Olá amigos!
Em nossa página no facebook – Psicologia Online Curso de Psicologia Online Grátis – recebi a seguinte pergunta de Éder Luiz: “Sobre cura gay: Pesquisei muito e não encontrei alguma referencia de comprovação cientifica de que a homossexualidade não é ou é doença. O resumo do que procurei posso dizer em uma frase: “pouco ou quase nada sobre a Homossexualidade pode-se dizer ainda”. O senhor tem alguma comprovação cientifica a respeito para expor? Em meio aos prós e contras prefiro esperar por um embasamento cientifico para me posicionar”.
Bem, em princípio, confesso que a pergunta me surpreendeu. Mas como me fez pensar e, do jeito que foi colocada pelo Éder, merece com certeza uma boa resposta. Isto porque a pergunta foi feita de forma clara, demonstra a dúvida sobre o que é certo pensar, e é um questionamento válido, embora, veremos, o problema é mais profundo. Como se diz popularmente, o buraco é mais embaixo.
Esse debate sobre a chamada “Cura Gay” começou com o projeto de intervenção da Comissão de Ética e Justiça no Conselho Federal de Psicologia. Todo Conselho Profissional é regulamentado através de lei e, neste sentido, tem que estar de acordo com a lei para continuar existindo. Até aí tudo bem.
Mas, o deputado chamado João Campos criou um Projeto Legislativo com o intuito de “Sustar a aplicação do parágrafo único do Art. 3º e o Art. 4º, da Resolução do Conselho Federal de Psicologia nº 1/99 de 23 de Março de 1999, que estabelece normas de atuação para os psicólogos em relação à questão da orientação sexual”. Agora, vejamos o que diz os referidos parágrafos do Código de Ética do Conselho Federal de Psicologia:
Art. 3° – os psicólogos não exercerão qualquer ação que favoreça a patologização de comportamentos ou práticas homoeróticas, nem adotarão ação coercitiva tendente a orientar homossexuais para tratamentos não solicitados. Parágrafo único – Os psicólogos não colaborarão com eventos e serviços que proponham tratamento e cura das homossexualidades.
Art. 4° – Os psicólogos não se pronunciarão, nem participarão de pronunciamentos públicos, nos meios de comunicação de massa, de modo a reforçar os preconceitos sociais existentes em relação aos homossexuais como portadores de qualquer desordem psíquica.
No artigo 3 e 4, lemos que os psicólogos não patologizarão, quer dizer, farão da homossexualidade uma doença mental, uma patologia, uma desordem psíquica. E porque justamente o projeto de lei quer intervir neste aspecto do Código de Ética do Conselho de Psicologia?
Esta seria a primeira pergunta a ser feita. A justificativa no mesmo projeto de João Campos diz: “O Conselho Federal de Psicologia, ao restringir o trabalho dos profissionais e o direito da pessoa de receber orientação profissional, por intermédio do questionado ato normativo, extrapolou o seu poder regulamentar. O Conselho Federal de Psicologia, ao criar e restringir direitos mediante resolução, usurpou a competência do Poder Legislativo, incorrendo em abuso de poder regulamentar, com graves implicações no plano jurídico constitucional”.
Em outras palavras, o Conselho de Ética está nos artigos 3 e 4 restringindo a atuação profissional de psicólogos que querem a chamada Cura Gay. Em resumo, toda esta discussão é apenas isto. O objetivo é fazer com que os psicólogos possam atender gays que queiram mudar de orientação sexual e, neste processo, que a homossexualidade possa sim ser chamada de doença. (Se lermos os artigos do Código de Ética e se lermos o que visa ser sustado, isto ficará claro).
Porém, é aqui que entra a pergunta do Éder Luiz: “Pesquisei muito e não encontrei alguma referencia de comprovação cientifica de que a homossexualidade não é ou é doença”.
Como eu disse no começo, a pergunta me surpreendeu. A formulação dela foi muito interessante. Mas para respondê-la, temos que pensar um pouco sobre a psiquiatria e como se cria e se dá o chamado diagnóstico de uma doença mental.
