Nós sabemos que se dermos uma série de passos em uma direção chegaremos em um lugar. Se andarmos para a direção contrária chegaremos em um lugar diferente. Assim também acontece com a sequência que fazemos mentalmente.

A segunda forma de mudar o significado, de acordo o livro Mind-lines, é descobrir que estratégia estamos usando para criar um estado que nos incomoda, causa desconforto ou sofrimento. A estratégia, no vocabulário da Programação Neuro-linguística, pode ser pensada como os passos que nós damos para chegar até um determinado estado.

Se pensarmos em algo triste ouvindo uma música melancólica, juntamente com pensamentos pessimistas, certamente chegaremos à um ponto em que ficaremos tristes. Por outro lado, se pensamos em algo alegre, ouvindo uma música animada e dizendo que tudo vai dar certo, não chegaremos à um ponto em que ficaremos tristes. Iremos para um outro lado e ficaremos felizes.

Ao mudar a estratégia mudamos o resultado. O problema é que, em geral, as pessoas não sabem a estratégia que usam. Sabem o final pois sentem as consequências, mas desconhecem como fizeram chegar até ali.

A segunda forma de ressignificar (de criar um significado mais positivo) é descobrirmos a estratégia que utilizamos. Para tanto, podemos fazer as seguintes perguntas:

O que eu fiz (pensei, imaginei, senti, ouvi em meus pensamentos) para estar como estou? Que passos eu segui? Qual foi a sequência de pensamentos e sentimentos?

Descobrir a cadeia, os passos que fazemos nos torna conscientes de como chegamos até um estado e não até outro. Podemos nos desviar, voltar ao começo e ir para outro lugar. Mais livre, mais positivo, mais harmonioso.

Por exemplo, imagine uma garota que pensa, com todos os menores detalhes possíveis, que seu namorado a está traindo. Ela vê, em sua imaginação, ele beijando outra mulher, dizendo que gosta dela e outras coisas mais. A garota poderá brigar com seu namorado à toa. E estará criando um significado que prejudicará o seu relacionamento e seu bem estar. A justificativa pode ser “Eu sou ciumenta e brigo mesmo!”

Ora, se descobrirmos como ela é ciumenta, qual estratégia ela faz para se sentir mal e brigar com o namorado, ela poderá mudar a sequência, poderá mudar a estratégia e assim não haverá mais o resultado previsível, da briga e dos problemas entre ela e o namorado.

Você já pensou que existem pessoas que não sentem ciúmes? Se formos ver qual estratégia elas usam para não ter ciúmes, ouviremos que a estratégia que estas pessoas usam é muito diferente das pessoas ciumentas.

Pessoas que não são ciumentas podem usar a seguinte estratégia: “Eu sou uma pessoa única. Não há ninguém igual à mim no mundo”. A partir deste significado, elas pensam que não faz sentido se comparar com os outros. E portanto, imaginar o namorado (ou namorada) com outra pessoa.

A pessoa que é ciumenta usa uma estratégia e a pessoa que não é ciumenta usa outra estratégia, totalmente diferente. Havendo uma estratégia, haverá um resultado – até certo ponto previsível. Se mudarmos a estratégia, mudaremos o resultado.

Existem estratégias que conduzem à resultados geniais, como podemos ler no livro A Estratégia da Genialidade, de Robert Dilts. E também existem estratégias que levam ao sofrimento.

Tomar consciência do que fazemos, passo a passo, nós dá mais liberdade para que possamos mudar um significado que nos prejudique. E descobrir como alguém chega em outro resultado, também nos dá mais liberdade para nos desenvolver.

FELIPE DE SOUZA