Os estudos da década de 1990 sobre os problemas na escola definiam estes como indisciplina escolar. Termo que se contrapõe à uma disciplina tida como norma na escola.
Estudos mais recentes modificaram o termo e passaram a colocar os problemas escolares como violência na escola.
Entre os autores da área não há consenso sobre o que seria esta violência, havendo somente uma aproximação das definições como uma multiplicidade de atos violentos. A palavra “incivilidade” (não civilidade) aparece do mesmo modo em livros recentes, para designar: pequenos furtos, agressões verbais e físicas, humilhações, brigas e descaso pela escola, representando um meio termo entre os conceitos de violência e indisciplina.
A violência é um fenômeno com muitas causas. Em sua dimensão estrutural é consequência de crises econômicas, da miséria e da pobreza da população e em sua dimensão cultural refere-se às profundas modificações ocorridas no sistema de valores e relações sociais no Brasil.
A escola encontra dificuldades para lidar com essa nova realidade e enfrentar a violência que sofre. Há a necessidade de pessoas para orientar os jovens, mas os adultos também se sentem confusos e perdidos e não servem como figuras de identificação.
As ocorrências mais graves de violência não são tão frequentes quanto se pode pensar por sua exposição na mídia, nos jornais e na TV. O que há é uma grande manifestação de pequenas violências.
Uma das causas apontadas pelo aumento da violência é o individualismo. Mas as causas reais referem-se a problemas estruturais e socioculturais. Estes problemas são: a desestruturação da família, a ausência de valores morais, éticos, religiosos, a falta de diálogo e as drogas.
O que ocorre também é que pais e professores querem repetir com seus filhos e alunos o modelo de educação autoritário em que foram criados.
O problema da violência escolar transforma-se em um ciclo vicioso em que a escola coloca a culpa nos problemas estruturais anteriormente citados, os pais na escola e a polícia e o conselho tutelar não veem como função sua e sim da escola a resolução destes problemas.
Portanto, somente propostas pedagógicas não solucionarão o problema da violência na escola. Mas a escola precisa perceber que o seu papel na formação dos alunos vai muito além do ensino de conteúdos e deve abranger a formação da pessoa e do cidadão.
E este é também um desafio para a Psicologia Educacional ou Escolar.