A história da loucura
Um dos livros mais fascinantes de Foucault, um dos mais importantes filósofos e historiadores franceses do século XX, é o livro A História da Loucura. É um livro muito bom e completo sobre a constituição dos hospícios, manicômios, do surgimento da psiquiatria (área da medicina que se especializa nas doenças mentais). Infelizmente não há tempo nem espaço neste texto para falar sobre o livro de forma detalhada, mas fica a dica para quem quiser se aprofundar no tema.
O importante é notar que existe uma história da loucura, quer dizer, uma história dos tratamentos e uma história da definição do que é uma doença mental e do que é a normalidade.
Pensemos em um exemplo. Imagine que em sua família há alguém que, de tempos em tempos, diz coisas sem sentido, fica sem orientação, esquece dos padrões de comportamento e do que é certo fazer a cada momento. Sem nenhum conhecimento, poderíamos dizer que a pessoa não está bem, que não está normal, que está com um parafuso a menos, ou, como dizemos os alemães, “não está certo da cabeça”.
Ora, quando alguma coisa sai do que é esperado, vamos dizer que não está normal, ou seja, está fora da norma, portanto, é algo anormal. É um problema, é uma doença. E, quando isto acontece, existem perguntas a serem feitas:
– Qual é a causa do problema?
– A causa é hereditária? É genético? (Existem outros problemas do tipo na família)?
– A causa é ambiental ou circunstancial? (Surgiu através de fatores do ambiente)?
– Qual é a qualidade? (O problema é leve, moderado ou grave?)
– Qual é o prognóstico? (O problema vai passar ou será crônico?)
– Qual é a melhor forma de tratamento?
Bem, a partir da resposta a estas perguntas, ao longo dos séculos a psiquiatria foi se desenvolvendo enquanto uma disciplina que responde às perguntas sobre o que é normal, sobre o que é anormal, sobre o que é saúde mental e sobre o que é doença mental. Além disso, a psiquiatria é a área que trata os problemas mentais e tenta dar uma solução para estes distúrbios (o que causa perturbação).
No início do século passado, a psiquiatria era bastante fraca. Tanto era que, por exemplo, quando Jung decidiu se especializar na área seus professores o criticaram. Em princípio, todo o trabalho do psiquiatra era classificar em qual doença o paciente se enquadrava e interná-lo em um hospital psiquiátrico, no chamado hospício. Dentro deste, fazia-se uma série de procedimentos como tratamento com banhos, hipnose, choques elétricos, lobotomia (cortar um pedaço do cérebro). O tratamento, porém, variava de hospital para hospital e de país para país.
Em alguns locais o tratamento era mais humanizado, como era o caso do Burghölzli, aonde Jung trabalhou com Bleuler, o criador do conceito de esquizofrenia. Mas, de certa forma, todo o pensamento da psiquiatria era resumido à classificação como um tipo ou outro de doença. Não se dava muita atenção para o que o paciente dizia ou sentia e este foi o grande mérito de Freud, ouvir atentamente o relato do paciente para, deste modo, chegar às reais causas dos sintomas.
Com Freud, surge um outro método de tratamento e de busca pelas causas, pelas definições das doenças mentais. Nasce a psicanálise. E, neste contexto, a psicologia também estava surgindo e começando suas pesquisas. Portanto, além da psiquiatria, temos à disposição a psicanálise e a psicologia clínica.
No século XX, estas áreas do conhecimento se desenvolveram muito. A psiquiatria já não tem mais a mania de cortar pedaços do cérebro para tratar as doenças mentais. Melhorou um pouco e hoje receita remédios de todas as cores de tarjas para tratar os sintomas. Se cura ou não os sintomas, já seria um outro texto.
Agora que já mostrei o surgimento das áreas que pensam o que é doença ou não, a história da loucura, podemos falar mais especificamente a respeito da homossexualidade como doença.
A homossexualidade como doença mental
Como estava explicando acima, começamos a falar em doença mental quando algo sai fora do que é considerado normal, do que é esperado – em termos de comportamento – para uma determinada situação. No caso da sexualidade, o problema é definir o que é normal e o que é anormal.
