Aula introdutória em Vídeo HD, de 15 minutos, sobre o livro de Freud “Três Ensaios sobre a Teoria da Sexualidade”, publicado em 1905 e reformulado até 1925
Olá amigos!
É difícil encontrar quem nunca tenha ouvido falar de Sigmund Freud. O famoso dizer “Freud explica” significa que Freud é considerado um autor que procurou explicar tudo, desde os sonhos, fantasias, devaneios, dificuldades de relacionamento, atos falhos e a sexualidade. Mas, apesar de ser um autor muito citado em jornais, revistas, na TV e em filmes e séries, sua obra é muito vasta, com 23 volumes, e complexa.
E, para começarmos a estudar a psicanálise temos que entender dois conceitos fundamentais: o inconsciente e a sexualidade.
A sexualidade para Freud
Muitas pessoas, inclusive estudantes de psicologia dos primeiros anos, criticam as teorias de Freud porque elas sempre retornam à sexualidade. Embora esta possa ser uma crítica relativamente válida, ainda assim precisamos ter clareza sobre o conceito de sexualidade na obra de Freud.
Em primeiro lugar, é importante deixar claro – de uma vez por todas – que a sexualidade para Freud não se resume ao ato sexual e quando Freud diz que muitas das questões dos pacientes tem relação com a sexualidade, ele não está querendo dizer que o problema é do desempenho sexual, como ejaculação precoce, impotência ou frigidez.
Para começarmos a entender o conceito, nós temos então que passar a entender que ele não se resume ao ato sexual e é muito mais amplo, incluindo o erotismo, o prazer autoerótico, o desejo por uma outra pessoa e até o apaixonar-se e o que falamos geralmente como sendo amor.
Este é o primeiro ponto.
O segundo é que, como Freud tem uma vasta obra, o conceito de sexualidade e a sua importância na psique individual foi sendo reformulado desde 1905 (quando os Três Ensaios foram publicados pela primeira vez) até o final das publicações e, especialmente a partir de 1920, com a introdução da pulsão de morte, a sexualidade é reinserida em uma outra problemática, no conceito de pulsão de vida.
Mas desde os Três Ensaios que as suas formulações teóricas são bastante diferentes do que se pensa no senso comum. Diz Freud:
“A concepção geral é de que ela [a sexualidade] não existe na infância; que se manifesta por ocasião da puberdade, em conexão com o processo de maturação, revelando-se como a atração irresistível exercida por um sexo sobre outro; quanto ao seu objetivo, supõe-se que seja a união sexual, ou em todo caso atos que conduzem a esta finalidade. Temos, contudo, razões para crer que estas opiniões dão uma ideia extremamente errônea da verdadeira situação”.
Deste modo, Freud acabou sendo muito criticado e incompreendido pela ideia de uma sexualidade infantil. No desenvolvimento psíquico, cada criança passa por certas fases aonde o prazer estaria localizado em uma parte do corpo: pele, boca, ânus, genitais. Este prazer explica as perversões sexuais e também explica os sintomas neuróticos, fruto do conflito entre a pulsão sexual e a pulsão de autoconservação (neste período da obra).
Veja abaixo o conteúdo dos Capítulos dos Três Ensaios e a seguir o vídeo introdutório de 15 minutos, do nosso Curso Completo!
