O modelo dos cinco fatores é uma organização abrangente da estrutura dos traços de personalidade. No entanto, parece haver um contraste entre a definição da estrutura dos cinco fatores e a indefinição da natureza dos traços.

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A teoria dos cinco fatores, proposta por McCrae e Costa, em 1995, propõe um modelo geral de teorias da personalidade. O esforço dos autores orienta-se no sentido de identificar “as categorias de variáveis, que uma teoria da personalidade completa deve abarcar”.

Tais variáveis estruturantes representariam os “constituintes básicos universais” de grande parte das teorias da personalidade conhecidas, podendo reduzir-se às seguintes:

– tendências básicas (características genéticas e físicas e os traços de personalidade);

– adaptações características (linguagem, competências técnicas e sociais, atitudes e crenças);

– auto-conceito (pontos de vista implícitos e explícitos sobre o eu);

– biografia objetiva (totalidade de pensamentos, sentimentos e ações de um indivíduo durante a sua vida);

– influências externas (influências desenvolvimentistas e circunstanciais atuais);

Estas diferentes categorias são inter-relacionadas de forma dinâmica, ou seja, o indivíduo continuamente cria e recria adaptações.

A teoria não se centra nos aspectos universais da personalidade, são as diferenças individuais na adaptação e objeto o objeto do seu enfoque. Podendo assim definir personalidade como um sistema constituído pelos traços de personalidade e pelos processos dinâmicos, mediante os quais afetam os processos psicológicos do indivíduo.

Esta teoria é limitada pelo fato de que pode ser considerada como um “empirismo irrefletido”, requerendo uma clarificação teórica e hipóteses adequadamente testadas. Alguns autores argumentarão que não é sequer uma teoria da personalidade.

Mas representa um passo positivo para a reflexão sobre a personalidade humana, mais um passo em frente, na tentativa de dar sentido Às peças do quebra-cabeça da personalidade.

Uma síntese coerente desta teoria poderia servir de matriz para elaboração de novas teorias e para a avaliação das existentes.