Há cerca de 100 anos atrás, C. G. Jung (o criador da Psicologia Analítica) elaborou um interessante teste chamado teste de associação de palavras. 


Funcionava do seguinte modo: 

1) Criação de uma lista aleatória de palavras: carro, amigo, céu, escola, livro…



2) O aplicador do teste falava uma palavra e imediatamente o paciente tinha que responder com a primeira coisa que lhe viesse à cabeça. Carro e a pessoa dizia andar; amigo e a pessoa dizia bom, céu – azul, escola – interessante etc.



3) Em algumas palavras, o paciente demorava demais para responder, respondia com a mesma palavra ou com uma palavra com o significado oposto. Neste caso, havia um afeto, uma emoção inconsciente. Analisando as palavras que continham afeto – ou afeto em excesso – podia-se construir a história do sintomas, do problema psíquico do paciente. 


Foi a partir deste teste que Jung passou a usar o termo complexo, que pode ser definido como uma palavra – ou grupo de palavras – carregada de afetos, em geral, inconscientes. 


O curioso é que o nosso eu também é um complexo, ou seja, o eu é constituído por uma série de palavras (nome próprio articulado à uma história particular) que são carregadas de afeto. Por exemplo: se perguntam para mim quem eu sou, poderei dizer que sou Felipe de Souza e trabalho com psicologia. Estas palavras – Felipe de Souza / psicologia são carregadas de afeto para mim. A junção do afeto com uma série de palavras cria um complexo. O eu também é um complexo, mas existem outros como o famoso complexo de Édipo, de Freud e o complexo de inferioridade, de Adler sobre os quais escreverei a seguir. 


Para saber mais: A natureza da psique, Volume 2, Capítulo 3: Considerações gerais sobre a teoria dos complexos. Autor: C. G. Jung. Editora Vozes. 



FELIPE DE SOUZA