Neste texto falaremos a respeito da traição ou da infidelidade que ocorre pela internet e o que fazer para superar este problema.
“Amor. Tão pequena, esta palavra. Palavra bela, preciosa. Sentimento forte e inacessível. Quatro letras apenas, gerando todos os sentimentos do mundo”.
As palavas acima são da escritora de Moçambique Paulina Chiziane, e estão em seu livro Niketche – Uma história de poligamia, publicado em 2002. O livro conta a história de Rami, que é casada com Tony, um alto funcionário da polícia.
Depois de anos de casamento, Rami descobre que Tony tem outra mulher, ou melhor, outras mulheres. O livro todo é interessantíssimo, muito poético, e pode servir para a nossa reflexão aqui sobre a monogamia, a poligamia e a infidelidade.
Em Moçambique, terra de Chiziane, duas culturas convivem. A cultura que prega a monogamia (cristã) e a cultura que prega a poligamia (a muçulmana e africana). Gamia vem de gamos, do grego, e que quer dizer união ou casamento. Então mono (um)+gamia = um casamento, uma união. Poli (muitos)+ gamos = muitas uniões, muitos casamentos.
O engraçado é que no Ocidente, na nossa cultura, muitos homens imaginam-se em um harém, tendo várias mulheres ao mesmo tempo. Os reis, há não muito tempo atrás, viviam esta realidade. Tinham a primeira dama (a rainha), e a segunda, a terceira, a quarta…dama…
No livro Nikete, o que acontece é que depois de descobrir as outras mulheres de seu marido, a personagem principal não se sente ofendida pela fato de ele ter outras mulheres, mas de trair ela e as outras com ainda outras mulheres… Ou seja, na poligamia também existe traição!
Digo tudo isso para tentarmos definir melhor o que é traição. A palavra traição vem de trazer, no latim. No caso, o que é trazido para dentro da relação é uma outra pessoa. Seja na monogamia, seja na poligamia, a traição é sobretudo a falta de respeito, a mentira, a falsidade, o escondido…
Teríamos que pensar, seriamente, se em um casamento monogâmico, se a pessoa souber que há outra pessoa na jogada, se o marido ou a esposa traem, se isto é ou não traição. Afinal, há o conhecimento do que acontece, não há uma traição de confiança.
Hoje em dia, em que a internet está em todos os lugares, cada vez mais as pessoas tem reclamado da chamada traição online. Na traição online, descobre-se conversas, mensagens, emails de uma relação fora da relação.
A traição efetiva pode ou não ter sido realizada na realidade. Pode ser apenas um desejo que fica suspenso, que aparece mas que de qualquer forma abala a confiança antes estabelecida.
Como resolver?
Com a perda da confiança, existem duas saídas:
-
terminar o relacionamento;
-
continuar com o relacionamento e verdadeiramente perdoar;
Perdoar de verdade significa perdoar de verdade. Continuar a relação apenas para sofrer e fazer o outro sofrer não adianta de nada. Em muitos casos do consultório, notamos justamente este problema.
A relação continua – não como era antes da traição – mas continua apenas para causar sofrimento. Então surgem as perguntas:
– Porque eles não terminam? Veja este texto: Porque os casais não se separam?
– Como perdoar? Veja este texto – Técnicas para perdoar.
Em todos os casos, a Orientação Psicológica Online, que é realizada através do MSN ou Skype, pode ajudar em muito. Saiba mais sobre esta opção, clicando em FAQ – Psicologia Online – Perguntas Frequentes.
Com isto tudo, podemos concluir que a traição online – assim como a traição real – causa tanto sofrimento quanto qualquer outra forma de traição. Pode ser apenas virtual, pode ser apenas uma fantasia, um sonho, um devaneio, mas ao romper com a confinça anterior, pode abalar o relacionamento profundamente, levando ao término.
A dica óbvia para qualquer um que namore ou esteja em um casamento, é evitar toda e qualquer situação que possa dar origem ao que chamamos traição online. Evitar conversar ou mensagens , visualização de páginas, videos ou imagens, enfim, tudo que possa vir a machucar a pessoa amada.
Aqui vale, de novo a Ética para Kant: “faça como se o outro pudesse fazer o mesmo no seu lugar”. Em outras palavras, você gostaria que a outra pessoa trocasse mensagens ou conversasse, visse páginas, videos ou imagens que poderiam ser consideradas uma traição?
Olá Felipe,
Quero agradecer pelos seus textos, com certeza têm ajudado muita gente. Ler seu blog já virou um hábito meu. Abs, Rosa
Olá Rosa Pink!
Obrigado pelo carinho!
Fico imensamente feliz que tenha gostado e esteja visitando sempre o nosso Espaço de Psicologia aqui!
Abs, Felipe
Bom dia !
eu penso exatamente como foi dito nos textos, a questão é como fazer com seu parceiro entenda esse ponto de vista. Viver uma vida a dois é complicado. Existe o tempo de ceder e o tempo de não abrir mao de seus conceitos de vida. Quando não vejo mais saída coloco-me mais concentrada em DEUS e entrego a ELE aquilo que já não consigo mais resolver.
Fico feliz em saber que voce realmente é uma pessoa que faz o que gosta Felipe, isso é um dom dado por Deus. parabéns por usa-lo.
Abraços!
Olá Raquel!
Gostei muito do seu comentário!
Realmente, a experiência religiosa – para milhares de pessoas – é importantíssima e constitui o centro da existência.
Logo mais teremos mais textos sobre o que estudo em meu Doutorado – Psicologia da Religião! Aguarde!
Atenciosamente,
Felipe de Souza