Recebo muitas perguntas interessantes na seção do site Pergunte ao Psicólogo. Uma delas foi: os opostos se atraem?

Podemos pensar que cada um de nós nos sentimos atraídos por algo que nos falta, por algo que não é semelhante ou parecido com o que temos ou conhecemos. Nesse sentido, buscamos o que nos falta, buscamos o que é diferente, buscamos o que é oposto. Como na concepção chinesa de Ying e Yang

A psicologia analítica de C. G. Jung também compreende que a psique ou alma é dual. Em nosso desenvolvimento, vamos procurando atingir novas experiências, novas realidades pelas quais ainda não passamos – o inconsciente compensa o que nos falta na consciência.

Assim, internamente, tendemos a ir mais para um lado de nossa dualidade. E o que deixamos de lado, aparece fora de nós…

A ideia mais simples, de que os opostos se atraem, se dá quando pensamos que um homem se sente atraído por uma mulher. E quantos e quantos casais não vemos em que o homem é de um jeito e a sua mulher é totalmente de outro?

Pode ser que uma pessoa seja extremamente falante e a outra seja calada, enquanto um gosta de sair, outro gosta de ficar em casa. Pode ser que uma pessoa do casal seja brava, enquanto a outra é a calma em pessoa…

Mas este são apenas alguns exemplos de oposição.

Nas outras relações interpessoais – e não somente nas relações amorosas – acabamos encontrando pessoas que nos completam. Que nos mostram outros lados da vida, das situações, das coisas, dos sentimentos.

E no desenrolar da vida, vamos encontrando novas oposições, novas diferenças, novas novidades! Por isso, é também muito comum notar o seguinte:

Uma garota começa a namorar seu primeiro namorado. Ele é bem diferente do jeito que ela é. Passado um período eles terminam. O segundo namorado é totalmente diferente do primeiro, bem oposto. Mas também não dá certo. O terceiro namorado é mais parecido com o primeiro do que com o segundo… e, provavelmente, o quarto – se houver – será mais parecido com o segundo do que com o terceiro.

Claro que não é uma regra. Mas existe um movimento psíquico circular, em que voltamos em pontos nos quais já passamos, reencontramos o que havíamos esquecido ou deixado para trás…

E, assim, de oposição em oposição, vamos vivendo nossas vidas…

Sugeri em outra postagem o filme Closer – Perto demais. É um filme interessantíssimo, em que podemos notar que as pessoas acabam procurando o que sentem falta. Sempre. As vezes, mesmo estando até bem um relacionamento…ainda assim procuram o que o seu parceiro ou parceira não tem…

O amor, nesse sentido, diz muito sobre a procura que estamos sempre fazendo por nós mesmos. Encontramos sempre na outra pessoa o que ainda não encontramos em nossa alma.

Deste modo, podemos responder que sim – os opostos se atraem.