Em meu mestrado de Teoria Literária e Crítica da Cultura, trabalhei com o conceito de identidade. Acredito que será proveitoso compartilhar algumas definições com vocês.
O conceito de identidade procura responder à questão quem. Posso perguntar: quem eu sou? Quem ele é? Quem tu és? A resposta obtida seria a identidade da pessoa. Podemos começar respondendo com um nome. Eu sou Felipe de Souza. Outra resposta seria: eu sou quem está aqui, meu corpo. Este que vejo no espelho.
Quando pensamos em identidade temos duas oposições:
1) Identidade (eu) versus alteridade (outro)
Eu sou Felipe de Souza que não é você José da Silva. Eu sou diferente de um outro, e aí entram também todas as ideias de eu sou eu porque sou diferente de você. Algumas pessoas passam a vida toda buscando ser alguém melhor que os outros…
2) Ser o mesmo versus mudar com o tempo
Esta oposição consiste na mudança e permanência. Posso dizer: eu sou quem eu sou desde que eu nasci. Eu sou assim mesmo: sou muito falante. Isso não muda. Mas em algumas coisas mudamos: Eu fui criança e hoje sou adulto. Eu era muito agitado mas agora sou mais calmo.
Para o filósofo francês Ricoeur, o que pode reunir as duas oposições é o que ele chama de identidade narrativa. Quando respondo à pergunta da identidade – quem eu sou? – narro uma história, conto a minha história. Sabe aquela ideia que muitas pessoas falam: minha vida daria um livro! É isso! Isso é identidade narrativa.