Capítulos dos Três Ensaios sobre a Teoria Sexual
Mas voltando aos Três Ensaios, o livro é divido, conforme o título, em três partes:
Ensaio 1 – AS ABERRAÇÕES SEXUAIS
(1) Desvios com Respeito ao Objeto Sexual
(A) A Inversão
(B) Animais e Pessoas Sexualmente Imaturas como Objetos Sexuais
(2) Desvios com Respeito ao Alvo Sexual
(A) Transgressões Anatômicas
(B) Fixações de Alvos Sexuais Provisórios
(3) Considerações Gerais sobre as Perversões
(4) A Pulsão Sexual nos Neuróticos
(5) Pulsões Parciais e Zonas Erógenas
(6) Esclarecimentos sobre a Aparente Preponderância da Sexualidade Perversa nas Psiconeuroses
(7) Indicação do Infantilismo na Sexualidade
Ensaio 2 – A SEXUALIDADE INFANTIL
1 O Período de Latência Sexual da Infância e suas Rupturas
2 As Manifestações da Sexualidade Infantil
3 O Alvo Sexual da Sexualidade Infantil
4 As Manifestações Sexuais Masturbatórias
5 A Investigação Sexual Infantil
6 As Fases de Desenvolvimento da Organização Sexual
7 As Fontes da Sexualidade Infantil
Ensaio 3-AS TRANSFORMAÇÕES DA PUBERDADE
1 O Primado das Zonas Genitais e o Pré-prazer
2 O Problema da Excitação Sexual
3 A Teoria da Libido
4 Diferenciação entre o Homem e a Mulher
5 O Encontro do Objeto
1 Parte do 1° Vídeo do nosso Curso em sobre os 3 Ensaios
Conclusão
Como vimos, a sexualidade para Freud não se resume ao ato sexual, nem está localizada apenas a partir da puberdade. Neste sentido, o conceito de Freud de sexualidade é muito mais amplo e engloba o desenvolvimento da personalidade da criança, desde a mais tenra infância. Atos que não são considerados como sexuais são incluídos na ideia de sexualidade infantil como o contato com o próprio corpo, o prazer de sucção (fase oral), o prazer da pele, etc.
Estudaremos todos estes pontos no nosso Curso Três Ensaios sobre a Sexualidade – Inscreva-se agora mesmo! (Ainda temos algumas últimas vagas disponíveis!)
Caro Amigo,
Para Freud o libido estava ligada aos sentidos do ser: criança, adolescente, adulto e maturidade: E, por ser fonte vital estamos a viver na sexualidade continua experiências que não podemos fugir. Eu posso até compreender que o filosofo Kierkegaard ao falar das angustias do homem entra e seus sentidos, estético, ético e religioso (no sentido de mudança), mostra-nos que o Freud teve percepção ao compreender o círculo da vida.
Obrigado,
Sérgio Gaiafi
Gostei da primeira vídeo aula, eu faço letras na UFRJ e logo no primeiro período a minha professora deu uma pequena pincelada sobre a psicanálise de Freud e com a sua explicação eu conseguir fixar mais afundo sobre a sexualidade que Freud declara nas teorias…
Olá Sérgio!
Sim, é fácil ver a importância da sexualidade na vida humana (sexualidade no sentido de Freud). Quase todos estão sempre procurando encontrar o par ideal, arrumar-se para aparecer melhor e conquistar, etc.
Além disso, a função de reprodução, ou seja, a vontade de ser pai e mãe acaba aparecendo aqui e ali.
Atenciosamente,
Felipe de Souza
Ola doutor Felipe.
Já comentei aqui em uma outra ocasião, e hoje volto a comentar como estudante de Psicologia (2 semestre apenas). :)
Sou homossexual e confesso que os temas de sexualidade são como dizem os americanos “close to my heart”. Já tive uma pequena introdução sobre as teorias de Freud no que dizem respeito a sexualidade (Complexo de Édipo e perversão), que alias me deixaram um pouco confuso e avesso a abordagem Psicanalítica, mas como você mesmo diz, as obras de Freud são complexas.
Mas porque ele decidiu falar de forma tao complexa?
Por exemplo ao falar de perversão já se imagina algo ruim ou errado “senso comum” porem na psicanalise perversão seria nada mais do que algo que foge aos “padrões”, sem falar no complexo de Édipo.
Enfim, obrigado pelos textos e vídeos.
Um forte abraco,
Tiago Conejo.
Olá Tiago!
Obrigado por comentar!
Então, esta é uma questão muito interessante e muitos autores depois criticaram o Freud por esta terminologia psicopatológica.
De toda forma, perversão significa somente o que não tem uma finalidade reprodutiva. Como podemos facilmente notar, quase nunca a sexualidade tem uma finalidade reprodutiva. Beijar, acariciar, tocar são alguns dos muitos comportamentos que não se dirigem diretamente para a reprodução. Assim, não só a homossexualidade como beijar, acariciar, tocar podem ser definidos como atos perversos.
