Em sua origem, a palavra ética é muito próxima de moral. Ética, ethos, é uma palavra grega e quer dizer hábito, habitar. E moral vem do latim, mores, e significa costume.


Podemos dizer que habitamos, moramos, em um mundo construído por nós através de nossos hábitos e costumes. O mundo em que eu vivo (com meus pensamentos e sentimentos) é muito diferente do meu vizinho ou de alguém que more na Turquia.


Imagine que você pudesse sair à rua e ver e ouvir o que as pessoas estão pensando e sentindo. Você certamente veria:


1) Um homem pensando no assassinato que ele viu no jornal da tv.

2) Um outro sentindo ciúmes de sua mulher.

3) Um outro sentindo tristeza por uma perda.

4) Uma criança alegre pensando no seu animal de estimação.

5) Uma pessoa religiosa com muita devoção à Deus.

6) Alguém pensando como ajudar um irmão.

7) Um grupo de pessoas andando silenciosas, pensando nos conhecimentos que acabaram de aprender.


Estas pessoas não parecem estar em mundos completamente diferentes? É como se elas levassem seu hábito, sua ética aonde fossem. E vivendo ao redor de seus hábitos de pensamento e sentimento, vivem em seu próprio mundo.


Há outro sentido também muito interessante de hábito no ditado: ‘o hábito faz o monge’. Pensar em ajudar alguém por cinco minutos é muito diferente de uma vida dedicada à caridade.


Nos exemplos acima, colocamos em cena apenas um momento. Imagine aqueles pensamentos e sentimentos repetidos dez, cem, mil vezes! Por toda uma vida!


Sim, e alguém perguntará: Mas nós controlamos os nossos pensamentos? Podemos controlar nossos pensamentos sim, se quisermos.


Toda vida daria um livro, cópia fiel dos pensamentos do personagem principal. Esse livro poderia virar filme. Restar saber que filme queremos ver quando olharmos para trás.


Em outras palavras: que ética queremos ter? Com que padrões morais queremos construir nosso mundo?



FELIPE DE SOUZA