Na primeira infância, a imagem que a criança tem de seus pais (ou daqueles que cumprem a função paterna ou materna) é muito importante para sua formação.  É tão  importante que, durante o atendimento psicológico de crianças, sempre fazemos um acompanhamento com seus pais. 


Podemos dizer que as questões que giram em torno do complexo de Édipo são extremamente relevantes para alguns pacientes – sejam adultos ou crianças. (Para entender melhor a história grega de Édipo, clique aqui


Segundo Jung, no livro Freud e a psicanálise, “o  complexo de Édipo é, antes de tudo, uma fórmula para expressar o desejo infantil com referência ao pai e à mãe, e para expressar o conflito que este desejo faz surgir”. 


De acordo com o Vocabulário da Psicanálise, escrito por Laplanche e Pontalis, o complexo de Édipo é o “conjunto organizado de desejos amorosos e hostis que a criança sente em relação aos pais. Sob sua forma dita positiva, o complexo apresenta-se como na história de Édipo-Rei: desejo da morte do rival que é a personagem do mesmo sexo e desejo sexual pela personagem do sexo oposto. (…) O complexo de Édipo desempenha papel fundamental na estruturação da personalidade e do desejo humano”. 


É importante ressaltar que este complexo é inconsciente, ou seja, não temos consciência dele. Como ele é inconsciente, acaba se transformando e aparecendo em outras relações. Em outras palavras, uma menina tem ciúmes da mãe e deseja a atenção paterna. Quando a menina cresce, a rivalidade com a mãe pode passar e a menina pode começar a ter conflitos com outras mulheres (amigas suas ou qualquer outra mulher). Os motivos podem ser banais pois o que está em jogo é um conflito inconsciente relacionado ao complexo de Édipo.

 

FELIPE DE SOUZA