textos
e agora que leio mesmo,pq me ajuda muito
muito mesmo me tira muitas dúvidas.
Até mesmo matérias que estou tendo entro aqui,pesquiso
e encontro algo sobre o Assunto
Parabéns!
Olá Bárbara!
Que legal!
Fico muito feliz que esteja acompanhando o site e esteja gostando, ainda mais se tratando de uma futura colega de profissão!
Caso tenha alguma sugestão para novos textos ou queira compartilhar os seus textos conosco, é só avisar, ok?
Atenciosamente,
Felipe de Souza
Vc fala d um jeito tao inteligente!! Ameii!bjs, sucesssso!
Olá Suzan!
Obrigado querida!
Atenciosamente,
Felipe de Souza