Se pensarmos a sexualidade como tendo por fim a reprodução, teremos uma ideia de normalidade. O que é normal é a atração entre um homem e uma mulher e o ato sexual visa exclusivamente atingir o objetivo de gerar um filho ou uma filha. Com isto, a relação sexual correta é a aquela na qual apenas a penetração é permitida, na chamada posição do missionário (papai e mamãe) e somente para a reprodução. A mulher não pode sentir prazer, o homem talvez possa um pouco…
Ora, esta é uma visão do que é normal na sexualidade. Tudo o que sair de fora deste script, deste roteiro, desta norma (será anormal), será doença, será perversão. Nesse sentido, como nos alerta Freud, até um beijo na boca é perversão pois o beijo na boca nunca levará ao fim almejado, a geração de um bebe. Com isso, não só o beijo na boca, como sexo oral, anal, posições diferentes do papai-mamãe, jogos sexuais (como sado-masoquismo) e todas as práticas sexuais serão doenças mentais chamadas de perversões sexuais.
E, claro, a homossexualidade será obviamente uma doença mental, pois, se a reprodução só pode acontecer com um homem e uma mulher, a relação entre um homem e um homem ou entre uma mulher e uma mulher, será uma das maiores perversões, será uma doença a ser combatida.
É através desta forma de pensar que a homossexualidade foi considerada uma doença a ser criticada, perseguida, excluída. Não são necessários testes laboratoriais, pesquisas genéticas, hereditárias para comprovar este fato, na opinião de quem defende que a homossexualidade é algo errado. Este pensamento esteve em voga até não muito tempo atrás. Apenas em 1990, ou seja, poucas décadas atrás, a homossexualidade foi excluída da lista internacional de doenças da Organização Mundial da Saúde. A Associação Americana de Psiquiatria já havia retirado a homossexualidade da lista em 1973. Porém, se formos pensar, não é tanto tempo assim.
Eu expliquei porque a homossexualidade foi considerada uma doença. Em resumo, porque sai fora dos padrões normais que seriam ligados à reprodução. É importante notar que não existe comprovação científica para dizer que a homossexualidade é uma doença. Não há um teste de laboratório, de farmácia, em clínica que diga que é uma doença. Pois, claro, não se trata de um vírus, de uma bactéria, de um distúrbio genético.
A homossexualidade é uma orientação sexual, ou seja, é uma orientação do campo da ética. Não se trata de um distúrbio ou doença. Com isso, é impossível ter uma comprovação de que é uma doença, pois evidentemente não é uma doença. Não é preciso comprovar que não é uma doença, portanto.
Com o tempo, os pesquisadores notaram que definir o que é normal na sexualidade é extremamente problemático. As práticas sexuais são extremamente variadas de indivíduo para indivíduo. A sexualidade, portanto, é “naturalmente” perversa, se consideramos que perversão é tudo o que escapa da finalidade de apenas reprodução.
Antes de concluirmos este texto, gostaria de salientar que apesar da polêmica, a questão da orientação sexual pode ser tratada no consultório do psicólogo. O que o Conselho Federal de Psicologia orienta é que a homossexualidade não seja considerada uma doença, que não seja discriminada, porém, se um homem ou uma mulher tem dificuldades em lidar com sua própria sexualidade (seja ela hetero ou homo) ele pode procurar um profissional da psicologia para viver melhor.
Em meu consultório mesmo, sempre recebo pacientes que tem dificuldades na área sexual. Desde problemas ligados à ansiedade como ejaculação precoce, dificuldade de manter a ereção, dificuldades de ter e manter uma relação afetiva, dúvidas sobre a própria orientação, etc. Estas dificuldades existem e podem ser trabalhadas no consultório. Portanto, de novo, o que o Conselho de Psicologia orienta é que não façamos a discriminação de qualquer prática sexual, o que está mais do que certo, já que a sexualidade humana é extremamente variada e tem que ser respeitada de que forma for.
Conclusão
Em resposta a um de nossos leitores, escrevi este texto que trata da questão da comprovação científica de que a homossexualidade é ou não uma doença mental. No meio da polêmica da chamada “Cura Gay”, eu explico os motivos dentro da Comissão de Direitos Humanos e Minorias do Congresso e da resposta veemente do Conselho Federal de Psicologia contra a interferência em seu Código de Ética, que visa promover a igualdade entre os indivíduos, baseando-se na Declaração Universal dos Direitos Humanos.
