Leia neste texto informações importantes sobre a Psicologia do Desenvolvimento na 1° Infância. Conheça também o filme Babies, que mostra o desenvolvimento de bebês em 4 culturas totalmente diferentes: Mongólia, Namíbia, EUA e Japão.


Ao nascer, a maior parte dos ossos do bebe ainda é mole, ou seja, as cartilagens ainda não se transformaram em ossos (ossificaram). Os primeiros ossos a se enrijecerem são os da cabeça e o do pulso. As fibras musculares também já estão formadas no nascimento, mas vão se alterar muito com o passar dos anos.

No primeiro ano de vida os bebes passam por um aumento de 50% em comprimento e quase 200% em peso, o que caracteriza um grande e rápido desenvolvimento físico. Após o primeiro ano de vida, a taxa de crescimento torna-se mais lenta.

Os meninos são geralmente mais pesados e compridos que as meninas, sendo que a alimentação e as condições de saúde são fatores importantes para o desenvolvimento infantil.

O bebe nasce com as capacidades de mamar, chorar, balbuciar, sorrir, se movimentar, entre outras. Apresenta alguns reflexos, mas os seus sentidos e a percepção ainda são pouco desenvolvidas.

Todas as descobertas sobre o desenvolvimento dos bebes são feitas através de testes em laboratórios. Pesquisadores atuais descobriram que os bebes tem uma enorme capacidade cognitiva ao contrário do que se pensava até a bem pouco tempo. Vários pesquisadores e teóricos fazem considerações sobre os bebes de acordo com as abordagens que defendem:

A abordagem behaviorista (ou psicologia comportamental) é uma das que se destacam com a teoria da aprendizagem e condicionamento. Segundo os behavioristas, o condicionamento pode ser usado para introduzir comportamentos desejáveis na aprendizagem das crianças.

Piaget se baseia na teoria do esquema (representação de elementos que se destacam em um evento e suas relações um com o outro) para desenvolver sua abordagem. A unidade central do conhecimento na visão piagetiana é o esquema sensório-motor, definido como uma representação de uma classe de ações motoras usadas para se atingir um objetivo. Piaget propôs que a criança se desenvolve em seis sub-estágios diferentes durante a primeira infância.

Esses sub-estágios começam com os reflexos e após um curto espaço de tempo os bebes desenvolvem reações circulares primárias (repetem ações que ocorriam por acaso). Por volta dos 6 meses desenvolvem reações circulares secundárias (repetem ações que produzem imagens e sons interessantes). Após 12 meses desenvolvem reações circulares terciárias (variam suas ações ao invés de repeti-las enquanto observam seus efeitos no meio-ambiente).

No último estágio, as crianças inventam novos esquemas através de uma espécie de exploração mental, imaginando certos eventos e suas consequências.

A abordagem psicométrica é usada para medir o nível de inteligencia (QI) das crianças e seu desenvolvimento normal ou não, embora não seja um critério muito seguro.

A abordagem do processamento de informações concentra-se na memória, na percepção de símbolos, na resolução de problemas e na aprendizagem. Analisa os processos de habituação (tipo de aprendizagem na qual a repetida exposição a um evento resulta uma resposta reduzida a esse evento) e desabituação (a retomada de atenção quando um evento diferente é apresentado).

Fazem também importante consideração sobre o desenvolvimento da memória (capacidade de lembra-se de eventos passados e relaciona-los com os eventos presentes).

A linguagem começa a se desenvolver quando o bebe chora menos e responde à fala com gestos, sorrisos e arrulhos. Ele aprende a fazer movimentos em direção de quem está falando. Mais tarde (5 meses aproximadamente) os sons de arrulho começam a apresentar sons vocálicos e consonantais.

Os arrulhos começam a se transformar em sílabas e aos 8 meses verifica-se repetições mais contínuas. Aos 10 meses as vocalizações são mescladas com gargarejo ou sopro e o bebe parece imitar sons.

Aos 12 meses vão surgindo as primeiras palavras e há sinas definitivos de que entendem algumas palavras. Aos 18 meses, a criança já domina bom vocabulário. Aos 30 meses já não há mais balbucio, no desenvolvimento considerado “normal” ou “padrão” e as falas tem intenção comunicativa. A partir daí o desenvolvimento da fala é acelerado.

Os bebes mostram muitas reações que sugerem estados emocionais. Essas reações se desenvolvem de acordo com a memória. Desde pequenas as crianças já apresentam reações de medo ou ansiedade em ambientes diferentes ou com pessoas estranhas e parecem demonstrar tranquilidade em ambientes familiares. As expressões faciais parecem indicar estados emocionais. Os bebes também desenvolvem reações às interações sociais, como o sorriso ou a risada que ocorrem em situações diferentes.

É provável que os bebes já nasçam com uma tendência para certo tipo de humor e estilos de reagir, o que denominamos temperamento. A reação dos pais ao temperamento das crianças pode afetar o comportamento e ajustamento posteriores na vida.

As condiçõeos de criação de uma criança podem influenciar qualidades de temperamento como a timidez e a sociabilidade. O desenvolvimento da criança é produto da interação entre suas próprias características e as das pessoas que a socializam. Portanto, o cuidador influencia o crescimento do bebe de diversas maneiras.

A interação entre pais e filhos desenvolve laços afetivos, ou seja, a pessoa que cuida do bebe tem mais condições acalmá-lo e é quem é mais buscado para brincar e para proteger. Uma ligação afetiva segura fornece base para um desenvolvimento social e emocional saudáveis.

Quando os pais incentivam comportamentos que ajustam as crianças ao meio em que vivem, a ligação afetiva é benéfica; quando eles incentivam comportamentos fora dos padrões amplamente aceitos, são gerados problemas de ajustamento. É importante ressaltar que cada criança é criada dentro de um contexto cultural específico e que a maioria das crianças em cada geração cresce de modo a conseguir um bom desempenho em sua cultura.