Também a sexualidade de um casal heterossexual pode ser a vida inteira perversa, se o casal não quiser ter filhos. Na verdade, o ponto central de Freud é mostrar que a sexualidade é muito mais que a reprodução.
O Freud escreve nos Três Ensaios: “Em nenhuma pessoa sadia falta algum acréscimo ao alvo sexual normal que se possa chamar de perverso, e essa universalidade basta, por si só, para mostrar quão imprópria é a utilização reprobatória da palavra perversão”.
Atenciosamente,
Felipe de Souza
Olá Maria Rosilene!
Obrigado!
Fico feliz que tenha gostado!
É pequena introdução apenas para dar uma ideia do que se trata.
No Curso, vamos estudar a fundo e com calma cada um dos conceitos. É uma obra muito interessante!
Atenciosamente,
Felipe de Souza
curso Direito, 4º ano e me formei em Psicologia, quero desenvolver meu TCC, fazendo um link entre a teoria da libido de KARL ABRAHAM, os três ensaios sobre a sexualidade de Freud e a teoria finalista de WEZEL (culpabilidade).
a ideia é desenvolver um trabalho, levantando hipóteses, como as fases oral, anal e genital, quando não elaboradas, podem protagonizar desvios de comportamento, que geram condutas criminosas e anti-sociais, pela ótica da sociedade.
pode me ajudar?
fernando.moreira53@hotmail.com
Olá Fernando,
Eu fiz um Curso sobre Como sobreviver ao TCC. Veja aqui – https://psicologiamsn20220322.mystagingwebsite.com/2014/10/curso-como-sobreviver-ao-tcc.html
Recomendaria que você conversasse com seu orientador, mas em princípio o ideal é restringir a um tema ou autor. Por exemplo, Abraham e a psicologia da culpa, ou a perversão e a psicopatia em Freud, etc.
Atenciosamente,
Felipe de Souza
Olá querido professor,
Então, acredito que a sexualidade e como lidamos com ela nos influencia significativamente sobre nossas vidas e nossas relações interpessoais. Por exemplo, eu não me aceitava em relação a sentir atração por outras mulheres, ou seja, não me aceitava por ser lésbica. Quando eu realmente me aceitei, parece que as coisas mudaram, fiquei mais feliz, começei a falar melhor, digo mais, pois não falava muito. E nas minhas relações pessoais também ficou melhor. Pelo menos para mim foi muito bom me resolver, a minha própria sexualidade, e parece que as energias estão fluindo positivamente e livremente.
Abraços.
Olá Amanda!
Obrigado por comentar!
Sucesso e felicidade para ti! :)
Atenciosamente,
Feliep de Souza
Olá,Professor !
Me chamo,Jaqueline tenho 21 ano, gostaria de sua opinião sobre psicólogos pela rede pública,sera que eles realmente estão interessados em ajudar seus pacientes? Pergunto isso porque fazia tratamento com um Dr,porém,tava ficando muito chato aquelas consultas eu só falava,falava e falava , acho que eu preciso mesmo é de terapia.
Abss!
Olá Jackeline,
Não é possível generalizar. Cada profissional tem uma forma de atender.
Veja os 8 principais tipos – https://psicologiamsn20220322.mystagingwebsite.com/2015/02/psicoterapia-conheca-os-8-principais-tipos.html
Felipe! Estou passando por uma fase de insegurança e medo , quando me deparo com os temas a serem estudados . Já pensei em até desistir do curso.
Oi Rita!
Um certo período de adaptação é normal. Um tema novo exige dedicação e também tempo para que possamos memorizar, né?
Sugiro o nosso curso:
https://psicologiamsn20220322.mystagingwebsite.com/produto/100-tecnicas-de-estudo
Atenciosamente,
Felipe de Souza
Ola Professor Felipe adorei esse vídeo sobre Freud …
Gostaria se possível vc enviasse um documentário sobre Psicologia Sócio_Histórica no contexto comunitário obrigada