No texto, explico o surgimento das ideias a respeito do que é ou não é uma doença mental e da elaboração da psiquiatria, psicanálise e psicologia clínica. Com isso, podemos definir o que é ou não é uma doença mental ligada à sexualidade e como a psicologia lida com sintomas ligados às relações sexuais.
Veja também – Professora faz experimento de discriminação em escola do Canadá
Gostei muito….
Bem esclarecedor e profissional.
Olá Joana!
Obrigado! Fico feliz que tenha gostado do texto!
Atenciosamente,
Felipe de Souza
me gusto mucho gay no cambia, eso creo,. algunos nace
Texto sucinto, limpo, esclarecedor : acadêmico, ao meu ver. Promove esclarecimento e instiga a busca. Parabéns!
Olá Meire!
Obrigado!
Fico muito feliz com a sua avaliação e comentários como os seus nos ajudam muitíssimo a continuar disponibilizando o melhor da psicologia de forma gratuita.
Atenciosamente,
Felipe de Souza
Realmente eu precisava deste esclarecimento vou me posicionar melhor
obrigado
Olá Fernando!
Obrigado por comentar!
Fico feliz que tenha gostado!
Atenciosamente,
Felipe de Souza
Então Felipe, sempre tive essa idéia quando veio a tona essa questão se é doença ou não, partindo do princípio que a relação sexual seviria apenas para a procriação(a união do HOMEM e MULHER), assim como mencionado em seu texto, e também no Código Civil, algo que saia desse padrão, pode não ser considerado ou comprovado doença, mas é contrário a moral e aos bons costumes e uma anormalidade, eu acho. Abraços e parabéns pelo texto.
Olá Marcelo,
Bem, o Código Civil é feito por pessoas e varia de cultura para cultura e de época para época. Antigamente, por exemplo, a separação não era permitida. Hoje é algo comum e aceita legalmente. Enfim, a questão – claro – é política e ética e não uma questão de ciência ou da biologia de uma doença.
Independente de não ser uma doença, ainda é um direito que determinados setores da sociedade prefiram uma determinada orientação. Porém, é importante lembrar que todos somos iguais perante a lei, ou seja, qualquer forma de discriminação deve ser combatida.
Atenciosamente,
Felipe de Souza
“A mulher não pode sentir prazer, o homem talvez possa um pouco…” Se não houvesse prazer para ambos duvido muito que alguém quisesse fazer sexo e aí sim a procriação estaria comprometida, até por que ninguém faz nada sem que haja uma recompensa. Um coisa que muito me intriga é o fato de 47% dos que se declaram gays, afirmarem ter sofrido algum tipo de abuso sexual na infância. Vc não acha que isso, como primeiro forma de contato com o sexo, poderia ter influenciado em sua orientação? Conheço quatro gays que desde a infância tiveram muitos problemas de relacionamento com a família. Um deles era obrigado a fazer tudo dentro de casa com um lencinho na cabeça enquanto sua mãe e irmãs desfrutavam de uma vida bem liberal. O outro achava o pai mandão demais, será que isso não acaba também despertando uma vontade se opor ao que pai queria que ele fosse? O interessante é que cada um dos casos que conheço sugerem um estímulo a querer contrariar alguém. O que vc acha, existe algum estudo sobre isso? É verdade que Freud reorientou uma homossexual?
Olá Izabel,
Não podemos relacionar a homossexualidade com o abuso sexual infantil. Do mesmo modo que não podemos relacionar o abuso com a heterossexualidade. A ideia de um trauma que causa um comportamento X já foi descartada pela psicologia há muito tempo.
Você pode saber mais neste texto – Traumas de Infância
A sexualidade humana é mais complexa do que tendemos a imaginar e até a sexualidade dos animais também. Por exemplo, existem animais que demonstram interesse sexual no mesmo sexo (ou seja, são animais gays).
Em resumo, podemos dizer que existem alguns fatores a serem levados em consideração:
Identidade de gênero – é como você pensa sobre si mesmo (se é homem ou mulher)
Expressão de gênero – é como você expressa o seu gênero (feminina, andrógeno, masculina)
Sexo biológico – (feminino, intersexual, masculino)
Orientação Sexual – (heterossexual, bissexual, homossexual)
Estes quatro itens ampliam em muito as possibilidades da sexualidade, pois não estão necessariamente relacionados. Um gay pode se pensar como homem, se exprimir como homem, ter o sexo biológico masculino e ter orientação homossexual. Outro gay poderia pensar em si como mulher, expressar o seu gênero como andrógeno, ter o sexo masculino e orientação bissexual, assim como um homem heterossexual poderia pensar em si como tendo uma “alma feminina”, se expressar como mulher (transsexualismo como o Laerte), ter o sexo masculino e orientação sexual hetero, ou seja, gostar de mulheres…
Atenciosamente,
Felipe de Souza
Texto extremamente esclarecedor, espero que existam mais profissionais neste nível para que um dia hajam debates mais sóbrios e o mais livre de discursos inflamados e cheios de preconceitos como vemos dos dois lados… Quero deixar aqui o que penso a respeito:
1- Acredito que a homossexualidade não é uma doença ( apenas uma forma de “funcionar”)
2- O psicólogo deveria ser autorizado a prestar apoio a quem assim desejar, por não se encontrar feliz com sua identidade de gênero…
Um abraço e parabéns pela bela explanação!
Olá Alexandre!
Obrigado! Agradeço por comentar!
Atenciosamente,
Felipe de Souza
Gostei do texto
Gostei do texto!
sendo assim, desejo fazer uma pergunta:
se uma pessoa que não aceita o corpo que tem, recorre à transformação dele, ou mesmo se deprime com tal realidade, classificando-se como Distúrbio disforme corporal, como deve ser vita a pessoa que nasce com um determinado sexo, por um problema químico ou psicológico ( desculpe as minhas colocações, mas não sou dessa área) não aceita sua condição sexual e assume uma identidade oposta, ou mesmo os pedófilos que como os homossexuais têm suas preferências distintas das ditas normais? Estou na Terra para aprimoramento e quando encontramos oportunidades de esclarecer certos questionamentos temos de nos lançar à oportunidade.
antecipadamente agradeço
grande abraço
Licia Azeredo
Olá Lícia,
Não entendi muito bem sua pergunta.
Não faz sentido igualar a homossexualidade e a pedofilia. A pedofilia é, literalmente a atração sexual por crianças (pedo vem do grego paidos que significa criança). Paidos também está na origem da palavra pedagogia (paidos + gogia). Até porque um pedófilo pode ser heterossexual.
Por exemplo, um homem, adulto, heterossexual que tem atração por meninas (do sexo feminino).
O problema é que uma criança não tem maturidade, nem biológica nem psicológica, para ter uma relação sexual. Por isso, será e deverá ser sempre um crime quando há o abuso, no âmbito legal, além de uma doença, no âmbito psiquiátrico.
Atenciosamente,
Felipe de Souza
Como sempre, amei o seu texto Felipe… Havia lido bastante sobre o assunto, mas nada havia sido tão esclarecedor quanto o seu texto… Impressionante! Como estudante de psicologia, acompanhei a polêmica em torno da “Cura Gay” e havia notado uma falha de interpretação no que o Conselho define como atuação do psicólogo. Acredito que, se aqueles que criam as leis dialogassem com os profissionais envolvidos, evitaríamos uma série de coisas. Acompanho sempre os seus textos e achei extremamente importante você abordar este assunto. Abraço!
Oi Samantha!
Fico feliz que tenha gostado!
Atenciosamente,
Felipe de Souza
Professor Felipe, segundo informações do pastor Silas Malafaia (opa! citei o pastor Silas, mas, o que vou falar que foi dito por ele, não se trata de crítica religiosa da parte dele, mas, sim, duma real situação que muitos homossexuais falam para o própio pastor), 80% dos homossexuais, que chegam na igreja dele, alegam que foram abusados, tocados ou induzidos sexualmente na infância, e alegam terem se tornado homossexuais desde quando foram de alguma forma molestados. Isso pode provar o motivo pelo qual muitas pessoas se tornam homo. Também não é por acaso que muitas pessoas se tornam pedófilas, e inclusive se tornam também por causa dos mesmos acontecimentos na infância, e é por isso que, ao meu ver, homossexualidade é simplesmente mais um distúrbio desviado da normalidade, assim como é a pedofilia. Mas os profissionais que se dizem especialistas em assuntos de comportamentos, são muito indiferentes a questionamentos sobre isso. Ah! E em alguns países, vários especialistas estão lutando para tornar a pedofilia também como uma opção sexual, banindo-a da ideia de doença comportamental.
Outra coisa, você disse que a sexualidade se torna, portanto, “‘naturalmente’ perversa, se consideramos que perversão é tudo o que escapa da finalidade de apenas reprodução.”. Bom… Não nego que muitas pessoas afirmem que perversão sexual se trata do que escape apenas da finalidade de reprodução. Porém eu não penso assim. Mas, acreditando nisto ou não, creio que precisamos considerar algo muito importante: se a humanidade foi feita pra se reprodizir, inclusive sendo considerado geneticamente os cromossomos sexuais XX e XY, está mais do que claro que, no impulso sexual desenvolvido ao longo da vida, só poderá existir naturalmente atração por sexos opostos, correlacionados com características físicas do próprio corpo, que foi feito pra se reprodizir. Claro que a sexualidade não se trata de apenas reprodução, mas a perpetuação da espécie, sim, e é por isso que, em relação à questão de atração sexual, jamais podemos considerar atração pelo mesmo sexo como algo normal. Sendo assim, por que será que alguém é, por características genéticas, de um sexo, mas, ao invés de se atrair sexualmente pelo seu oposto, se atrai por alguém do mesmo sexo? Tem como isso não ser considerado algo fora do que porventura seja normal, mesmo que a sexualidade não se trate de apenas reprodução? Claro que não! Professor, sei que você é psicólogo, mas, me desculpe… Só não vê a clareza da anormalidade por trás da homossexualidade, quem não quer. Ao meu ver, o que existe é apenas ideia de que a homossexualidade seja normal, mesmo que não existam provas de que ela seja doença. Outro grande exemplo: será normal um heterossexual sentir vontade de penetrar outro hetero? Claro que não, e, mesmo não estando comprovado cientificamente que isso é doença de desvio sexual, está mais do que clara a prova de que isso é uma doença ou um desvio da normalidade. Se for atração sexual por um menino, é considerado doença; mas, se for por um homem adulto, não é considerado doença. Ah… Falemos sério! Isso é tudo a mesma coisa. Sendo assim, por que precisaremos de provas científicas para poder dizer que a homossexualidade é uma doença? Se for questão de provas, os cromossomos sexuais XX e XY são a maior prova.
Olá Francisco,
Bem, existem muitas formas de compreender um fenômeno. Quando você cita Silas Malafaia, você está citando uma pessoa que está inserida no contexto religioso. Aqui estamos falando de uma outra perspectiva, ok?
E é incorreto vincular a homossexualidade com a pedofilia.
Outra questão é que muitas pessoas decidem não ter filhos, o que não invalida o sentido dado à sua própria vida. Da mesma maneira que uma pessoa não tem relações apenas para engravidar. Se assim fosse, as pessoas teriam muito menos relação do que de fato tem.
Uma outra questão a se pensar é o fato de que é comprovado que existem animais homossexuais. Portanto, a velha discussão sobre se é uma construção cultural, se é incentivado socialmente, se é por abuso, cai por terra.
Atenciosamente,
Felipe de Souza
na minha opinião a homosexualidade não e uma doença mais sim um desvio de conduta sexual da normativa a partir do principio genético , biológico ou natural
Existe relação sexual de todo jeito, mais a hetero e a oficial pos é parte da caracterirstica bilogica reprodutiva humana , não tem jeito ,depois os “homos”ficam loucos pra ter filhos , a heterossexualidade não é mental é biologica …